quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

AMÉM AO “HOMEM”

Em entrevista recente, o Secretário de Agricultura municipal e o repórter do programa do governo fizeram um toque de bola ideológico descrevendo os oito anos do governo Lula como um exemplo ELENCANDO números positivos em relação ao acesso dos excluídos a comida, sobre aumento do acesso de pessoas ao ensino superior, o controle da inflação, a construção de hospital pelo governo do estado, a confiança dos investidores internacionais no país, a condição do Brasil hoje de ensinar aos americanos o sucesso do Plano Real, a redução do preço do kit-ceia do natal, o fato do Brasil se tornar até um credor do FMI, etc.
A função de qualquer assessoria de imprensa de qualquer governo é tingir com cores fortes o quadro feito em branco e preto de qualquer gestão. Ao se aproximar o período eleitoral das eleições do executivo e do legislativo federal, a versão dos governos, da situação sobre as suas realizações terão cores muito mais intensas do que as cores da realidade.
Com relação à entrevista no rádio onde o governo Lula foi colocado nas alturas, o principal fato omitido é que os sucessos estruturais na condução da economia do país tais como: confiança dos investidores internacionais, controle da inflação e o absoluto controle da dívida externa, não se deve ao governo Lula. E sim, ao governo do PSDB, que foi o mentor do Plano Real. Se o governo Lula teve algum mérito, foi obedecer ao pé da letra às orientações do Plano Real.
Quando se vangloria o acesso as universidades das populações mais pobres e negras do país, as pessoas esquecem que apesar de tudo isso, o Brasil não chegar a ter 10% da população estudantil com o curso superior completo. Enquanto nos Estados Unidos e na Europa, alguns países chegam a ter 40% da população formada em universidades.
A visão técnica e economicista dos governos deste país levam os governantes a dizerem baboseiras que se contradizem cotidianamente. Como divulgar a melhoria das condições de vida das populações mais pobres, se o governo Lula, afirma que nunca o capital financeiro ganhou tanto dinheiro como no seu governo? A redução do preço do kit natalino não se deve pela maior produção, se deve pela falta de procura do mesmo. E o que dá origem a falta de procura de um produto? A falta de condições para comprá-lo. A qual é gerada pelo desemprego, pela diminuição da renda da população pobre do país.
Portanto, não faz nenhum sentido esse ufanismo em relação à Ilha da Fantasia ideológica criada pelo PT para defender sua continuação no governo. Na verdade, se esperava mudanças mais intensas, propostas ainda quando PT era um partido maldito e Lula era o sapo barbudo e “analfabeto” indigerível pela elite brasileira. Hoje reza a cartilha neoliberal com tamanha competência que chega a ser chamado pelo Tio Sam, na pessoa de Obama de: THE MAN!. Para quem não sabe, é como a gente costuma chamar o novo rico ou poderoso em Esplanada: “O HOMEM”. Frases tais como: “O Homem taì? O Homem viajou? Quando o Homem vai nos pagar? Abundam em nosso cotidiano.
Não devemos procurar o “HOMEM”, mas devemos ser HOMENS! Para pararmos de pedir, de mendigar pequenos privilégios. Porque quem nos dá um pequeno privilégio através do poder público, se apropriou de privilégio ainda maior.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 26 de novembro de 2009, às 13:32min.

A FAVELIZAÇÃO NAS PEQUENAS E GRANDES CIDADES

O nascimento das cidades em tempos remotos, já trazia em sua própria formação a desigualdade social. Seu nascimento já implicava num grande aglomerado de pessoas, resultado da produção de excedentes que determinou a divisão entre cidade e campo, entre produtor rural e artesão, entre quem governa e é governado e a apropriação da riqueza, por uma classe dirigente e proprietária. Bem diferente das antigas aldeias comunais que a precederam. Se tornarmos a conhecida política do “panis et circensis” promovida pelos imperadores em Roma, que era uma forma de diminuir a tensão social latente no espaço da cidade. Ora, se onde morava esta população objeto da referida política? Nos espaços destinados aos excluídos, nos bairros periféricos. Desta forma, percebemos que a favelização, não é um fenômeno novo e que está longe de acabar.
Se dermos um salto histórico, a partir do momento do recrudescimento das cidades após o período do predomínio do campo característico do mundo feudal, veremos que a riqueza móvel, a intensificação do comércio e a produção para o mercado, típico do modo de produção capitalista, impôs o crescimento intenso e desordenado das cidades levando, o estado classista a não investir em infra-estrutura básica e permitir que grandes aglomerados de pessoas de baixa renda se comprimissem em minúsculos casebres com paredes nuas, carecendo do mínimo de segurança, iluminação, escola, transporte, fornecimento de água etc.
Para se ter uma idéia do progressivo e incontrolável processo de crescimento das cidades e a conseqüente favelização de espaços urbanos, é só observarmos a profunda atualidade do fragmento de um texto do livro lançado pela EDUSP, editora da Universidade de São Paulo em 1977: ANTROPOLOGIA SOCIAL de Gadamer-Vogler na página 215:
A concentração da população em cidades é sinal característico da era moderna. No início do século XIX, provavelmente menos de 5% da população mundial vivia em cidades com 20.000 habitantes ou mais. No total havia 27 ou 28 cidades com mais de 100.000 habitantes. Cento e cinqüenta anos mais tarde, no ano de 1950, 21% da população mundial viviam em cidades com mais de 20.000 habitantes e o número de cidades com mais de 100.00 habitantes elevou-se 875. Hoje já são mais de 1.000. Nos primeiros 2/3 desde período de tempo, o acelerado crescimento de cidades limitava-se praticamente à Europa. Ao final do século XIX, no entanto, este fenômeno também foi adquirindo importância para as assim chamadas regiões em desenvolvimento. Ali o crescimento ultrapassou em muito o da Europa do século passado; em muitos desses países o índice de crescimento após a II Guerra Mundial coloca-se acima de 5%. Enquanto o crescimento nos países ocidentais teve sua marca máxima há aproximadamente 50 anos, a tendência nos demais países do mundo é ainda de ordem crescente. Nas áreas de rápida urbanização ainda não encontramos indícios de uma desaceleração do desenvolvimento.
Pelo contrário, o crescimento da população urbana no Brasil só fez crescer ao longo dos últimos séculos. No final do século XIX, um razoável contingente populacional recém libertado da escravidão, migrou para os centros urbanos em busca de alternativas de sobrevivência e sem a assistência do novo estado republicano, contribuíram intensamente para a formação das favelas nas cidades de todo país.
Ao longo do século XX, vários eventos externos ao país, como duas guerras mundiais consecutivas e a migração de investimentos das grandes multinacionais para os países periféricos, tornaram o Brasil um país inicialmente de vocação agrária imposta pelos ciclos monocultores voltados para os interesses externos desde a colônia e continuando com a novíssima república com a cultura do café, num país de metrópoles!
Durante a década de 70, em pleno regime militar, o sul do país, especialmente São Paulo, foi o grande receptador do emigrante nordestino banido pelas secas e as pressões latifundiárias de sua terra natal em busca do sonho, das oportunidades que os grandes centros propõem aos seus novos habitantes.
Tornam-se deste modo vítimas da incapacidade do poder público de organizar a ocupação do espaço urbano. A necessidade de sobreviver se impõe e favelas surgem de forma incontrolável junto a espaços próximos a bairros de elite e desnudam o contraste social no simples olhar panorâmico onde arranha-céus e casas suntuosas, convivem praticamente no mesmo espaço onde casebres marrons desprovidos de reboco se amontoam.
A produção da pobreza é estrutural qualquer sociedade baseada na divisão de classe em qualquer tempo histórico, especialmente no moderno sistema capitalista, que impôs a definitiva expropriação da classe trabalhadora, do domínio dos meios de produção naturais e artificiais, colocando a força de trabalho na condição de mercadoria, sua única propriedade. Junto a isso a democracia burguesa instituiu o salário mínimo que numa cínica generalização ideológica deveria servir para o trabalhador comer, vestir e morar.
Desse modo, por razões históricas que não convém aqui aprofundar o estado aparece como mediador autônomo e neutro entre classes que se contradizem, mas que em essência reproduz os interesses hegemônicos.

