terça-feira, 27 de julho de 2010

Lu, Im Memoriam

Milhares de pessoas por dia morrem no Brasil e no Mundo devido à falta de assistência pública. O termo “pública” não se refere a apenas ao estado municipal, estadual, federal ou internacional. Refere-se às famílias, aos vizinhos, aos amigos, entidades representativas, enfim, a todos nós que vivemos em sociedade.
Em cada ação violenta, em cada vítima da fome, da violência, da guerra, todos nós temos uma parcela de responsabilidade. Trazemos conosco tanto a maldição da culpa social pelo gesto mais vil, como também, a glória coletiva de um gesto amoroso. Por exemplo, quando um anônimo na ânsia de salvar uma vida, perde a dele própria. É claro, que aqueles que detêm recursos e poder nas mãos têm maior responsabilidade. Justamente, por isso, por deterem poder e recursos públicos em suas mãos.
A morte recente de Luciano do Santos traz consigo inevitavelmente a dimensão da responsabilidade social daquele que detêm algum tipo de poder público. É claro que A Síndrome de Down reduz o tempo da vida de seus portadores, mas a precocidade da morte de Lu é responsabilidade de todos nós. Principalmente daqueles que poderiam fazer exames médicos periódicos, daqueles que deveria fornecer um nutricionista e dar alimentação adequada.
Todos nós vamos morrer um dia. Mas morrer precocemente ou não, não está nas mãos fatalistas de Deus, mas nas condições materiais de vida e na qualidade de assistência do estado. Será que achamos que a luta titânica do vice-presidente José de Alencar, se deve apenas a sua grande vontade de viver. Ou também se deve a melhor assistência médica que ele pode comprar? Afinal, além de ser vice-presidente do Brasil, é um homem rico.
Portanto, está mais que na hora de não se deixar que outras pessoas com Síndrome de Down morram antes do tempo natural imposto pela doença. Está mais que na hora de deixar de lado as fogueiras das vaidades profissionais, as disputas politiqueiras, à busca de louros políticos mesquinhos, a obstinada busca de se manter num cargo público a qualquer custo e a burocracia insensível que justifique a falta de recursos e pessoal.
As pessoas NÃO ESCOLHEM nascer com síndromes. As pessoas. NÃO ESCOLHEM nascer na miséria. Mas o mundo que encontram, NÓS ESCOLHEMOS que seja assim. O mundo é assim, porque em cada gesto, em cada palavra, em cada regra absurda inventada para que ele seja assim, nós todos somos cúmplices. Todos, absolutamente todos nós, somos responsáveis.
Este mundo, não é um mundo de punição daqueles que nascem com o pecado original, tampouco é um mundo de resgate de reencarnações passadas, este mundo caro leitor, é o mundo do LIVRE ARBÍTRIO, da LIVRE ESCOLHA, e são as escolhas nossas de cada dia que o torna assim.
O que se espera é que a morte precoce da pessoa com de Síndrome de Down, Lu, inspire novas escolhas de todos nós. Para que outros não venham sucumbir injustamente antes do tempo. Ou tão somente ─ já que esse governo municipal é tão legalista ─ apenas execute o cumprimento da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que em seu bojo, seguindo a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes da ONU e a Convenção 63 da OIT, estabelece no Artigo 23. Parágrafo I. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos MUNICÍPIOS: cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência. Amém.
Professor Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 14 de julho de 2010, às 07h59min.
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E QUANDO ACABA O DOIDO SOU

