quarta-feira, 31 de agosto de 2011

QUEM CONVIDA DÁ BANQUETE

Primeira Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres
Esplanada – Ba

O ditado acima se aplica a qualquer gênero, cor ou classe social. Ele é da etiqueta universal e tem que ser respeitado. Pois é justamente sua universalidade que me inspirou escrever essa reivindicação.
É claro que qualquer iniciativa de discutir a opressão feminina vai ser sempre bem-vinda. A cada 24 horas 10 mulheres no Brasil são assassinadas por seus ditos companheiros. O que causa tal fúria assassina machista é o fato da mulher tentar por um fim na vida de violência e desrespeito que levava. Muitas vezes as instituições públicas do judiciário não têm o preparo para controlar e inibir tais comportamentos.
Em Esplanada, Aurelina Mota e Professora Jeannette têm o mérito de colocar a discussão de gênero em pauta respectivamente através da DPPM (diretoria de Políticas Públicas para as Mulheres) e do CMM (Conselho Municipal da Mulher). A Primeira Conferência Municipal para as Mulheres, como que veio culminar o pioneirismo dessas mulheres.
Que se pese tudo isso. Entretanto, não quero ter a fama de “pé-frio”, de chato e do que só faz criticar, mas tá mais que na hora da nossa cultura provinciana de receber pessoas e fazer eventos mudar.
De agora em diante vamos procurar respeitar os horários antes amplamente propagados. O evento marcado para começar as 07h30min só começou depois das 10h00min. Praticamente duas horas e meia de espera para seu começo. Os participantes deram um show de paciência.
Era chato ver o serviço de som sendo calibrado durante o próprio evento. As discussões dos temas ficaram para a tarde porque o prazo da manhã foi esgotado. O que deve ter contribuído bastante para o esvaziamento do evento no período da tarde. Eu mesmo não fiquei mais. Preferir ir trabalhar na minha escola.
Uma das lições que se tira de tudo isso é que o público alvo, no caso, as mulheres não foi respeitado. Talvez a gente se espelhe em muitos serviços públicos como educação, saúde e moradia que são realizados como se fosse um favor. E não são favores. São direitos do povo transformados em barganha clientelista.
A gente está sem perceber reproduzindo o desrespeito a população em geral e ao gênero feminino, ao realizar eventos que não se caracterizam pela presteza e pela atenção ao público alvo. O improviso, o atraso foram a tônica da organização desse evento, ou melhor, da falta de organização.
O Grupo de Capoeira Topázio se apresentou num momento inconveniente. Justamente na hora em que os participantes do evento estavam comendo numa quentinha, que não tava tão quentinha assim. Quentinha essa que não ajudou nenhum pouquinho a manter os espaços de trabalhos higienizados.
Tá hora também do trato das políticas de gênero perder seu aspecto de intimidade com o poder. Certos paternalismos só fazem mal ao movimento feminino. Fazem tanto mal que a Primeira Conferência de Políticas Públicas para as Mulheres de Esplanada, cometeu a gafe de não convidar a Primeira Dama do Município e Secretaria Municipal de Ação Social para compor a mesa do evento. Precisamos desconstruir a figura do poder e do governo do “homem”, que assombra nossas ações cotidianas para não cometer gafes sutis, mas intensas em seus significados como essa.
Lembrando que a própria expressão paternalismo suscita a figura masculina do pai, a heteronormatividade. A qual deve ser questionada e rompida para dar espaço às reivindicações de igualdade social da mulher.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 01 de setembro de 2011, às 01