Muitos são os motivos e variadas são as situações em que espaços urbanos de grande, médio e até de pequeno porte assistem o nascimento de favelas. Às vezes, o esgotamento da extração de um minério ou a decadência de qualquer atividade anteriormente próspera.
O que se discute é de que forma o estado em suas várias esferas e formas vai lidar com este problema. A reinserção das pessoas no mercado de trabalho, a melhoria da condição de moradias ou mesmo sua construção, a realização de obras de infra-estrutura, a eliminação do tráfico, tudo isto culminará com a ocupação de funções que o estado burguês simplesmente desprezou ao longo dos anos em nosso país. Isto se tornou uma tarefa gigantesca e que dependerá da sociedade civil como um todo.
Os órgãos oficiais do poder executivo, excluindo de natureza educativa, têm uma abordagem das populações pobres urbanas com objetivos claramente calcados no mandonismo político. Ou seja, atuam no sentido de perpetuar o seu domínio impondo uma política de manipulação eleitoral, do estado burguês representado por figuras políticas aparecem como benfeitoras. Como evitar o mandonismoo imbuído nas ações públicas? Como abordar a favela através de ações do estado que levem ao respeito da diversidade das minorias étnicas, sexuais e de gênero, se quando o poder executivo o faz é para repetir o esquema de dominação?
O poder executivo tem o apelo de realizações de obras de infra-estrutura física do universo dos favelados. Quando as fazem não estão devidamente instrumentados para uma abordagem humanista das populações objeto de sua ação.
As instituições de ensino, principalmente as universidades, sem desmerecer a rede pública do ensino fundamental, é que podem ter um papel diferenciado na abordagem dos problemas estruturais que penalizam as favelas. Esta diferenciação de expressa na produção do conhecimento que leve em consideração os aspectos culturais e singulares da população pobre das cidades.
Um estudo de caso sugerido como fonte de inspiração para este trabalho, coloca que 64% da população pobre das grandes cidades estão fora das favelas. Onde estão morando estes pobres, se em notícia recente foi dito que no Rio de Janeiro existem 916 favelas?
A discussão da definição da pobreza deve ser objeto do diletantismo intelectual burguês. Não é pobre alguém que mora num barraco e ganha o salário mínimo? Não é pobre alguém que detêm pouquíssima informação formal? Não é pobre aquele indivíduo que mesmo passando por anos de escola pública não consegue dar nome a classe que o domina e identificar visualmente uma conta de somar. É óbvio que a pobreza tem uma concepção abrangente e que dados não mensuráveis pela ciência estatística teriam que ser levados em consideração. A renda é um referencial importantíssimo, porque o poder aquisitivo pode comprar de informação a moradia. Achar que um determinado grupo de pessoas moradores de um determinado bairro que não têm uma renda básica, mas que têm uma relativa assistência do estado, não pode ser classificado com pobre, é como se infra-estrutura fosse um salário indireto que o poder público dá. Portanto, qualidade de vida básica ofertada pelo estado não pode eliminar esta população das estatísticas da pobreza, porque muitos bens de consumo, bens culturais e o próprio lazer, só podem ser adquiridos com renda monetária.
É possível que a tão decantada decadência da classe média, tem criado uma população, digamos, diferenciada de moradores da favela. Talvez a histórica e progressiva política de concentração de renda dos governos brasileiros, tenha gerado ao longo dos anos uma “classe média” favelada, oriunda de setores mais abastados da população.
Outro fator é a própria ascensão econômica destes moradores. Apesar de existir uma eficiente política de reciprocidade entre os favelados, devido a presença efetivado estado do estado, não falta oportunidade de negócios informais e mesmo formais, que geram renda e melhoria efetiva de qualidade de vida destes moradores. Até porque nos últimos anos houve um crescimento relativo de poder de compra da população de baixa renda, promovido principalmente pelo controle da inflação e programa assistenciais do governo federal. Embora não seja a solução, é fato.
O fato é que o morador da favela é estigmatizado por todos que o abordam. Recentemente no Jornal de horário nobre da Record, o apresentador diante da revolta dos moradores de uma favela carioca, queimando pneus, impedindo o trânsito, por causa da morte de uma criança por um tiro perdido que foi atribuído a polícia por ocasião do confronto com marginais, chamou os moradores de “baderneiros” e “vândalos, por causa de alguns excessos como saques a estabelecimentos.
O mote da notícia poderia ser a negligência histórica da ação do estado, no atendimento de necessidades básicas, o despreparo dos policiais técnico dos policiais, o desrespeito a vida etc., mas não, preferiu-se dá ênfase a ameaça a ordem e a propriedade, promovida pelos “vândalos” e “baderneiros” , moradores da favela.
O estigma é mais cruel, quando o próprio morador o incorpora em sua visão de mundo. Como o exemplo que a pesquisadora menciona da favela do Vidigal, quando as crianças se recusaram a entra pra lanchar na multinacional MacDonald’s por se acharem mal vestidos para entrarem do referido estabelecimento.
O arrazoado anterior tem uma conotação sincrônica, causal, portanto, histórica do fenômeno da favelização. Porém, a antropologia, por pretender o olhar totalizante sobre o homem, pode contribuir para a compreensão da população de bairros pobres habitado por autênticos brasileiros, produtores de uma cultura própria e que têm que ser respeitada em sua singularidade pelo estado e não ser apenas objeto de manipulação eleitoreira, da ação violenta do poder coercitivo ou muitas vezes ser discriminada pelos meios de comunicação.
O profissional de Serviço Social, terá que fazer em sua práxis, uma síntese interna, que resulte em ações práticas humanizadoras, entre sua formação acadêmica politicamente correta e a abordagem massificante, manipuladora do estado.
De diversas formas está colocado nos ombros dos indivíduos a responsabilidade sobre o outro, sobre o social. Porém, certas profissões têm um apelo diferenciado. É esta noção de quase um apostolado que o Profissional de Serviço Social deve ter.
A abordagem destas comunidades pelo estado terá que ter dentre outros, o suporte de profissionais do Serviço Social, ancorados numa formação antropológica que “respeitando as diferenças em termos de valores, crenças modos de ser e de agir, e todo o conjunto de manifestações coletivas que são própria de cada grupo social”. Possam prestar um serviço de qualidade para aqueles fisicamente inserido no espaço urbano das favelas.
O profissional de que sai de uma universidade neste país, faz parte grosso modo, de uma elite. Elite que se inspirou no modelo do branco europeu dominador, ainda que tenhamos formado, queiramos ou não, um caudal singular de raças, que a antropologia brasileira tanto estudou, e que nos deu uma identidade enquanto povo, única em relação a qualquer lugar deste planeta. Entretanto, a ideologia reverbera em velhos estereótipos de dominação racial e econômica que podem distorcer a visão de mundo de quem atua com tal público.
Normalmente o estado intervencionista burguês quando atua nestas áreas, carrega o ranço do paternalismo, da filantropia pública expressada na figura de políticos ou de mero assistencialismo, para manter “currais eleitorais” urbanos. O que pode minimizar tal tendência à ação crítica do profissional de Serviço Social. Cada vez, mais se reconhece que a ação ética individual, pode ter eficácia na produção de relações mais humanas, sem que esta ação tenha que ser expressa de forma oficial ou organizada. A micro-ação pode se expandir, porque aquele que num dado momento é objeto, adiante dela se tornará o sujeito.

A DIPLOMACIA DO “CUSPE” E DO “CARINHO”

No programa de rádio do governo, exibido e gravado ainda no mês corrente (outubro de 2009) o qual, faz parte da grade de programação da FM l04 de Esplanada, o repórter do programa patrocinado pela prefeitura, em que são lidas e divulgadas notícias locais, regionais e do mundo, tendo como base de informações o maior meio de comunicação escrita do Norte/Nordeste, o jornal A Tarde, além, de divulgar as ações do governo local, ao se referir ao confronto entre o governo e o SINDSERME (Sindicato dos Servidores Municipais de Esplanada), que lidera o movimento grevista decidido democraticamente numa Assembléia Soberana, disse que a dificuldade de se chegar a uma negociação a contento, se deve à falta de diplomacia, e que com um pouco de “CUSPE” e “CARINHO” tudo se podia conseguir.
Apesar de usar palavras vulgares e com intenção claramente obscena, o raciocínio faz sentido se ele quis dizer que com boa vontade e a consciência de que numa disputa democrática existem perdas e ganhos, qualquer negociação pode ser feita.
A deflagração de uma greve pode não ser diplomática (a do cuspe e do carinho) ─ principalmente para aqueles que ganham para defender o governo ─ mas a greve, é um instrumento democrático, legítimo e nobre para os trabalhadores e seus representantes no SINDSERME.
Na ânsia de defender o governo, que é o seu trabalho, o repórter do programa, recorre ao autodidatismo superficial que o caracteriza e que o habilita, em sua opinião, a invadir domínios nos quais é totalmente ignorante e a fazer levianas interpretações de “psicologia de botequim”, dizendo que aqueles defendem os interesses dos trabalhadores o fazem para projetar neuroses e frustrações.
Mas é a esta diplomacia, “a do cuspe e do carinho” que o atual prefeito se utiliza quando diz que é impossível conceder qualquer tipo de reajuste ao servidor por falta de verbas? Quando tenta transformar um movimento de cunho político, no sentido da luta por interesses trabalhistas que é a função do SINDSERME e é para isso que ele existe, numa discussão meramente contábil?
A diplomacia “do carinho e do cuspe” se desnuda, quando numa tentativa maquiavélica de diluir o movimento o prefeito adia a entrega das informações para o dia 27 do corrente mês.
Ao tentar minar o Movimento desta forma, contando com o tempo e com as pressões psicológicas através das ameaças de demissões e confecção de listas dos funcionários que aderiram a greve, é que o atual governo está se preocupando com o povo de Esplanada, especialmente com a educação do município?
Qual a dificuldade de se ter em mãos as receitas e despesas de um município e declarar que não pode pagar as perdas em relação à inflação do período e ratear o FUNDEB para os servidores da educação?
Simplesmente porque não é uma questão técnica e sim ideológica. A informatização imposta por lei dos dados contábeis de qualquer prefeitura tornou estes dados disponíveis no PORTALTRANSPARÊNCIA. Lá veremos que o município de Esplanada tem recebido em média 6 milhões de reais por mês. Qual é a dificuldade em atender as reivindicações legítimas e nobres dos servidores, se a folha atual de pagamento do município ─ mesmo inchada com cargos comissionados e de confiança totalmente desnecessários ─ não chega a 1.8 milhões de reais? E quando se sabe que por lei um gestor pode gastar até 54% da folha de pagamento em pessoal. Segundo a lei, portanto, o prefeito pode gastar em média 3 milhões de reais com despesas de pessoal em relação aos rendimentos atuais da prefeitura. Se ele só gasta 1.8 milhões, os 1.2 milhões restantes que podem ser gastos em folha de pagamento, estão indo para onde? Será apenas a velha e boa política da elite em concentrar privilégios através dos cofres públicos?
Desse modo, cai por terra o argumento falso e contábil de que não se pode atender as reivindicações dos servidores por falta de dinheiro. O que falta é vontade política e capacidade administrativa.
Não se pode lidar com a complexidade social e política de um movimento grevista de servidores, da mesma forma que se administra uma pequena empresa privada. Esta atitude autoritária e mesquinha, só tem contribuído para que o atual governo seja alvo da insatisfação popular e daqueles que podem crescer politicamente neste cenário caótico da administração desse município.
A vulgaridade explícita na sugestão figurada do uso “cuspe” e “carinho” como instrumento diplomático, uma pérola do raciocínio brilhante do repórter do programa de rádio do governo de Esplanada, não nos impede de dizer, que quem não usa a “diplomacia do cuspe do carinho” não é o SINDSERME e os servidores públicos, e sim, o atual prefeito. Diplomacia esta, proposta de forma infeliz, porém verdadeira, e que não está sendo usada pelo atual gestor em todos os setores da sua administração.
Professor Ari, O Iconoclasta – Esplanada, 15 de outubro de 2009 às 18h58min.

