Se a cisão entre Aldemir e Diolando for real eles
estarão cometendo, na minha opinião, uma espécie de “canibalismo”
político. Simbolicamente estarão comendo a própria carne. Todo o
investimento de 12 anos na criação da estrutura de poder dos
governos de Aldemir e Dioando estará dividido entre eles, diante de
uma oposição que pode se unir e ameaçar a hegemonia desse grupo.
Por exemplo, em quem vai votar alguém que “passou”
nos concursos de Aldemir, mas que passou a ter mais privilégios no
governo de Diolando? Em quem vai votar o diretor, a diretora que
passou oito anos no cargo durante o governo de Aldemir, mas que só
passou a incorporar o salário de diretor em definitivo no governo de
Diolando? Os cargos comissionados e de confiança, os fornecedores de
serviços e produtos são os mesmos dos dois prefeitos. Que caminhos
irão tomar?
Essa pretensa divisão está causando um nó eleitoral
na cabeça de muitos eleitores desse grupo. O investimento
eleitoreiro da máquina administrativa de Diolando arregimenta os
votos no que deveria ser o domínio eleitoral de Aldemir.
Será que eles realmente acham que vão instaurar um
falso binômio Aldemir X Diolando, para substituir o antigo: Aldemir
X Grisi? Assim fica tudo em casa. Tá difícil que isso cole. Afinal,
todo mundo sabe que Diolando foi eleito através do apoio de Aldemir
e seus eleitores. Portanto, o governo de Diolando é a culminância
política desse grupo no poder. É pura continuidade do governo de
Aldemir.
Tanto que na Câmara, o vereador da situação Everaldo
Lins, fez alusão a existência de uma oposição branca e a falta de
identidade do governo de Diolando. Com isso quis dizer que os
fornecedores de serviços, produtos e a estrutura administrativa de
todos os escalões pertenciam ao governo de Aldemir.
Nepotismo, demora nos pagamentos, serviços precários
de educação e saúde, já existia com toda intensidade nos governos
do Sr. Aldemir. O contraste artificial de entre Aldemir e Diolando
não vai colar. Instintivamente o eleitor sabe que ambos são farinha
do mesmo saco. Ṕodem até votar neles. Afinal, o poder da máquina
administrativa é muito grande. Mas o eleitor sabe que a “briga”
entre eles é enganosa.
Os eleitores de Esplanada não podem ficar a reboque
dessas encenações políticas. Precisamos ter maturidade pra saber
que esse grupo político se esgotou. Já deu o que tinha de dar. Sua
função histórica foi superar o Grisismo.
Aldemir não transformou qualitativamente a vida das
pessoas. Não gerou empregou e nem humanizou os serviços de
educação, saúde e nem melhorou a economia local.
Vivemos de surtos econômicos ocasionais vindos de fora
que beneficiaram a população e seu governo. A vinda da Index, a
descoberta de novos poços de petróleo em nosso subsolo, o
encarecimento do barril de petróleo por causa de conflitos no
Oriente Médio, a coleta de pinos e eucaliptus, o aumento dos
recursos do fundo de participação dos municípios. Esses fatores
triplicaram os recursos da prefeitura e geraram um surto de
desenvolvimento não sustentável e que logo acabou.
Tudo isso foi colocado a serviço da estrutura de poder
desse grupo. Ela muito cara. Concentra renda e aumenta a miséria
material e ideológica do povo de Esplanada.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 18 de abril de 2012, às
22h10min.