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

PREFÁCIO DO AUTOR

Este livro é expressão das inquietações existenciais, resultantes da relação dialética entre minha individualidade e o meio em que vivo.
Esplanada, como qualquer município é um microcosmo de um mundo maior. É total espelho de qualquer cidade desse país, porque não dizer desse mundo, grande ou pequena. Nela se condensa todas as virtudes e mazelas da nossa sociedade, tanto no aspecto político, social, econômico, como o de costumes. Nela o humano se expressa em toda sua perversidade e beleza.
Agradeço a livros como a Bíblia e Palavras de Fogo de Osho. Agradeço também a pensadores como Jesus, Buda, Karl Marx, Eric Fromm, Friedrich Nitzhsche e tantos outros, de quem com admiração e reverência plagiei idéias para abordar nossa sociedade. Acredito que idéias, músicas inspiradas e textos poéticos, não pertencem aos seus autores. Pertencem a todos que são tocados por suas mensagens.
Acho que não trago nenhum novidade. Acho que meu trabalho é apenas expor o lixo que nos esforçamos para manter debaixo do tapete. O lixo a que me refiro de maneira simbólica, é a visão conservadora desse mundo tão desigual, o qual confronto e muitas maneiras infelizmente reproduzo; é a leitura conveniente da realidade que só interessa a quem possui postos de mando.
Esplanada tem potencial em todos os aspectos para se tornar uma sociedade mais igualitária e próspera, porém a visão tacanha, maniqueísta e predatória das suas lideranças, tem impedido a expressão do seu verdadeiro valor.
Nós, nunca devemos perder a dimensão da utopia. A utopia é necessária para nos manter vivos! Quem estiver motivado para manter esse mundo como está, terá que ser confrontado pelo sonhador. É nesse grupo que me incluo, no grupo dos sonhadores.
Espero sinceramente que esse livro contribua para fazer crescer cada vez mais o número dos sonhadores, que os realistas de plantão batam em retirada, e que a utopia de um mundo melhor se torne uma realidade.Carpe diem.

Observação: A maioria dos textos são inéditos. Não foram impressos e publicados como costumo fazer e nem tampouco postados no Esplanadanews. Encontram-se todos no blog arioiconoclasta.blogspot.com/

DA NECESSIDADE DE UMA TERCEIRA VIA DE GESTÃO EM ESPLANADA

Recentemente em seu Blog Ciro Gomes afirmou categoricamente que a polarização da vida política do país em torno do PSDB e do PT faz mal ao país. Disse que esse comportamento da classe política e do povo brasileiro acaba por inibir a possibilidade de se enxergar outras vertentes, outras visões e outras forças políticas no país.
Em nossa cidade acontece algo parecido. A polarização Aldemir X Grisi é antipática e esgotada. Já está mais que na hora dos eleitores esplanadenses superarem esta polarização (Leia-se o confronto político de Grisi e Aldemir) que tanto faz mal a saúde político-administrativa da nossa cidade.
É consenso na sociedade esplanadense a necessidade uma terceira via de gestão no poder executivo local. O esgotamento do modelo condução da coisa pública do atual grupo no poder é notório. Os anseios dos trabalhadores e dos setores médios não foram atendidos.
A colocação da abundância de recursos a serviço da concentração de renda, da manipulação eleitoral, da criação de um projeto de poder e não de um projeto de governo, é clara, ao se evidenciar a extrema dependência dos recursos da prefeitura para tocar a economia local.
O aparecimento de empresas como a NDL que dinamizaram o comércio, o mercado de aluguéis e o de empregos, não dependeu em nada da ação do prefeito anterior ao atual. Os esplanadenses não podem ficar dependentes da chegada por puro acaso de surtos de dinamismo de origem externa em sua economia.
O poder executivo junto aos setores produtivos tem que ter um papel ativo na geração de emprego e renda para a classe trabalhadora do nosso município.
Justificada a necessidade da terceira via de gestão vamos analisar qual seria seu perfil. Em princípio é óbvio que ela terá que ser a negação de tudo que tem sido feito pelo perverso binômio ideológico que habita o imaginário eleitoral do povo de Esplanada.
No livro do velho testamento do profeta Daniel existe o relato da interpretação de um sonho que perturbava o reio Nabucodonosor. Nele, o rei teve a visão de uma estátua gigante que tinha o pés de barro, as pernas de cobre, e a medida que se subia em direção a cabeça os metais iam ficando mais raros e valioso na constituição dos membros desta estátua, até culminar com a cabeça de ouro.
Fazendo uma analogia entre a estátua do sonho do rei Nabucodonosor e a terceira via de gestão necessária em Esplanada, o que se pode dizer é que é dos pés de barro até a cabeça de ouro, que podem representar do simples eleitor até a estrutura política dos dois grupos políticos que se confrontam em Esplanada, há tanto tempo e que teimam em se vender como as únicas opções possíveis. O que não é verdade. É que deve nascer a terceira via de gestão para ocupar o poder executivo e legislativo em Esplanada.
Da negação dos vícios e distorções das lideranças destes dois grupos o é que deve nascer a realização de um projeto de governo que contemple a necessidade de geração de empregos privados através dos investimentos públicos, o direcionamento do poder de compra da prefeitura para os fornecedores locais sempre que possível e distribuído de forma eqüitativa. De preferência com o pagamento em dia para os fornecedores de produtos e serviços. O estímulo da ampliação da prestação de serviços públicos através de instituições estaduais e federais. A contratação de consultoria que estruture a burocracia administrativa da prefeitura. O executivo terá que também estimular o tratamento industrial das nossas matérias-primas principais tais, como o leite, o coco e a madeira das florestas homogêneas, além de estimular o turismo e agricultura de subsistência e comercial tanto na região da praia como nos assentamentos. É imprescindível um projeto para a educação local que qualifique os professores, lhes pague melhores salários e dê lhes dê boas condições de trabalho.
Cidadãos esplanadenses! Sustentamos anos a fio esta polarização política entre estes dois nomes, está mais que na hora de termos a ousadia de sairmos desta armadilha ideológica que nos foi imposta. Temos que ter ousadia e amar realmente nossa cidade e seu povo e transcender esse binômio político. Sustentar esta polarização parece sustentar mais nossos interesses pessoais e egoísticas que os interesses do nosso município.
Professor Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 17 de Abril de 20109, às 10h50min
Leia e comente outros textos no blog: arioiconoclasta.blogspot.com/