UTOPIA ESPLANADENSE

Descobrir repentinamente meus dotes proféticos! (rs). Acordei nesta madrugada feliz com a lembrança de um sonho que tive à moda do Profeta Daniel.
No sonho, eu vi que o grupo do Sr. Basta da Cruz já não iria usar a crise para justificar o não aumento aos servidores; Também vi que os fornecedores de produtos e serviços que andam mendigando na porta da Prefeitura irão ter três meses de alegria. Vão receber em parcelas gordas o que a Prefeitura a eles deve deste o governo de Basta da Cruz, e vão parar com esta romaria diária na porta da Prefeitura.
No sonho também os professores da rede municipal, a classe mais politizada que já vi na minha vida!(rs) Receberem 3 parcelas do Fundeb. Terão também, colégios finalmente reformados e plena condições de trabalho. É porque no ano que vem uma repentina e inexplicável abundância de recursos com certeza vai haver. Também vi no sonho que o café da manhã nos 3 meses antes das eleições de outubro vai melhorar bastante. É capaz de o governo municipal começar a dar o almoço "aos pequeninos” nos colégios.
No sonho vamos poder tirar xérox à vontade no comércio de Esplanada. Os taxistas vão poder trocar seus carros já velhos por carros novinhos em folha! Atraso nos pagamentos dos claudicantes ônibus escolares, nem pensar! Vamos ver a criação da Associação dos Moto Taxistas. No sonho os gigantes brancos e inúteis passam a ter função. A prefeitura nova, que chamam de Centro Administrativo, será finalmente ocupada pelo Sr. Diolando, ou vamos esperar pela volta triunfal do Beato-Mor? Obra que nem de longe lembrar o CAB, construído pelo saudoso ACM, o político mais democrático, menos autoritário e menos manipulador que já vi nesta vida! (rs). ACM que foi ídolo e inspirador da vida política de muita gente neste país...Será que o foi também de Basta da Cruz?
A parte que mais me deixou feliz no meu sonho profético foi que finalmente o Gigante Branco do entroncamento do Conde, se tornou realmente um Distrito Industrial e atraiu duas emprensas e cada uma gerou 200 empregos diretos com carteira assinada! Fora os indiretos!
A saúde local neste sonho se tornou um paraíso. Já não se pede mais exames de sangue, fezes e urina no programa de rádio da prefeitura para empresários, políticos e particulares pousarem de filantropos e fazerem um marketing da fome para seus comércios. Neste sonho o povo entendeu que tudo que anda pedindo, na verdade é direito seu.
O pronto-socorro, a maternidade e um centro de fisioterapia foram finalmente criados!
Neste sonho o prefeito já não escolhe só um fornecedor para comprar. Nele eu vi que na área de material de construção era comprado o mesmo valor em todas as lojas. Nenhuma teria privilégio nenhum. Assim, aconteceu com as farmácias, com os armarinhos, com fornecedores de gás etc.
A parte triste do sonho, foi que descobrir que tudo isto foi feito, não para atender as necessidades do povo, mas foi apenas para um grupo que está no comando do Estado local continue com seu mando. E que tudo que sonhei só era pra ganhar as eleições. Depois tudo ia ficar decadente, sumiria os recursos, se atrasaria de novo os pagamentos, o pronto-socorro sem material nenhum, o matadouro voltaria a ser lacrado pelo órgão sanitário. Enfim, passaríamos outro ano de caos, com carência de tudo.
Para finalmente em 2112 vermos a volta triunfal, sob a marcha do hino de Esplanada, abundância de dinheiro nas eleições, com apelo religioso e tudo, do nosso amado Beato-Mor, o Basta da Cruz. Porque afinal, o apelo para sua volta é grande... Não se viu um prefeito com tão poucos recursos (rs) fazer a obra que o Sr. Basta da Cruz fez!
No sonho corria a boca pequena que para construir a Prefeitura Nova, ele teve que vender um dos seus imóveis e deixou de fazer um cruzeiro para a Europa ir ver o Papa, privilégios de pouquíssimos fiéis católicos locais, para economizar e colocar o próprio dinheiro na obra. Basta da Cruz é tão bom, que já na época das vacas magras, deixava cortar sua conta de água e luz, somente para pagar a conta das suas cumadis. A mesmas que hoje continuam lavando de ganho ou sendo empregadas domésticas com filhos desempregados. Enquanto isso o cumpadi Aldemir manda na cidade e a quem dizia que se "UM DIA FOR ALGUÉM A SUA VIDA VAI MELHORAR!" Ficou a rezar por dias melhores, principalmente depois que "nos deus" o atual prefeito de lambuja. A vida dele melhorou, e muito, enquanto as cumpadis e os cumpadis continuam na mesma. Mas mesmo assim,continuam dizendo: AMÉM.
Ari, O Iconoclasta, Esplanada, 15 de janeiro de 2011, às 20h30min.

PARABÉNS! CHAPA 1

Existe algo de misterioso, de insondável nos fenômenos sociais que dificulta a compreensão de quem ousa analisá-los. É o caso da vitória da atual diretoria executiva do SINDSERME nas últimas eleições.
Será que o que os levou a vitória foram as quase mil ações trabalhistas atualmente em curso contra o governo municipal?
Será que foi pela greve estrategicamente deflagrada um mês das eleições do SINDSERME?
Será que foi pelas mendicâncias diárias nos programas da FM local para ter um espaço para falar, inclusive pasmem! No próprio programa do governo.
Será que foi pela inocência de se dar entrevista gravada ao repórter do programa do governo?
Será que foi a resistência de se ter um programa de rádio próprio, que não se sabe se foi por economia ou pela falta de compreensão de vê-lo como necessário?
Será que foi pela ausência de atendimento digno ao filiado, que sempre se deparava com a placa Volto Já?
Será que foi pelo uso do tempo pago pela Prefeitura para ficar a disposição do SINDSERME em outras atividades remuneradas?
Serárque foi pela incompreensível dificuldade de se achar uma sede que dê um mínimo de conforto ao filiado?
Será que foi por não se ter ainda um carro ou uma moto de som para minimizar o custo com a divulgação das ações e eventos pertinentes?
Será que foi pelo dia do trabalhador tímido, onde cerca de trinta pessoas, no Coreto da Praça, ridiculamente representaram quase oitocentos filiados ao SINDSERME?
Será que foi pelo fato de uma diretoria que defende o uso correto da contribuição do servidor, contrariar a idéia do custo benefício, tirando 600 xérox para publicar um informe em plena greve, quando uma gráfica daria muito mais retorno?
Será que foi pela adesão a CONLUTAS e o retorno em forma de apoio logístico e orientação na condução do sindicato?
Será que foi pela incapacidade de estimular a adesão de outras categorias profissionais numa greve que se tornou praticamente de professores?
Será que foi pela quase impugnação dos principais líderes da Chapa 1, por problemas técnicos e de prazo na prestação de contas dos últimos 3 anos da atual gestão?
Será que foi pelo inexistente apoio técnico e logístico que a CONLUTAS dá ao SINDSERME em relação ao que ela recebe de contribuição?
Será que foi pelo investimento no internacionalismo trabalhista em detrimento do investimento na organização e politização do servidor local?
Será que foi pelos gastos inconvenientes e desnecessários para apoiar eventos de categorias que são guetos eleitos de alguns políticos ou especuladores de plantão do movimento social?
Será que foi pela incapacidade de entender que um governo é um patrão diferenciado e que fazer economia para enfrentá-lo e exibir extrato bancário com 20.000 em caixa não faz o menor sentido?
Será que foi pela que foi pela opinião austera e hipocritamente moralista de que o dia do trabalhador é dia de REFLEXÃO, junto à aversão ao estilo da CUT de atrair seus filiados com prêmios, festa, entremeados com educação política?
Será que foi pelo heroísmo piegas e convenientemente solitário dos 2 remanescentes da diretoria em relação aos 6 que se tinha a disposição do sindicato no governo anterior?
Será que foi pela total independência ideológica do SINDSERME em toda a sua história em relação a todos os governos que passaram pelo município, inclusive pelos membros da diretoria atual?
Será que foi pelo recrutamento de filiados para fazer número em movimentos trabalhistas de empresas privadas, quando nenhum dito companheiro deste setor nos veio ajudar a fazer número durante um mês em frente da Prefeitura?
Será que foi pela organização, pelo zelo e pelo comportamento ético e coerente da diretoria vitoriosa durante o último mandato?
Tantos questionamentos se justificam porque há algo de misterioso realmente não somente nos fenômenos sociais, mas também dentro de nós. Deixemos então, a história ter seu próprio curso. Os mistérios não são para serem desvendados são para serem vividos.
Holliwoood adora fazer filmes maniqueístas e engraçados onde “vilões maldosos” tentam de tudo para prejudicar ou vencer os “mocinhos atrapalhados e ingênuos”, mas forças misteriosas e irracionais do”bem” faz com que tudo dê errado e os “mocinhos” acabam tendo finais felizes.
Espera-se que esta vitória sirva de aprendizagem. Frequentemente as vitórias podem camuflar erros, vícios e equívocos que devem ser abandonados, não para se tornar mais forte numa eleição, mas para prestar melhor o serviço de representar os trabalhadores do SINDSERME em Esplanada.
Professor Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 15 de novembro de 2009, às 01h24min.

