terça-feira, 15 de maio de 2012

POEMA PARA ESPLANADA


Ó Esplanada que tristeza
Até quando vais ainda servir de repasto para os abutres famintos do poder?
Até quando vai deixar seus filhos morrerem a míngua?

Suas riquezas cantada em hino cívico
Serve ao nepotismo e à ganância

Religiosidades falsas e mundanas
aplacam a angústia sincera de sua população pobre

Esplanada, tu não precisas de Salvadores
Eles é que se apropriam de suas riquezas
Tu és que serves de mãe acolhedora e inocente dos canalhas que te elogiam
E te comandam

A aparente opulência do seu Centro Administrativo
Serve apenas para esconder conspirações ambiciosas
Eles estimulam a cultura do silêncio
São como “sepulcros caiados” belos por fora
No entanto, só servem para esconder a podridão da matéria

Esplanada tens que soltar um grito libertário
Tens que evoluir para outros patamares de convivência
Não podes ficar refém da mentalidade provinciana de alguns
Tens potencial para seres verdadeiramente uma estrela
E iluminar seus filhos pobres
De verdadeira dignidade.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 26 de abril de 2012, às 12h34min.


HÉLIO BOBINA, O PIONEIRO DO RÁDIO E DA COMUNICAÇÃO EM ESPLANADA


Eu me lembro bem. O cinema operado por Hélio Bobina, exibindo O Dia da Ira com Giulianno Gemma e Lee Van Cleef. Eu tinha 13 anos de idade e encantado com a Sétima Arte, assistia fascinado as peripécias dos pistoleiros do Western Spaghetti italiano inspirado no cinemão norte-americano.
Hoje os cinemas de bairros e os interioranos estão esquecidos. Mas personagens como Hélio Bobina não podem ser esquecidos por seus munícipes, somente porque sua obra de vida não está escrita em obras públicas grandiosas carregadas de pecados capitais.
Sua existência se caracterizou pelo exercício diário e digno da rádio-comunicação em nossa cidade. Ainda lembro da Esplanada Rádio Publicidade onde ele usava a expressão: “cumprimos o nosso doloroso dever”, com sua voz rouca e pausada, para anunciar o enterro dos nossos entes queridos. Ecoa em minha mente até hoje, a marcha fúnebre que marcava tristemente o anúncio da saída do féretro.
Esplanadanews, Regional24hrs, Brisa Mar Fm e a Esplanada Fm, embora não saibam, são herdeiros dos 40 anos do exercício da rádio-comunicação do Sr. Hélio Bobina em nossa cidade. Ele não tinha os recursos e o alcance da internet e nem mesmo das ondas do rádio. Tinha apenas o microfone, os altos-falantes colocados estrategicamente no centro da cidade e o carro de som que visitava as ruas periféricas fazendo seus anúncios comerciais. Ainda assim, exercia a arte da comunicação com presteza e maestria.
Hélio Bobina certamente se encontra entre as pessoas que devem ser lembradas definitivamente em Esplanada. A colocação do seu nome numa rua ou numa obra pública relativa a cultura vai ser de muito bom tom. Uma cidade não pode esquecer de sua história sob pena de perder sua identidade.

Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 13 de maio de 2012, às 19h04min.