Na Carta aos Coríntios, escrita pelo Apóstolo Paulo de Tarso, no Capítulo 1:27, está escrito: “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes”. Num mundo doentio, dividido e esquizofrênico como o nosso, onde a mentira é o carro-chefe das relações humanas para manter e tornar natural a desigualdade no ter, no saber e no poder, qualquer um que ouse desafiar esse esquema, é logo taxado de louco.
Taxar a alguém de louco é uma forma de desautorizá-lo em seu discurso. Porque o louco é aquele que ultrapassou a fronteira dos significados comuns, coletivos. Acontece que dissecar, apontar a inconsistência do discurso do dominador não é ser louco. É ser lúcido e politicamente correto. É isto que incomoda.
É fácil notar os paradoxos do discurso dominante, quando vemos políticos e religiosos pregarem a igualdade social, preocupação com os problemas coletivos, a ética e o amor, enquanto em suas ações escancaram sua ganância e sua falsidade.
É assim que vemos em pleno curso, um mandato tampão para orquestrar a volta do Beato-Mor. E quando acaba o louco sou eu.
É assim que acontece a blindagem ideológica pela classe média local de um falso religioso e manipulador se tornar o salvador de Esplanada. E quando acaba o louco sou eu.
O despreparo emocional e técnico daquele que detêm cargos públicos. E quando acaba o louco sou eu.
A subserviência e venalidade do legislativo, de cargos comissionados e de confiança e até de trabalhadores. E quando acaba o louco sou eu.
O caos administrativo e pedagógico na educação esplanadense. E quando acaba o louco sou eu.
O desperdício do dinheiro público tão farto em nosso município acabar financiando privilégios e esmola pro povo. E quando acaba o louco sou eu.
O “dotô” e o “beato-mor” monopolizando o cenário político há 30 anos e a gente sem orquestrar uma terceira opção de gestão. E quando acaba o louco sou eu.
A realização desse grupo de obras faraônicas religiosas, privadas e administrativas sem efetiva funcionalidade como o Cristo, o Centro Administrativo, o galpão de 6.000 m² na entrada do Conde, o matadouro municipal, o centro de abastecimento e outros, servirem de lastro político e contábil para um governante que só soube dar muito mal feiras semanais, não gerar um único emprego privado e concentrar renda e privilégios entre os mais ricos de esplanada. E quando acaba o louco sou eu.
A convivência com a falta de imaginação política do povo esplanadense, sua subserviência a esses ridículos tiranos e o maniqueísmo ideológico que eles criaram como algo natural. E quando acaba o louco sou eu.
É assim que se torna normal a convivência com o povo pedindo esmola num quadro do programa de rádio financiado pela prefeitura, achar que faz todo o sentido sua existência. E quando acaba o louco sou eu.
Se dissermos que acreditamos na honestidade e na aplicação coletiva das ações do estado, risos mordazes e cínicos, tornam louca e ridícula a sua fé. E quando acaba o louco sou eu.
Portanto, é dessa forma que vivemos nessa loucura institucionalizada. Realmente, o mundo da matéria se contrapõe ao mundo do espírito. Acreditar que somos só carne, é que nos torna tão miseráveis e incompetentes para criarmos um mundo melhor. Temos tecnologia, temos produção farta de mercadorias e alimentos. O problema é que somos como reza a seguinte lenda: Um homem rico procurou Chico Xavier, dizendo que tinha saúde e que tinha tudo que o mundo material podia oferecer, mas era infeliz. Ao que Chico Xavier secamente respondeu: ajude o próximo.
Professor Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 08 de julho de 2010, às 22horas e 05min.

sábado, 10 de julho de 2010

A IMBECILIDADE HUMANA NÃO É NOVA

a imbecilidade humana não é nova. Ela nasce junto com outras misérias da alma. Quando o homem em algum momento histórico começou a produzir além do que precisava para a mera sobrevivência. Logo se criou a estrutura para que apenas um determinado grupo tivesse o domínio sobre a riqueza produzida pela sociedade através essencialmente do trabalho da maioria que ficava na base da pirâmide social. A partir daí, a riqueza passou a ser o objeto de desejo de todos. Assim, o homem foi expulso do “paraíso”. O qual só existia porque as sociedades ancestrais não evoluíram tecnologicamente para o domínio da natureza com a conseqüente produção de riqueza.
O “paraíso” não era fruto da natureza humana, e sim um estágio de evolução material e social, que não permitia que a maldade, a vileza e a sordidez humana se manifestassem em busca da riqueza ainda não produzida. O sistema capitalista moderno potencializou ao extremo a produção de bens, por conseguinte toda a ganância da alma humana.
Toda construção conceitual das ciências sociais quando trata a vida humana na dimensão histórica, se referem a determinadas permanências como se tivessem um dinamismo independente da ação ética ou não do homem. Determinados conceitos como instituição, superestrutura, infra-estrutura, praticamente abstraem, desprezam o papel da motivação ética, como que desculpam sócio-historicamente a ação humana que teima em perpetuar privilégios materiais nas mãos da minoria, através da justificação ideológica, usando a religião e a racionalidade legal da democracia burguesa .
É sabido, que toda percepção humana é ideológica, desse modo, toda apreensão cognitiva, traz consigo motivações, interesses, ideais, enfim, traz parcialidade. Não existe o pensamento puro, destacadas das motivações contextuais que o envolvem.
É tão estranho perceber que a mesma humanidade que produziu o ápice da espiritualidade humana na figura de um judeu pobre, ironicamente, um trabalhador, é a mesma que orgulha-se do desenvolvimento científico tecnológico ilimitado, junto ao despeito sistemático das diferenças e tendo a excludência como instrumento de perpetuação das classes dominantes. Esqueceram da fraternidade proposta porque aquele que dividiu a história.
A divisão da história entre Antes de Cristo e Depois de Cristo se deu entre outras razões, porque a lado espiritual do homem foi expresso em toda plenitude durante a sua rápida existência sobre a Terra.
A história tem sido a sucessão cíclica de impérios civilizatórios que trazia a sua essência a busca pelo acúmulo e manutenção do poder material e político, quando como um raio incandescente Jesus propôs a fraternidade e a cooperação entre homens. Portanto, é sintomático que o ser histórico Jesus, se tornasse a referência de um novo tempo, um novo enfoque no trato entre os homens..
Os animais por determinação genética e não pela consciência, atribuo humano, são solidários no processo de perpetuação da espécie, portanto a própria vida. Enquanto nós os humanos senhores da consciência do próprio existir teimamos obcecadamente em conspirar para desenvolvimento espiritual humano.
É aparente a perspicácia da idéia de pecado original para justificação da miséria humana da maioria da população, porque assim, sentiria-se culpa de uma natureza pecadora, portando, merecendo todo tipo de sofrimento. Talvez os autores de tal idéia não tivesse a intenção de manipulá-la ideologicamente. Era de fato a percepção da nossa inerente maldade, da nossa dificuldade de expressar nossa vocação para amar.