SEJA FEITA A TUA A VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU

No mês passado segundo o calendário gregoriano, faz cerca de 2009 anos que Jesus nos ensinou dirigir-se a Deus. No começo do Pai-nosso nos ensina a santificá-lo e em seguida nos faz clamar para que venha a nós o seu reino.
Usou a terminologia política: “REINO DE DEUS” para se referir ao amor e a paz entre os homens. Tomou emprestada a concepção de reino corrente na época. A força dessa idéia se explica pelo fato de Israel ser, neste período, uma nação dominada pelo Império Romano. Era um estratagema, um meio de chamar atenção para o que falava. Como sempre até hoje nunca foi compreendido. Os judeus clamavam por um líder político que os libertasse do jugo romano e não o messias, um carpinteiro qualquer que pregasse o amor.
Ora, como crer no amor se é pelo chicote, pelo poder militar, pela violência que Roma nos subjuga? Melhor Barrabás, que não respeita a vida e desafia com o roubo a propriedade privada. Como crer no amor se alguns poucos detêm os privilégios, desrespeitam o próximo e não são punidos? Assim, os corações incrédulos de ontem e de hoje duvidam do amor e buscam a riqueza e o domínio político, econômico e mental sobre o próximo.
É claro que a propriedade, a riqueza e o poder político se impõem a através da violência institucionalizada. Mas cabe a pergunta: Se usarmos a violência para superarmos as injustiças, não estamos nós incorrendo no mesmo erro? Jesus sabia disso! Por isso, nunca foi um reformador social. Sua busca era a alma humana.
Esperamos por sinais externos do bem para poder acreditarmos nele. Se não, como se justificaria a necessidade dos milagres. Nossos incrédulos olhos voltados para o mundo externo necessitavam de provas visíveis: os milagres!
Somos todos “São Tomés” e duvidamos do amor. Senão, como explicar tanto desenvolvimento tecnológico e material, diante de tão pouca evolução do amor? Por que volta e meia precisamos de mártires para lembrar do quanto a matéria é fútil e quanto o amor é necessário?
Depois de lembrar de santificar Deus e clamar pelo seu reino, Jesus no Pai-nosso nos dar a fórmula para que isto aconteça: “SEJA FEITA TUA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU”. Ou seja, seja feita, não a MINHA ou a SUA vontade, mas a VONTADE de DEUS. Assim, a única forma de vivermos em paz é renunciarmos a este pequeno “eu” que nos impõe a lógica da acumulação sem ética, sem respeito ao próximo e ao meio em que vivemos.
O momento mais angustiante e doloroso da existência de Jesus foi durante a crucificação. Em que sua fé no homem foi questionada por sua morte injusta. Morrendo precocemente por aqueles que amou e curou. Mesmo sabendo da necessidade do sacrifício vacilou e disse: “Afasta de mim este cálice!”. Mas logo depois, se arrependendo deste apelo egoísta (em relação a sua sina de messias), disse a frase que o transformou de um simples mortal, num ser divino: “SEJA FEITA A TUA VONTADE!”. Diz o relato que “depois de grande grito Jesus expirou...” Quantas vezes em nosso dia-a-dia, diante de pequenas frustrações ou de pequenas graças, dizemos esta frase?
Temos feito a vontade de Deus quando ao longo desses séculos e até hoje, quando assassinamos, enganamos e exploramos o próximo para adquirirmos e/ou preservarmos o poder econômico e político?
Muitos atribuem ao anjo caído à origem deste mal. A responsabilidade da relação entre os homens ser como é. Tentam aliviar nossas consciências, retirando dos nossos ombros a responsabilidade sobre este estado de coisas e atribuem à influência deste ser do mal. Mentira! A responsabilidade é nossa! De cada um. É claro que os que detêm poder, têm mais responsabilidade. Mas todos têm sua parcela de culpa. Do mendigo ao presidente. Todos formam a corrente que leva aos atos que agridem ao próximo e a natureza
Logo depois, durante o Pai-nosso, Jesus nos levar a pedir “o pão nosso de cada dia”. Veja que Jesus nos ensina a nos conformar com o básico: o pão. Entende-se como pão o comer, o vestir-se, o morar e o trabalhar com dignidade.
Mas pergunta-se qual o limite da ambição humana? É como o limite do universo, não tem fim. A fome abismal do ter mais, simplesmente nos cega para ver o óbvio: enquanto não pararmos a roda da ambição e da intolerância não viveremos em paz em qualquer lugar deste mundo. Em cidades pequenas ou grandes, nos campos ou nos centros urbanos. Não importa o lugar fora do homem, pois a raiz do problema está em seu coração.
No coração que tornou o Pai-nosso uma oração formal, falada e cantada nos púlpitos de todas as casas, de todas as igrejas, de todas as religiões, oficiais ou não, que apenas diminui a culpa daqueles que se esqueceram de se render em seus corações ao que o Mestre propôs: SEJA FEITA A TUA VONTADE.
ARI, UM CIDADÃO ESPLANADENSE. 12 DE DEZEMBRO DE 2008

PROPOSTAS DO SINDSERME PARA RECUPERAÇÃO DO COMÉRCIO DE ESPLANADA

1 – ORIGENS

O comércio do modo que o entendemos hoje nasceu no momento histórico em que a humanidade foi capaz de produzir excedente. Excedente ou riqueza são aqueles produtos que determinados grupos humanos produziram além das suas necessidades. Portanto, o produto agrícola, animal ou artesanal excedente, era trocado entre grupos humanos que se relacionavam comercialmente.

Logo, a mediação do dinheiro se tornou necessária porque sempre foi mais prático carregá-lo como símbolo de troca do que determinado produto difícil de carregar e que poderia sofrer danos durante uma viagem.

O mercado capitalista e o trabalho livre se configuraram cerca de 500 anos atrás. Organizamos-nos da seguinte forma: o trabalhador livre, não mais escravo e nem ligado a terra como o servo, presta serviço ao capitalista, recebe seu salário e dele deve prover o seu sustento.

O homem medieval conseguia suprir suas necessidades de moradia, alimento e roupa no raio de cinco quilômetros do ponto em que se encontrava. A economia era praticamente baseada no escambo e com pouquíssima mediação da moeda.

Com o advento do capitalismo do mercado de consumo, o trabalhador livre precisou comprar tudo que necessitava para sobreviver. A forma artesanal e auto-suficiente de viver foi assim superada.

O estado desde suas origens teve a função de mediador ou mesmo de agente do comércio. A complexidade do mundo moderno exige que o estado tenha papel preponderante na economia. Estipulando taxas de juros, protegendo os produtos nacionais através da taxação dos estrangeiros, estimulando a instalação de empresas privadas através da isenção de impostos e investimento e infra-estrutura como estradas, fornecimento de energia, etc., fazendo obras e investimentos, e mesmo consumindo, o estado em todas as suas esferas: municipal, estadual e federal, é um dos principais agentes econômicos do mundo capitalista moderno.

2 – A CONJUNTURA LOCAL

Há alguns bons anos duas lideranças políticas têm se confrontado na disputa do governo municipal em Esplanada. Em 2000, o principal adversário do grupo que se encontra há nove anos no poder, exibiu nas ruas vários caminhões de uma empresa, insinuando com este gesto a geração de empregos para o município caso se conseguisse se reeleger. Se não o tinha feito em quatro anos no poder, porque o faria numa próxima gestão?

Depois de quatro anos de gestão, desprezou de tal forma o setor comercial e produtivo de Esplanada que fez com estes setores se unissem de forma ideológica e material e assim o derrotasse e colocasse no poder aquele que usou de forma demagógica o slogan O POVO NO PODER.