SOBRE ELEFANTES BRANCOS

O objetivo do chamado Centro Administrativo de Esplanada nunca foi ser um lugar operacional para plena execução das funções administrativas da prefeitura. A intenção sempre foi impressionar. Principalmente aos incautos que por ignorância cidadã não valorizam as ações sociais de um governo. Preferem ficar reféns do olhar e do toque nas obras de alvenaria.
Gigantismo e falta de operacionalidade é a tônica na maioria das obras desse grupo político. Quando não são terminadas elas pecam por não atender as funções para as quais foram construídas. Vejam o caso do Matadouro Municipal, do Centro de Abastecimento e do galpão de 6 mil metros quadrados, do dito Distrito Industrial no entroncamento do Conde.
A construção da Prefeitura Nova não tem o pragmatismo de quem quer governar uma cidade com os princípios da eficiência, da economia e da transparência. Tanto é verdade que além de ocupar também a prefeitura velha, o enorme e desnecessário corpo administrativo da prefeitura, está espalhado em casas alugadas Esplanada a fora.
Na recepção o espaço para o trânsito de visitantes se impõe a qualquer outra função do prédio. É como se fosse um museu de pequenas novidades. A lista dos nomes dos construtores da obra, logo ao lado da escada que lembra a do casarão do filme E o Vento Levou, é mais um devaneio demagógico em relação aos operários da construção civil desse grupo político que se tem caracterizado pela concentração de renda nas mãos de uma minoria.
As copas das casas menores são ridículas. Mal cabem o fogão, a geladeira, a pia e uma pessoa. Principalmente se a porta ficar aberta. Se já existia uma copa grande no prédio central, para quê essa copa já que a distância entre os prédios é pequena.
Se a intenção do predomínio total da cor branca nos três prédios foi fazer alusão à pureza, ela foi totalmente frustrada. É só ouvir as falas do vereador Rodrigo de Dedé, na Câmara nas segundas-feiras e veremos os tons pastéis para não dizer negros, que regem as ações politico-administrativas desse grupo político.
O desperdício do espaço externo é notório. Lembram os jardins dos palacetes de reis do Antigo Regime. Na parte externa as colunas gregas do período coríntio têm a função maior de enfeitar do que sustentar a construção.
As mulheres posicionadas na frente de quem adentra o prédio, também tem inspiração grega. Lembram a Deusa Afrodite, deusa do amor e da beleza. Possivelmente simbolizando o prazer dos sentidos que o carnaval, especialmente o de Salvador promove nos camarotes vips da vida. E talvez façam referência a mudança no gosto estético que qualquer novo rico obrigatoriamente desenvolve ao entrar diretamente em contato com o universo burguês. Talvez fruto também da viagem a Roma para ver o Papa. Privilégio que nenhum dos apadrinhados e nem os pobres fiéis da Missa dos Homens e principalmente os da Legião de Maria jamais irão ter. Vão ter que se conformar com a imponência provinciana do Cristo esplanadense e ver o Papa pela mídia ou através de fotos mesmo. Mas esses fiéis estão felizes. Um deles conseguiu entender e usar os signos da religião e do poder em proveito próprio.
Essas mulheres suscitam a discussão sobre gênero em Esplanada. Reparem que elas estão ao mesmo tempo estão sustentando um pequeno pátio e também recepcionando quem chega na Prefeitura. Quem “brilha” sobre essas funções aparentemente humildes mas verdadeiramente subalternas? Respondam a essa perguntas as professoras que tiveram aumento de 30% sem greve e sem nada e a maioria das secretarias administrativas desse grupo. Boa pergunta também para Aurelina Motta atual presidenta da Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais de Esplanada.