A MISÉRIA É UM INVESTIMENTO SOCIAL

Ora a miséria bate a nossa, ora estamos dentro dela. Cabe então a pergunta: quando isso começou? Cazuza, o poeta da indignação, foi muuito feliz quando exclamou na sua música a frase VEJO UM MUSEU DE GRANDES NOVIDADES! A palavra museu se refere à histórica continuidade da miséria social, ideológica e espiritual do homem. A palavra NOVIDADES faz alusão à sofisticação tecnológica que poucos têm acesso e que faz contraste com os milhões de excluídos do conforto que ela oferece.
Afinal, passamos do domínio da força motriz do vapor ao da tecnologia nuclear. E por que a mesma evolução não se deu na distribuição equilibrada da informação e da riqueza? Por que somente uma pequena parte da população, logo após a criação do excedente e da riqueza, continuou tendo acesso pleno à informação, ao poder econômico e ao poder político?
A resposta é simples. Quando criamos a riqueza desenvolvemos forças sociais como o poder político, o poder da religião e o poder da força militar que dela se apropriaram. MUSEU DE GRANDES NOVIDADES esclarece então que mudamos a forma de nos relacionar para produzir. Passamos da escravidão, para servidão até chegarmos ao trabalho assalariado. Passamos da mais elementar tecnologia ao domínio do motor de combustão, formos à lua e dominamos a fissão nuclear, mas continuamos em termos sociais e espirituais num mundo miserável!
Isto tem acontecido porque temos investido na perpetuação da miséria desde o nascimento da riqueza até hoje os nossos dias. Várias ações são realizadas cotidianamente por todos nós que apontam que miséria em todas as suas formas tão cedo não vai acabar. Quem tem algum tipo de poder econômico, religioso ou de informação, representa as forças de conservação que investem instintivamente para que a miséria social, de informação e política continue no mundo em que vivemos. É só olharmos para ações de quem nos governa e daqueles que se dizem mediadores entre nós e Deus e veremos o que é investir na miséria..
Quando o primeiro presidente do Brasil de origem trabalhadora, Luís Inácio da Silva, afirma que o capital financeiro nunca ganhou tanto dinheiro quanto em seu governo. Isto é investir na miséria.
Quando depois de 9 anos no poder este grupo não atraiu uma empresa privada e não gerou um único emprego privado. Isto é investir na miséria.
Quando a fé religiosa é vendida como meio de prosperidade do trabalhador, como caminho para superação da crise do negócio de um empresário e como remédio fabuloso capaz de fazer cegos enxergarem, paralíticos levantarem e doenças como o câncer ser curada num passe de mágica. Isto é investir na miséria.
Quando a crise educacional do país jamais é superada e o investimento do PIB (Produto Interno Bruto) na educação, não passa de 4%. Isto é investir na miséria.
Quando um político nos dar uma cesta básica, compra nosso voto ou nos opera para ter nosso voto. Isto é investir na miséria.
Quando votamos num candidato porque ele comprou nosso voto, nos deu a feira da semana, uma cesta básica ou pagou uma operação com próprio dinheiro público. Isto é investir na miséria.
Quando não estudamos durante uma unidade inteira e não hesitamos em pescar ou perguntar um colega aquilo que não sabemos. Isto é investir na miséria.
Quando mentimos para nossos filhos e não damos verdadeiros exemplos com nosso comportamento. Isto é investir na miséria.
Quando espertamente ocupamos o lugar que seria do nosso próximo em filas de bancos, instituições jurídicas ou hospitais. Isto é investir na miséria.
Quando compramos aquilo que nos alimenta, nos veste e nos dá saúde com a intenção de não pagar. Isto é investir na miséria.
Quando fazemos licitações viciadas, concentramos renda na mão de poucos e praticamos o nepotismo. Isto é investir na miséria.
Quando enganamos os eleitores com promessas que jamais vamos cumprir ou usamos a religião para ter prestígio político e social. Isso é investir na miséria.
Quando buscamos lucros excessivos e ilícitos em nossos negócios e o governo arrecada muitos impostos e que jamais chegam ao povo em forma de saúde, educação e moradia. Isto é investir na miséria.
Quando endurecemos o coração, ficamos convenientemente cegos e surdos como fez o faraó que foi punido com as pragas do Egito e não praticamos os ensinamentos daquele que atingiu o ápice da consciência humana e que aniversaria o mês que vêm. Isto é investir na miséria.
Poder-se-ia escrever uma enciclopédia inteira descrevendo as ações humanas que sempre irão resultar na perpetuação da miséria. É preciso haver uma mudança de direção baseada na máxima atual e pouquíssimas vezes praticada proposta por Jesus há cerca de 2.000 anos atrás: TUDO QUANDO, POIS QUEREIS QUE VOS FAÇAM. FAZEIS VÓS ANTES A ELES. Moral da história: que não quer um mundo miserável, não deve investir para que ele seja miserável. Amém!
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A FUNÇÃO SOCIO-CULTURAL DA HISTÓRIA