Este grupo que governa nossa cidade durante duas gestões e agora na terceira, teve a oportunidade material de realizar os anseios de trabalhadores e comerciantes que viam na geração de emprego e renda o caminho mais correto para dinamizar a economia do nosso município.

Mas não foi o que aconteceu. Ao longo de oito anos, este grupo, teve em suas mãos uma quantia nunca antes vista nas mãos de um governante local. Durante dois mandatos consecutivos, cerca de meio bilhão de reais rechearam nossos cofres públicos locais.

O crescimento da economia nacional devido a estabilidade imposta pelo Plano Real, uma conjuntura internacional também de crescimento e a descoberta contínua de poços de petróleo nos mananciais petrolíferos do município, deram a Esplanada uma condição de recursos privilegiada.

Em vez de usar tal conjuntura a serviço de um projeto de incremento da economia local através da atração de empresas privadas e assim gerar emprego e renda, que hoje nos permitiria passar por esta tão decantada crise, como se fosse uma marolazinha, como assim disse o Presidente Lula. O que vimos foi que tal abundância de recursos foi usada como trunfo eleitoral, para concentrar renda na mão de uns poucos e criar um sonho megalomaníaco de hegemonia no poder local que oscila entre 30 e 50 anos.
É claro, nenhum governante faz isso sozinho. A classe produtiva local e dos comerciantes, junto a miséria ideológica e social dos trabalhadores, teve também sua parcela de responsabilidade. A classe produtiva e comercial ao disputar egoisticamente as benesses da prefeitura para seus negócios e os pobres e trabalhadores ao se conformarem com esmolas semanais e cestas básicas, não impuseram ao governante que colocaram no poder, uma política de investimento que permitisse que a economia local se auto-sustentasse.

Hoje, a redução não tão profunda de recursos do Fundo de Participação dos Municípios, do FUNDEB e dos Royalties, não justifica o uso da CRISE como desculpa para a incapacidade administrativa e desvios de condução de um governo. Vivemos uma crise momentânea, menos por influência da dita crise do capitalismo mundial e da redução relativa de recursos, do que por nossa visão imediatista, provinciana e egoísta de lidar com o potencial do estado municipal em conduzir nossa economia.

Não investindo no crescimento da economia, este grupo nos tornou cada vez mais dependentes dos recursos da prefeitura. Hoje há uma inversão de valores, o devedor, a Prefeitura, nos tornou mendicantes ora indignados, ora submissos, e ora chantageados eleitoralmente para manter este grupo cruelmente manipulador que colocamos no poder.

Após oitos anos no poder do gestor anterior, o que temos visto é o espetáculo cruel e grotesco da miséria sendo exposta no programa de rádio de governo. Em vez de vivermos o clímax de um projeto de governo, o que vemos é o desemprego, a inadimplência por não ter condições de pagamento e a falta de perspectivas dos trabalhadores locais. Frustrados da oportunidade de emprego e de se tornarem potenciais consumidores no comércio local, para se tornarem pedintes de cestas básicas no programa de rádio diário deste grupo político. Alguns comerciantes e alguns vereadores são cúmplices quando praticam o marketing pessoal ou de seus negócios anunciando seus nomes no ato de dar uma cesta básica àquele que deveria ser estimulado para ser um trabalhador, portanto um consumidor em potencial e não um pedinte contumaz.

O aumento da intensidade da favelização da nossa cidade, a criminalidade, a insegurança, as drogas e a miséria, foi o resultado não só da macroeconomia do país, mas também da falta de um projeto de governo do grupo que ora se encontra no poder. E tudo isso perturba o sono e a paz da cidade que deveria ser a princesa do Litoral Norte da Bahia, como é dito no hino cujo refrão é: EU AMO ESPLANADA, EU AMO ESPLANADA.

Está em curso no momento uma greve dos servidores públicos municipais que foi tratada pelo governo de forma autoritária e sem a menor diplomacia. Sabidamente a composição da folha de pagamento é recheada de cargos de confiança e comissionados oriundos de três campanhas eleitorais e da estrutura de poder deste grupo, por enquanto hegemônico em Esplanada.

Portanto, o arrazoado contábil do governo, não justifica a incapacidade de dar ao movimento dos trabalhadores uma saída honrosa de pelo menos a reposição das perdas salariais do período que não deve chegar a 6%.

Não é intrigante que o mesmo grupo político que acenou durante dois anos consecutivos com o 14º. , 15º. , 16º. e 17º. salários, agora não seja capaz de nos dar um reajuste mínimo para acabar a greve, os alunos terminarem seu ano letivo e os “pequeninos” como diz o governante atual, voltem a tomar o café da manhã?


3 – PROPOSTAS PARA O REAQUECIMENTO DO COMÉRCIO

Para a realização das propostas abaixo elencadas é preciso vontade política e a união de esforços da prefeitura, da câmara de vereadores, de comerciantes e empresários e de instituições de classe que representem os legítimos interesses do povo de Esplanada. São elas:
.
. Por fim a inadimplência sistemática da Prefeitura para os fornecedores de produtos e de serviços do município;

. Estabelecimento dos dias fixos de pagamento aos servidores municipais;

. Criação de um cartão de crédito para comércio, sem custo de manutenção ou com um custo mínimo e que justifique o limite de crédito proposto;

. Priorizar os fornecedores de serviços e produtos locais, em detrimento dos fornecedores de outros lugares, sempre que possível, fazendo com que a renda oriunda destas atividades circule no próprio município;

. Exigir que empresas de grande porte que arrecadam lucros com suas atividades nos tragam além dos impostos pagos, algum benefício social para os moradores do município;

. Promover o aumento e a diversificação dos serviços públicos prestados pela esfera estadual e federal, aproveitando-se da privilegiada localização geográfica do município;
. Sugerir a elaboração de um projeto de lei que limite o poder dos governantes em gastar dinheiro em obras públicas que não tenham verdadeira função econômica, social e administrativa, como por exemplo, o Cristo de Esplanada;

. Em se tendo uma prefeitura atualizada com suas obrigações patronais, criar cooperativas, como por exemplo, de reciclagem de lixo estimulando a geração de renda de seus associados, tornando-os efetivos consumidores;
. Fomentar o nascimento efetivo de uma agricultura comercial nos assentamentos que abasteça não só nosso município, mas toda a região;

. Estimular o crédito para potenciais empreendedores locais de pequenos e médios negócios, através das instituições financeiras como o Banco do Brasil, Bradesco, a Caixa Econômica e o próprio governo estadual e federal, e finalmente:

. Estimular a implantação de empresas privadas, com a conseqüente geração de empregos, através da isenção de impostos e investimento em infra-estrutura.





Arivaldo de Souza Dantas

PORQUE SOU UM APÓSTOLO DA TERCEIRA VIA

Acredito que as condições mentais, a visão de mundo e ideológica do eleitor esplanadense já amadureceram para fazerem uma opção de uma terceira via de gestão, que supere estes dois nomes que nos impuserem uma armadilha ideológica que tanto mal fazem a nossa cidade.
O esgotamento do projeto do atual grupo no poder é evidente. Só são capazes de defender a sua manutenção aqueles que defendem seus próprios interesses e não os interesses da sociedade esplanadense como um todo.
Como defender a manutenção de um grupo político que durante anos no poder e com muitos recursos nas mãos foi incapaz de gerar um único emprego no setor privado, enquanto a prosperidade de alguns poucos é evidente?
Como defender a manutenção de um grupo político que se esmerou em fazer obras caras, inacabadas e faraônicas e sem função social, econômica ou administrativa que justificasse sua construção, como o Gigante Branco, no que deveria ser o distrito industrial; o chamado Centro Administrativo, ainda inacabado e sem uso; o Centro de Abastecimento, ainda em fase de conclusão; a favela estatal Cidade de Deus e a própria estátua do Cristo?
Como defender um grupo que investe na miséria mental e material do nosso povo estimulando orações e o fervor religioso e o pedir cestas básicas no programa de rádio, em vez de se ter um programa de geração de empregos?
Como defender um grupo político que compra sem distinção nas mãos de todos e executa uma inadimplência proposital e que só acaba em períodos eleitorais;
Como defender um grupo político que concentra renda ao escolher alguns privilegiados para consumo de bens e serviços e com pagamento em dia?
Como defender um grupo político que só nos dar pão, através de cestas básicas, feiras semanais, café da manhã nas escolas nem um pouco nutritivo e circo na festa do São João?
Como defender um grupo político que onera os cofres públicos para a manutenção de privilégios consangüíneos de duas famílias e a estrutura eleitoreira de três eleições consecutivas de caciques eleitorais?
Como defender um grupo político que não hesita em usar religiões institucionalizadas como suporte ideológico nas eleições?
Como defender grupo político que nos impôs um prefeito cuja única função é orquestrar a volta do Beato-Mor, desagradando de propósito aqueles que lhe deram seus votos: comerciantes, empresários, trabalhadores e os excluídos, pedintes contumazes de cestas básicas e feiras semanais?
É por estas e outras razões que acredito que a mesma indignação e a mesma ousadia que colocaram este grupo no poder, estão em estado latente e devem ser usadas para destituir este mesmo grupo e propor uma terceira via de gestão. Apesar de ter que ser nascer dos pés, das mãos, das vísceras, da cabeça e do coração dos dois grupos, não tenha que carregar os mesmos vícios e defeitos deles.
Professor Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 10 de novembro às 13h53min.

