quinta-feira, 19 de abril de 2012

CANIBALISMO POLÍTICO



Se a cisão entre Aldemir e Diolando for real eles estarão cometendo, na minha opinião, uma espécie de “canibalismo” político. Simbolicamente estarão comendo a própria carne. Todo o investimento de 12 anos na criação da estrutura de poder dos governos de Aldemir e Dioando estará dividido entre eles, diante de uma oposição que pode se unir e ameaçar a hegemonia desse grupo.
Por exemplo, em quem vai votar alguém que “passou” nos concursos de Aldemir, mas que passou a ter mais privilégios no governo de Diolando? Em quem vai votar o diretor, a diretora que passou oito anos no cargo durante o governo de Aldemir, mas que só passou a incorporar o salário de diretor em definitivo no governo de Diolando? Os cargos comissionados e de confiança, os fornecedores de serviços e produtos são os mesmos dos dois prefeitos. Que caminhos irão tomar?
Essa pretensa divisão está causando um nó eleitoral na cabeça de muitos eleitores desse grupo. O investimento eleitoreiro da máquina administrativa de Diolando arregimenta os votos no que deveria ser o domínio eleitoral de Aldemir.
Será que eles realmente acham que vão instaurar um falso binômio Aldemir X Diolando, para substituir o antigo: Aldemir X Grisi? Assim fica tudo em casa. Tá difícil que isso cole. Afinal, todo mundo sabe que Diolando foi eleito através do apoio de Aldemir e seus eleitores. Portanto, o governo de Diolando é a culminância política desse grupo no poder. É pura continuidade do governo de Aldemir.
Tanto que na Câmara, o vereador da situação Everaldo Lins, fez alusão a existência de uma oposição branca e a falta de identidade do governo de Diolando. Com isso quis dizer que os fornecedores de serviços, produtos e a estrutura administrativa de todos os escalões pertenciam ao governo de Aldemir.
Nepotismo, demora nos pagamentos, serviços precários de educação e saúde, já existia com toda intensidade nos governos do Sr. Aldemir. O contraste artificial de entre Aldemir e Diolando não vai colar. Instintivamente o eleitor sabe que ambos são farinha do mesmo saco. Ṕodem até votar neles. Afinal, o poder da máquina administrativa é muito grande. Mas o eleitor sabe que a “briga” entre eles é enganosa.
Os eleitores de Esplanada não podem ficar a reboque dessas encenações políticas. Precisamos ter maturidade pra saber que esse grupo político se esgotou. Já deu o que tinha de dar. Sua função histórica foi superar o Grisismo.
Aldemir não transformou qualitativamente a vida das pessoas. Não gerou empregou e nem humanizou os serviços de educação, saúde e nem melhorou a economia local.
Vivemos de surtos econômicos ocasionais vindos de fora que beneficiaram a população e seu governo. A vinda da Index, a descoberta de novos poços de petróleo em nosso subsolo, o encarecimento do barril de petróleo por causa de conflitos no Oriente Médio, a coleta de pinos e eucaliptus, o aumento dos recursos do fundo de participação dos municípios. Esses fatores triplicaram os recursos da prefeitura e geraram um surto de desenvolvimento não sustentável e que logo acabou.
Tudo isso foi colocado a serviço da estrutura de poder desse grupo. Ela muito cara. Concentra renda e aumenta a miséria material e ideológica do povo de Esplanada.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 18 de abril de 2012, às 22h10min.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

E SE DER O MENINO?




Todo mundo sabe. Uma eleição quase sempre se ganha com o poder do dinheiro e da máquina administrativa. A “máquina”, como próprio nome já diz é muito poderosa e eficiente. Afinal, troca de turnos, gratificações salariais, transporte, reformas de casas e operações para alguns “escolhidos”, costumam “comprar” os votos dos eleitores. Ainda mais, quando esses benefícios que deveriam ser impessoais e coletivos na figura do estado, se transformam em ações tidas como pessoais do mau político que aparece como benfeitor da comunidade que explora.
Mas uma eleição também não é somente um fenômeno social previsível e estatístico. Ela costuma pregar peças. Quem diria que Jacques Wagner iria vencer sua primeira eleição para governador? Há de algo de imponderável, passional e imprevisível numa eleição. É como jogo de futebol. Nem sempre os favoritos vencem. É como uma paixão por um time, a razão não explica.
Durante uma eleição, cidadania, passionalidade e interesses se mesclam e configuram determinados comportamentos eleitorais. É possível que esse grupo desgastado com os 8 anos de governo de José Aldemir e os 4 de Diolando esteja dando adeus ao poder nas próximas eleições.
Talvez os eleitores mais pobres não queiram mais esse grupo no poder. O eleitor talvez esteja cansado de ser manipulado eleitoralmente. Talvez ele não se sinta mais obrigado votar na situação e mesmo recebendo certos “benefícios” votem na oposição.
Um candidato de oposição que tem carisma, retórica e capacidade de trabalho para absorver esses votos e ganhar a próxima eleição é Rodrigo de Dedé. Rodrigo tem feito um trabalho incansável de vigilância das ações do poder executivo e legislativo da nossa cidade. Tem sido o principal canal de expressão das insatisfações populares. Pode ocorrer um crescimento eleitoral incontrolável e irreversível e o “menino” ganhar essas eleições.
Boa parte do setor médio está estabelecidos no poder público municipal e não quer mudança. Se organizou e tirou Fernando Grisi do poder e colocou Aldemir/Diolando. Já estão 12 anos no poder e não vão largar esse bolo. Resta uma possibilidade, que a população mais pobre provocada pelo discurso de indignação e mudança de Rodrigo de Dedé, dê uma rasteira neles.
Precisamos respirar novos ares administrativos, inspirados por exemplo, nas ações do PT através dos trabalhos de Anselmo Machado, quando diretor do ACM e no trabalho de Pondé, quando esteve à frente da Secretaria de Agricultura.
O poder municipal não pode ser transformado em algo particular e pessoal. As ações do poder executivo têm que ser pautadas no princípio da humanidade, eficiência e impessoalidade. O poder não poder ser exercido na cozinha, no bar, no culto religioso, no rito de candomblé ou na fazenda de ninguém.
Precisamos ter uma filosofia de governo que norteie as ações do poder executivo na saúde, na educação e na contribuição que o poder executivo pode dar para o desenvolvimento sustentável da economia local.
Essa é a esperança que a candidatura de um político do calibre de Rodrigo de Dedé deve despertar na população eleitoral de Esplanada.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 08 de abril de 2012, às 22h26min.