sábado, 10 de julho de 2010

SERÁ QUE O RECEIO E O DINHEIRO ACABARAM COM NOSSA INDIGNAÇÃO?

Diante de um gestor que abandonou o comércio, oprimiu os trabalhadores e praticou um assistencialismo escancarado, o povo de Esplanada, liderado pela classe produtiva desbancou do poder de forma democrática uma forma negativa de exercer o poder.
Assim, lastreados pela síntese ideológica do “RUIM COM ELE, PIOR SEM ELE” elegemos o atual grupo político pela segunda vez. Este mesmo grupo conseguiu fazer seu sucessor e de novo tememos a volta daquele que a opinião pública ainda que com seus interesses mal sustentados, condenou e julgou como um líder negativo para o povo de Esplanada.
Agora, cabem as perguntas: as esperanças de se ter um governo de origem popular, cujo slogan foi o demagógico “O POVO NO PODER” e que teve tantos recursos, foram atendidas? As promessas de um governo que não concentrasse renda nas mãos de uns poucos, que gerasse empregos, melhorasse a educação, a saúde e a infra-estrutura da cidade, foram cumpridas? Que avaliação fazem deste modelo de gestão, aqueles que o apóiam há nove anos?
Por ocasião da eleição de 2000, caminhões foram colocados durante a campanha nas ruas por ambos os adversários para insinuar a preocupação com a geração de empregos privados. Fato é que o atual grupo teve a chance real e recursos para gerar tais empregos. E não o fez. Por quê?
Como saíram do mesmo saco de farinha estes dois líderes têm suas semelhanças. A criação de pelo menos 1000 empregos diretos ao longo de 08 anos do gestor anterior, geraria a independência ideológica em pouco tempo, tanto do povo trabalhador como também da classe produtiva que passariam a depender menos das faturas da prefeitura.
O trabalhador por sua vez, teria renda digna, oriunda do seu labor e não teria que expor sua miséria ideológica e material no pedir diário de cestas básicas expostas cruelmente no programa de rádio do governo.
Por sua vez, prestadores de serviços e fornecedores de produtos, numa perversa inversão de valores, ficam a mendigar seus pagamentos a Prefeitura. Pagamentos estes que só são feitos regularmente e até com fatura em períodos eleitorais.
Passamos da total negação da possibilidade de renda através do maior consumidor a prefeitura, para ficarmos reféns de pagamentos chantagistas e manipuladores deste grupo político que colocamos no poder.
Está mais que na hora de jogarmos fora, esta moeda de faces iguais e superarmos esta dicotomia e corajosamente sustentarmos uma terceira via de gestão pública, que não repita os mesmos vícios destes dois grupos que se confrontam há muito tempo em Esplanada.
Há uma espécie de complementaridade entre eles. Não precisamos ficar reféns do receio de um e da manipulação material do outro. Podemos superar esta armadilha ideológica que nós mesmos criamos. O gato ensinou à onça seu pulo lateral e assim salvou a sua vida. Salvaremos da mesma forma nossa utopia, nosso sonho, nossa dignidade, se fizermos o mesmo que o gato desta anedota tão antiga e tão sábia.
As condições históricas e conjunturais estão dadas para que eles sejam superados. Mas para que determinadas condições mentais e materiais deixem de ser potência e virem fatos, é preciso a ação humana através dos setores médios e dos trabalhadores, os principais condutores de um processo eleitoral. A opção ideológica por uma terceira via, terá que ser feita pelo povo de Esplanada, sob pena de que nossos filhos herdem a armadilha que nós mesmos criamos.
Teremos que resgatar a mesma indignação pura, genuína que nos tornaram senhores da história política de Esplanada. O que é uma liderança política, senão a simbiose, a mistura entre liderado e liderando. Se reeditarmos este modelo, estaremos lhe dizendo amém, assim, o aprovando.
As situações não são iguais. Mas as facetas negativas apresentadas pelo atual grupo, tais como, autoritarismo, concentração de renda na mão de poucos, inadimplência sistemática, são capazes com certeza de gerar a mesma indignação de outrora.
É muito oportuna a máxima de Jesus onde ele faz a seguinte pergunta: DE QUE VALE AO HOMEM GANHAR O MUNDO DINHEIRO E PERDER A SUA ALMA? Com tal pergunta ele está a nos lembrar que nem toda a comida, nem todo o dinheiro, nem todo o poder, nem toda a concupiscência, pode satisfazer o homem. Existe algo de digno, de imaterial, de transcendental em nós, que muitos que usam a religião institucionalizada para benefício próprio, esqueceram que existe em seus corações.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 30 de outubro de 2009, às 00h13min. ALISTE-SE NA CIDADANIA PARTICIPE E ACESSE O SITE DA ONG transparênciaesplanada.com.br. (Leia e comente outros textos no blog: arioiconoclasta.blogspot.com/

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