PORQUE JOSÉ ALDEMIR DA CRUZ NÃO É A SALVAÇÃO DE ESPLANADA

Aproveitando-se da incompetência do seu principal adversário de se manter no poder porque não soube criar uma opinião pública a ele favorável. José Aldemir teve a sorte encontrar uma conjuntura nacional e local extremamente favorável para um gestor público, mas não soube aproveitá-la em benefício do povo.
Encontrou a economia nacional estabilizada pelo Plano Real e a nível local, a descoberta contínua de novos poços de petróleo pela Petrobrás, que lhe deram uma abundância de recursos nunca antes vista no município de Esplanada.
Depois de passar 8 anos no poder deixou como herança três obras gigantes, inspirado nas chamadas obras faraônicas do período militar no Brasil. Só que as obras chamadas “faraônicas” pelos críticos do regime militar acabaram por se tornarem muito úteis e até proféticas. Algumas devido às necessidades modernas se tornaram até insuficientes. Por exemplo, a usina de Itaipu, foi um tremendo acerto, porque com o passar dos anos a necessidade do consumo de energia elétrica das indústrias e dos domicílios se tornaram imensas, e Itaipu, até tido como obra faraônica, foi redimida.
O mesmo não aconteceu com as grandes obras no município realizadas durante a gestão do seu Aldemir da Cruz. A única realmente concluída, se considerarmos apenas, o que ela representa fisicamente, foi a estátua do Cristo. Apesar de concluída e prestar homenagem merecida a Jesus, não tem nenhuma função social e econômica. Nenhuma! Se considerarmos a quantidade de recursos ali investidos.
O centro de Abastecimento, que tem o acerto pela sua localização de estimular o crescimento da cidade para área em que foi construído continua inacabado. Mesmo depois de oito anos de gestão e farto dinheiro no caixa da Prefeitura.
De modo bastante parecido, a nova sede da prefeitura, chamada pomposamente de “Centro Administrativo”(existem secretários e funcionários sem lugar para trabalhar), continua sem ser utilizada pelo seu sucessor. Com parede rachadas, sem ser usada e construída com material de terceira categoria. Só vem atestar o desperdício e a má utilização do dinheiro público em obras inconclusas e que não têm função realmente pública nenhuma.
As casas populares construídas perto da AABB foram apelidadas de “Cidade de Deus”, uma referência à periferia tratada no filme de mesmo nome. A periferia se caracteriza pelo estado ausente, que não oferece serviços públicos como água, luz, iluminação, segurança, urbanização etc. Chamar o condomínio de “Cidade de Deus” é uma mera coincidência?
Por outro lado, se dermos um olhar estatístico em dados socioeconômicos do IBGE sobre o município, veremos que a concentração perversa de privilégios e renda nos últimos para os 10 a 20% mais ricos da população de Esplanada, foi enorme! O governo que tinha o slogan “O POVO NO PODER” concentrou renda e privilégios para os mais favorecidos como nenhum governo fez antes. Muito parecido com Lula, trabalhador que chegou ao governo federal, e que pede calma e menos ambição da elite, dizendo que em seu governo o capital financeiro e industrial, nunca ganhou tanto dinheiro! Mas logo no governo do Partido dos Trabalhadores!!?? Quanta ironia.
E por estas e outras razões que dizer que José Aldemir da Cruz é a salvação de Esplanada, é uma afirmação mentirosa. Por que o governo atual é o governo do grupo político de Aldemir. Portanto, os erros, equívocos do atual governo, são erros e equívocos de Aldemir e seu grupo. Como sermos tão implacavelmente críticos do atual prefeito, como se ele não fizesse parte do mesmo grupo que domina o poder executivo e legislativo há pelo menos oito anos? Portanto, quando criticamos Sr. Diolando, estamos também criticando Aldemir e o grupo político que o cerca. Colocar José Aldemir como salvador é cruel e falso, tanto para o povo, como para o atual prefeito.
Salvação é um termo religioso que deve ser aplicado apenas para a religião. Mas se Esplanada quiser ter o futuro que merece, os cidadãos devem arregaçar as mangas e propor uma terceira via de poder que use os recursos públicos com competência e lisura; que não seja autoritária e que não use a religião como aura de dignidade. Para sermos dignos não precisamos nos travestir de religiosos. De que adiantar freqüentarmos as igrejas, se quando saímos dela, somos tão mundanos como qualquer outra pessoa? Quantos atos ilícitos e violentos foram feitos em nome de Deus? Paremos então de hipocrisia!


Aproveitando-se da incompetência do seu principal adversário de se manter no poder porque não soube criar uma opinião pública a ele favorável. José Aldemir teve a sorte encontrar uma conjuntura nacional e local extremamente favorável para um gestor público, mas não soube aproveitá-la em benefício do povo.
Encontrou a economia nacional estabilizada pelo Plano Real e a nível local, a descoberta contínua de novos poços de petróleo pela Petrobrás, que lhe deram uma abundância de recursos nunca antes vista no município de Esplanada.
Depois de passar 8 anos no poder deixou como herança três obras gigantes, inspirado nas chamadas obras faraônicas do período militar no Brasil. Só que as obras chamadas “faraônicas” pelos críticos do regime militar acabaram por se tornarem muito úteis e até proféticas. Algumas devido às necessidades modernas se tornaram até insuficientes. Por exemplo, a usina de Itaipu, foi um tremendo acerto, porque com o passar dos anos a necessidade do consumo de energia elétrica das indústrias e dos domicílios se tornaram imensas, e Itaipu, até tido como obra faraônica, foi redimida.
O mesmo não aconteceu com as grandes obras no município realizadas durante a gestão do seu Aldemir da Cruz. A única realmente concluída, se considerarmos apenas, o que ela representa fisicamente, foi a estátua do Cristo. Apesar de concluída e prestar homenagem merecida a Jesus, não tem nenhuma função social e econômica. Nenhuma! Se considerarmos a quantidade de recursos ali investidos.
O centro de Abastecimento, que tem o acerto pela sua localização de estimular o crescimento da cidade para área em que foi construído continua inacabado. Mesmo depois de oito anos de gestão e farto dinheiro no caixa da Prefeitura.
De modo bastante parecido, a nova sede da prefeitura, chamada pomposamente de “Centro Administrativo”(existem secretários e funcionários sem lugar para trabalhar), continua sem ser utilizada pelo seu sucessor. Com parede rachadas, sem ser usada e construída com material de terceira categoria. Só vem atestar o desperdício e a má utilização do dinheiro público em obras inconclusas e que não têm função realmente pública nenhuma.
As casas populares construídas perto da AABB foram apelidadas de “Cidade de Deus”, uma referência à periferia tratada no filme de mesmo nome. A periferia se caracteriza pelo estado ausente, que não oferece serviços públicos como água, luz, iluminação, segurança, urbanização etc. Chamar o condomínio de “Cidade de Deus” é uma mera coincidência?
Por outro lado, se dermos um olhar estatístico em dados socioeconômicos do IBGE sobre o município, veremos que a concentração perversa de privilégios e renda nos últimos para os 10 a 20% mais ricos da população de Esplanada, foi enorme! O governo que tinha o slogan “O POVO NO PODER” concentrou renda e privilégios para os mais favorecidos como nenhum governo fez antes. Muito parecido com Lula, trabalhador que chegou ao governo federal, e que pede calma e menos ambição da elite, dizendo que em seu governo o capital financeiro e industrial, nunca ganhou tanto dinheiro! Mas logo no governo do Partido dos Trabalhadores!!?? Quanta ironia.
E por estas e outras razões que dizer que José Aldemir da Cruz é a salvação de Esplanada, é uma afirmação mentirosa. Por que o governo atual é o governo do grupo político de Aldemir. Portanto, os erros, equívocos do atual governo, são erros e equívocos de Aldemir e seu grupo. Como sermos tão implacavelmente críticos do atual prefeito, como se ele não fizesse parte do mesmo grupo que domina o poder executivo e legislativo há pelo menos oito anos? Portanto, quando criticamos Sr. Diolando, estamos também criticando Aldemir e o grupo político que o cerca. Colocar José Aldemir como salvador é cruel e falso, tanto para o povo, como para o atual prefeito.
Salvação é um termo religioso que deve ser aplicado apenas para a religião. Mas se Esplanada quiser ter o futuro que merece, os cidadãos devem arregaçar as mangas e propor uma terceira via de poder que use os recursos públicos com competência e lisura; que não seja autoritária e que não use a religião como aura de dignidade. Para sermos dignos não precisamos nos travestir de religiosos. De que adiantar freqüentarmos as igrejas, se quando saímos dela, somos tão mundanos como qualquer outra pessoa? Quantos atos ilícitos e violentos foram feitos em nome de Deus? Paremos então de hipocrisia!