Talvez a existência de um prédio central se impondo sobre os três menores possa significar o personalismo do seu construtor sobre os poderes constituídos: o executivo, o legislativo e o judiciário. Personalismo que remonta a forte influência do carlismo no pensamento politico desse grupo. É só observar que administrativamente, aqui mais parece guardadas as devidas proporções, uma Mini-Bahia com as obras do Centro Administrativo (leia-se Prefeitura Nova), do Distrito Industrial (leia-se galpão gigante) e o eternamente inacabado Centro de Abastecimento, todos fazendo forçada referência aos ícones econômico-administrativos carlistas que seriam o CAB e o Centro Industrial de Camaçari, além do Centro de Abastecimento soteropolitano.
Há outros simbolismos nesse Centro Administrativo provinciano. Como todo castelo de cartas é sensível a qualquer sopro de racionalidade. E cai. O teto lateral que mais parece um pátio e insinua solidez, é feito de telha de amianto. Além dos já propagados problemas estruturais, de saneamento e iluminação. Como a maioria das obras públicas que são feitas nesse país custam muito caro e a qualidade da construção é duvidosa. E esse ícone do poder político desse grupo não consegue infelizmente fugir a essa triste regra.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada,18 de agosto de 2011, às 19h30min.
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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

VOCE ME ACEITA NO SEU GRUPO? QUERO A RESPOSTA AGORA!

A ambição sujeita os homens a maior servilismo do que a fome e a pobreza.
Marquês de Maricái

O fato de Fernando Grisi dizer que não é candidato (o que não acredito) está exibindo com mais força a natureza servil do povo de Esplanada. Está havendo uma espécie de “nó ideológico” na cabeça dos eleitores.
Primeiro porque Diolando é uma entidade biônica, artificial, uma espécie de Frankstein político e que não consegue estabelecer uma chefia política do quilate do seu mentor, o Aldemir da Cruz; Segundo pela já mencionada “desistência” de Fernando Grisi do pleito eleitoral de 2012; Terceiro porque Rodrigo de Dedé, virtual herdeiro político de Grisi, não está conseguindo, até o momento pelo menos, o apoio automático e integral dos eleitores histórico de Grisi.
Até porque com a possível desistência de Grisi, a velha e conformista síntese ideológica do “ruim com ele, pior sem ele” já está superada e sem sustentação diante dos abusos que temos aturado em 12 anos de dominação política desse grupo.
Tudo isso gerou uma quadro de incertezas para uma população eleitoral sem ousadia, sem criatividade e que enxerga no servilismo a única forma de lidar com o poder e os pleitos eleitorais em Esplanada. Ser servil pra quem não sabe, é ter espírito de servidão. Ser servil é rebaixar-se em seu valor de criatura humana perante outro humano. É ver na bajulação a única forma de ver seus interesses atendidos. O ser servil não consegue defender os interesses de uma coletividade, ele só consegue enxergar seu próprio egoísmo. Com isso os servis tornaram a base eleitoral e de gestão dos governos autoritários, manipuladores e concentradores de renda nos últimos trinta anos em nossa cidade.
Acostumados que somos a servir ora, um ora outro, não conseguimos desenvolver a capacidade de escolher nosso destino político. Ficamos reféns dos nossos interesses pessoais e entregues ao domínio de um grupo sabidamente nefasto para a população de Esplanada, principalmente para o menos favorecidos.
O fato é que eleitores históricos de Fernando Grisi estão buscando a “sombra” clientelista do grupo de Aldemir. Essa população eleitoral não consegue se organizar e propor uma terceira via de poder, fora dessas duas chefias políticas locais. Na verdade, nosso servilismo histórico não permite que tenhamos independência ideológica para propor um novo tipo de gestão no governo da nossa cidade.
Um momento de criatividade, ousadia e união foi durante a primeira campanha de Aldemir da Cruz. Sem “mamar” (leia-se ter cargos de confiança, privilégios, prestação de serviços) na prefeitura e indignados com último governo de Grisi, o comércio, os fazendeiros e a classe média urbana souberam se organizar e derrotar Grisi eleitoralmente. Mas pararam aí. Escândalos, concentração extrema de renda e privilégios, prestação sofrível de serviços públicos como saúde, educação e segurança, não “desataram” a aliança desses setores com esse grupo político que domina o cenário politico da nossa cidade há 12 anos.

Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 14 de agosto de 2011 às 21hs32min.
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