PARA OS AMIGOS TUDO. PARA O POVO A LEI Sobre a implantação do Plano de Cargos e Salários dos Servidores Públicos de Esplanada

Diante das pressões jurídicas motivados por ações cíveis públicas da oposição, pela filosofia administrativa do novo governo, pela inexperiência do novo prefeito, ou o assombro provocado pela quantidade de processos judiciais em andamento contra a administração anterior - o governo atual tem recorrido frequentemente a Constituição (a Lei) para orientar sua ação. Portanto, a legalidade e a ação social cristãs são as bases do discurso oficial. Logo, terá que aprender que o estado antes de ser técnico e legal, é essencialmente político. Afinal, não é através do voto, que o poder emana do povo, é manipulado e entregue aos governantes?
Por mera falta de planejamento, ou uma má intenção maquiavelicamente planejada por motivos eleitoreiros ou para evitar maiores custos e explorar o trabalhador, a administração anterior através do Sr. José Aldemir e o do Sr. Carlos Joel, criou um EXÉRCITO DE AGENTES DE SERVIÇOS, para que, os desviando da sua função original os explorasse em trabalhos mais elaborados e lhes pagasse o mesmo salário mínimo.
Isto se tornou uma pedra no sapato da atual administração. São estes Agentes de Serviços que estão conduzindo grande parte dos trabalhos administrativos da prefeitura em todas as secretarias. Ou o governo anterior inocentemente não sabia que os cidadãos esplanadenses desempregados e de maior formação disputariam estas vagas? Até porque, as vagas para AUXILIAR ADMINISTRATIVO, que exigia o 2º. grau e informática era por volta de 10, enquanto para AGENTE DE SERVIÇOS, eram mais de uma centena.
Assim, propositalmente, os desempregados locais, foram induzidos a disputarem a vaga de mais fácil acesso: AGENTE DE SERVIÇOS. O governo atual com orientação legalista e na busca de resolver os chamados “desvios de função” se deparou com esta distorção. Conceito que não está claramente definido por quem tenta resolvê-lo.
Um caso típico é o dos AGENTES DE SERVIÇOS. Função de conceito abrangente, para a qual, na época do concurso foi exigida a condição apenas de ALFABETIZADO para disputar as vagas. È corrente ouvir-se falar que os Agentes de Serviços, não estariam em “desvio de função” quando retirado do trabalho de apoio: portaria, merenda escolar e limpeza, e passasse a exercer função administrativa. Porque o termo Agente de Serviços é realmente abrangente e não define a que serviços se referem.
Ora, a abrangência do termo não poder esconder o fato que a atividade administrativa em qualquer área da prefeitura jamais seria executada por uma pessoa apenas alfabetizada. A própria atividade requer que qualquer um que a realize, tenha pelo menos o segundo grau, o domínio mínimo dos programas de computador, relativa desenvoltura para se expressar escrevendo e certo grau de habilidade nas relações profissionais entre colegas e para o atendimento da clientela, o povo, que é quem em essência nos coloca com impostos e votos, na condição de funcionários, vereadores, prefeitos, governadores, deputados e presidente.
Dessa forma, o empregador, no caso, a prefeitura, está explorando esta mão-de-obra, já que fez o concurso para alfabetizados e está usando as aptidões que não exigiu dos concursados, em benefício próprio. Pagando menos, por um serviço naturalmente mais caro, porque exige anos de estudo no ensino formal e conhecimento de informática.
O preconceito que se tem contra a atividade braçal e contra os serviços de limpeza, a cargo dos que têm pouca formação escolar e de origem social humilde, faz com que o trabalhador deixe-se explorar, ficando feliz com a função administrativa que exige mais de suas aptidões, de sua formação, ganhando o mesmo salário da sua função original: AGENTE DE SERVIÇOS. Sentindo-se privilegiado por não mais exercer a função que muitas vezes o envergonha, por PURO PRECONCEITO imposto por aqueles que nos dominam e diminuindo a nossa auto-estima e a dignidade do trabalho braçal. Portanto, na legalidade que favorece o dominador, acha-se logo brecha na lei para seu benefício, e prejuízo do trabalhador.
Para ser justo que se faça urgentemente, um plano de cargos e salários. Nele se contemple a mobilidade e a dinâmica da administração pública e da vida das pessoas. Que se aumente o salário destes trabalhadores e os reclassifique pagando melhores salários para a função que atualmente ocupam. Já que a prefeitura vampirescamente vem pagando o mesmo salário (diga-se o mínimo). Nesse processo a prefeitura extrai do trabalhador em seu serviço administrativo, o uso de aptidões que não exigiu na época do concurso. A implantação do plano de cargos e salários corrigirá estas distorções e permitirá que o trabalhador que tiver tempo de serviço se qualificar, possa ascender de função e melhorar sua renda.
Outra forma de resolver o problema emergencialmente, é na próxima reforma administrativa, não se preocupar apenas com aumento de salário daqueles que já ganham muito bem, e reclassificar estes trabalhadores ou colocá-los em cargos comissionados de quinto ou sexto escalão. Já que há uma festa! que ela seja democrática, e que todos independente de qualificação escolar, gênero, condição social, de etnia, ou fé, sejam convidados!
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 13 de janeiro de 2009, às 13h30min.

PORQUE SOU UM APÓSTOLO DA TERCEIRA VIA

Acredito que as condições mentais, a visão de mundo e ideológica do eleitor esplanadense já amadureceram para fazerem uma opção de uma terceira via de gestão, que supere estes dois nomes que nos impuserem uma armadilha ideológica que tanto mal fazem a nossa cidade.
O esgotamento do projeto do atual grupo no poder é evidente. Só são capazes de defender a sua manutenção aqueles que defendem seus próprios interesses e não os interesses da sociedade esplanadense como um todo.
Como defender a manutenção de um grupo político que durante anos no poder e com muitos recursos nas mãos foi incapaz de gerar um único emprego no setor privado, enquanto a prosperidade de alguns poucos é evidente?
Como defender a manutenção de um grupo político que se esmerou em fazer obras caras, inacabadas e faraônicas e sem função social, econômica ou administrativa que justificasse sua construção, como o Gigante Branco, no que deveria ser o distrito industrial; o chamado Centro Administrativo, ainda inacabado e sem uso; o Centro de Abastecimento, ainda em fase de conclusão; a favela estatal Cidade de Deus e a própria estátua do Cristo?
Como defender um grupo que investe na miséria mental e material do nosso povo estimulando orações e o fervor religioso e o pedir cestas básicas no programa de rádio, em vez de se ter um programa de geração de empregos?
Como defender um grupo político que compra sem distinção nas mãos de todos e executa uma inadimplência proposital e que só acaba em períodos eleitorais;
Como defender um grupo político que concentra renda ao escolher alguns privilegiados para consumo de bens e serviços e com pagamento em dia?
Como defender um grupo político que só nos dar pão, através de cestas básicas, feiras semanais, café da manhã nas escolas nem um pouco nutritivo e circo na festa do São João e nos shows de padres católicos e cantores evangélicos?
Como defender um grupo político que onera os cofres públicos para a manutenção de privilégios consangüíneos de duas famílias e a estrutura eleitoreira de três eleições consecutivas de caciques eleitorais?
Como defender um grupo político que não hesita em usar religiões institucionalizadas como suporte ideológico nas eleições?
Como defender grupo político que nos impôs um prefeito cuja única função é orquestrar a volta do Beato-Mor, desagradando de propósito aqueles que lhe deram seus votos: comerciantes, empresários, trabalhadores e os excluídos, pedintes contumazes de cestas básicas e feiras semanais?
É por estas e outras razões que acredito que a mesma indignação e a mesma ousadia que colocaram este grupo no poder, estão em estado latente e devem ser usadas para destituir este mesmo grupo e propor uma terceira via de gestão. Apesar de ter que ser nascer dos pés, das mãos, das vísceras, da cabeça e do coração dos dois grupos, não tenha que carregar os mesmos vícios e defeitos deles.
Professor Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 10 de novembro2010 às 13h53min.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O “SISTEMA É OCULTO”NO BANCO DO BRASIL

O Banco do Brasil registrou no segundo trimestre de 2009 um lucro líquido de R$ 2,348 bilhões, o que representa um crescimento de 42,8% em relação ao mesmo período de 2008 (3,992 bilhões). No segundo trimestre de 2009 alcançou a sétima posição dentre os bancos mais lucrativos das Américas.
Esses dados iniciais acima foram retirados da Wikipédia. Eles certamente são verdadeiros, mesmo levando em consideração que a Internet às vezes não seja uma fonte fidedigna. Pois bem, para explicar tamanho sucesso financeiro, talvez o Banco do Brasil recorra a expedientes escusos que quando são questionados se atribui a responsabilidade ao “Sistema”. Mas se pergunta: quem configura o “Sistema” que controla as operações financeiras de um banco, não são os seus administradores?
A minha indignação decorre do fato de recentemente eu ter contraído um empréstimo no valor de R$ 1.500,00 nesse ilustre Banco, e no final dessa operação só ter tido acesso a R$ 1.120,00. Porque o resto, cerca de um quinto, ou seja, R$ 380,00, o Banco do Brasil, se apropriou, afirmando segundo seu gerente em Esplanada, que se tratava de uma dívida de taxas e multas pelos serviços prestados pelo Banco do Brasil, a esse humilde correntista.
O fato, é que durante mais de seis meses, o famoso “Sistema” do Banco do Brasil permitia de forma conveniente o crescimento de uma dívida oculta em minha conta. Achava eu por displicência, assumo, que o desconto do valor em juros por utilizar o limite, já englobava os onerosos R$ 16,00 só para manter a conta e o próprio limite de R$ 500,00.
Só que acontecia o seguinte. O desconto em torno do dia 30 de cada mês quando entrava o salário de administrativo da Prefeitura, só representava os juros do uso do limite. Como ficou “acertado” que desconto do valor referente à manutenção da conta seria feito no dia 05 de cada mês. O que era que o anônimo, inconsciente e perversamente orientado “Sistema” fazia? Deixava em estado latente, sem o ex-correntista que vos fala saber, uma dívida de R$ 16,00, referente ao custo de manutenção da conta e mais uma multa escandalosa de R$ 30,00, durante mais de 6 meses. Então, quando a taxa de manutenção de R$ 16.00 entrava, meu saldo já estava devedor e por isso era debitada a referida multa de R$ 30,00. Essa dinâmica, como já foi dito, aconteceu por mais de 6 meses.
Resultado. Fui ao Banco pedir um empréstimo consignado. O subgerente glacialmente olhou minha conta em seu “Sistema” e assentiu com o empréstimo. Só depois quando fui sacar o dito empréstimo é que descobrir essa “facada oculta” pelo nosso vetusto, porém nenhum pouco bobo e nem anônimo, Banco do Brasil.
Queixei-me à Ouvidoria do próprio Banco. O gerente local explicou todo esse processo. Para o Banco estava tudo sistemática e tecnicamente perfeito. Para mim, agora, ex-correntista desse histórico Banco do Brasil, isso foi uma tremenda de sacanagem financeira. Para mim foi falta de ética e sensibilidade. Também pudera, alguma fez o capital financeiro, mesmo um banco com domínio de ações do estado, vai teve pena de algum trabalhador? Que nada. Ele vai é explorá-lo mais ainda.
Eu pergunto: custava ao “Sistema” do Banco pelo menos me avisar em saldos e extratos, que eventualmente sempre tiro, a progressividade dessa dívida? Por que só deixou que o incauto cliente soubesse dessa situação, depois que foi descontado o dinheiro das multas e taxas, do seu empréstimo? O máximo que recebia era um aviso impreciso, que começou a aparecer há cerca de três meses no Caixa Eletrônico, dizendo que eu tinha pendências cadastrais. Por que não me avisaram antes? É resposta é simples. Má fé humana e não do “Sistema”. A coisa toda é feita para explorar os correntistas. É uma espécie de conspiração contra o cliente.
O Banco do Brasil S.A. é público. Por que explorar de forma tão desumana e cínica, os pobres, ignorantes, displicentes e impotentes correntistas do Banco do Brasil? Afinal, em qualquer crise, o próprio dinheiro do “zé povim” é quem vai socorrê-lo. Nem a concorrência da sua irmã Caixa Econômica, nem a do banco estrangeiro Bradesco, em nosso mercado local, é capaz de mudar a abordagem do Banco do Brasil. em relação aos seus clientes.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 16 de dezembro de 2010, às 13h12min.

CADÊ AS LIXEIRAS DO CALÇADÃO DE ESPLANADA?

É comum os jornais noticiarem pichações em muros e até mesmos em monumentos públicos. Num julgamento imediato e superficial, poder-se-ia dizer que isso se deva a uma questão cultural, da falta de educação mesmo, dos brasileiros.
Há cerca de cinco anos foi construído o Calçadão em Esplanada. Nele cotidianamente as pessoas andam nas manhãs, nas tardes e até á noite. Esta manhã estava eu realizando minha caminhada matinal, quando um transeunte querendo jogar um copo descartável no lixo, se queixou da falta da lixeira para colocá-lo. Como não tinha nenhuma até onde a vista alcançava, acabou por jogá-lo no chão mesmo.
Todos os receptáculos de lixo que existia no Calçadão, desapareceram! Não existe, literalmente, mais nenhum em todo o Calçadão que permeia toda a linha do trem que corta o centro da nossa cidade.
Fico então a me questionar. O que levou a depredação que fez desaparecer todas as lixeiras do Calçadão? Muito irão atribuir a uma questão cultural brasileira. Que não temos respeito à coisa pública e que não temos consciência que são nossos impostos que pagam por esses benefícios. O fato é que aos poucos foram os populares que fizeram desaparecer as lixeiras do Calçadão.
Acredito que o que inspira esses atos de vandalismo anônimos e contínuo é justamente a falta de exemplo que nossos governantes e nossas lideranças políticas nos dão. O instinto predador em relação à coisa pública acontece com algo mais sutil e não tão à vista dos olhos das pessoas, que é apropriação do dinheiro público. Será que os 700 milhões de reais que o atual grupo no poder teve acesso nos últimos10 anos também não foram depredados e vandalizados?
Senão, como explicar a ascensão econômica de pessoas ligadas ao poder em todo esse país. Alguns dizem que uma liderança política forte da nossa cidade, um dia disse: “Vamos investir na política, que a política é nossa loteria!”
Existe uma visão mais predatória e vândala mais que essa em relação com a coisa pública? Ora, se lideranças que pregam o respeito ao que é público em seus discursos de campanha, defendem a moral e têm até mesmo uma fé, têm essa visão, imagine os pobres expropriados do emprego, do estudo e que vivem de bicos e a mendigar favores de políticos?
O que se tenta dizer é que o comportamento das nossas lideranças não inspira comportamentos que respeitem a coisa pública. O cidadão comum, muitas vezes não elabora mentalmente sua revolta. Não a transforma numa ação cidadã. A externa com pequenos e intermitentes atos de vandalismo durante noite. Longe dos “olhos e ouvidos do rei”. O que se ver apenas é o resultado final: o desaparecimento das lixeiras no Calçadão.
Quando o povo vê a extrema concentração de renda e privilégios nas mãos daqueles que governam e daqueles vivem em torno das administrações municipais, estaduais e federais; quando vê a falsidade de suas palavras e observa venalidade dos seus atos, o que resta ao povo? Cometer de forma inconsciente e perversa esses pequenos atos de vandalismo.
A diferença entre esses pequenos vândalos do povo e os grandes vândalos que dirigem o estado, é que os predadores do estado o fazem com consciência. Por que a nossa herança cultural justifica essa visão cínica em relação à coisa púbica, onde a honestidade é vista como entrave, um empecilho para condução de qualquer governo.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 16 de dezembro de 2010, às 10h34min.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ó ESPLANADA, QUE TRISTEZA!

Numa mistura complexa, extravagante e eficiente, o ex-prefeito, ex-feio e iletrado, Basta da Cruz, conseguiu reunir em sua ação política e pessoal o apadrinhamento religioso e político dos coronéis, o beatismo político institucionalizado e o empreendedorismo patrimonialista e concentrador de renda da burguesia baiana e brasileira.
Não se sabe ao certo se este perfil é próprio da síntese interna entre sua psique e o contexto da sua própria existência, ou se é apenas o reflexo da sociedade esplanadense. Talvez seja este o modelo que melhor atenda os interesses dos setores mais abastados e ao nível de percepção de mundo do restante da população.
O investimento no assistencialismo sistemático é o que dá sustentação ao irracionalismo religioso vigente em nossa cidade.. Quando faz uma operação, dá um remédio caro ou dá um transporte a um potencial eleitor, com recursos públicos, este se torna “eternamente” grato por seu privilégio atendido. É privilégio porque o que foi feito a determinados apadrinhados não se estende uniformemente para toda a população carente do município.
Vivemos numa espécie de Pax Católica. O calendário litúrgico, as festas mundanas a ele atreladas e a filantropia religiosa de ocasião em leilões oportunos, são escancaradamente usados como instrumentos de dominação política. Até os evangélicos, antes iconoclastas de plantão como o escritor que vos fala, se renderam às atrações financiadas pela prefeitura e docilmente louvam ao Senhor, bem embaixo da Estátua de Ouro do Cristo erguido junto a Praça de Eventos, como que a testemunhar de braços abertos a submissão material, política e ideológica de ricos e pobres da nossa amada Esplanada.
O perfil do beato magnânimo e pacífico que faz o contraponto com o agressivo e autoritário “dotô”, se construiu através de testemunhos orais, devidamente mitificados, em que ele, o beato-mor, costumava deixar que cortassem seu fornecimento de água e de luz, para que os mesmos serviços não fossem cortados nas casas dos seus apadrinhados.
Na verdade, a hegemonia político-religiosa desse grupo liderado pelo beato-mor é tão concentradora de renda e excludente como o próprio estilo de gestão laica do “doto”. A diferença se encontra na abundância de recursos (esse grupo lida com três vezes mais recursos que o “dotô) e na construção da imagem do beato-mor, como homem pacífico, religioso e empreendedor.
O fato é que o “dotô” teve duas chances de construir uma hegemonia e não o fez. Em vez disso, sofreu duas derrotas eleitorais, mesmo após governar a cidade em dois mandatos alternados. Enquanto, o Beato-mor, aproveitou uma única oportunidade para a construção de uma hegemonia que já dura, praticamente 12 anos,
Obras faraônicas sem efetiva funcionalidade, criação de ícones religiosos, cívicos e administrativos, junto à inserção dos setores médios em cargos comissionados e de confiança, além de buscar consumir produtos e serviços produzidos dentro do próprio município, (ainda que para alguns demore anos para pagar) foi o que permitiu a construção desse grupo no poder.
Hegemonia política tão consolidada que faz que os mesmos setores que orquestraram a derrota eleitoral do “dotô” e que hoje se encontra no poder, convivam e até sejam coniventes com as distorções e desmandos humanos, políticos e administrativos de quem governa nossa cidade.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 09 de dezembro de 2010, às 21h45min.