A ciência histórica moderna quando se utiliza do conceito de “social”, é no sentido principalmente de que classes sociais se apropriam em diversos graus dos meios de produção. Na história recente da humanidade em se configurou o capitalismo, a classe trabalhadora foi totalmente expropriada da propriedade dos meios de produção e se tornou apenas uma mera vendedora da sua força de trabalho.
O outro conceito colocado de “identidade”, poderá caracterizar a forma em que essa base econômica se impõe e o corolário ideológico da qual ela resulta.
Assim, formações sociais centrais do mundo europeu desenvolveram uma identidade social com baixíssimo grau de miscigenação racial e têm características econômicas dominantes que impõem seu modo de viver, de pensar, sua legislação, enfim, o modelo de civilização que representam. As formações sociais periféricas e economicamente dependentes são dessa forma, violentadas da sua genuinidade cultural e se reorganizam com suas economias voltadas pra atender aos interesses externos.
O arrazoado anterior tem como base, o desencadeamento da expansão além mar promovido por Portugal e Espanha, que foram as nações pioneiras na criação do espaço mundial, portanto, também pioneiras do mundo globalizado.
O homem em tempos mais remotos, quando desenvolveu todo o artifício que gerou a cultura humana e que deixou a evolução biológica em segundo plano, era ainda muito subjugado pelo espaço natural. Mas as relações trabalho x natureza e relações sociais de produção desenvolveram o progressivo e ininterrupto desenvolvimento de técnicas que resultaram num alto grau de domínio do homem sobre a natureza.
Ao realizar este processo o homem se tornou um construtor de espaços artificiais por excelência. Desprovido de recursos corporais para conviver com diversos climas e ambientes, evoluiu das simples adaptações artificiais ao meio quando substituía a falta de pelos por capotes de pele e usando inicialmente cavernas como abrigo, a criador de megalópoles totalmente diferentes de espaços selvagens e virgens. De forma, que o habitante de uma grande cidade se colocado numa selva dificilmente sobreviverá, e também um índio se colocado em contato com o mundo industrializado, não saberia o que fazer no universo de símbolos, tecnologia e concreto de uma grande cidade qualquer.





Partindo-se do pressuposto de que uma sociedade ideal está para ser construída, o devir histórico só poderá ter a transformação social como meta. As forças de permanência do mundo como ele está, aviltam as condições de vida de continentes inteiros. Portanto, valorizar o homem, sua história e sua cultura no ensino da História, deverá levar a transformação do mundo como meta.

Conceitos como cidadania, política e organização popular, devem fazer parte dos conteúdos do ensino da história. Construir junto com o aluno, principalmente da escola pública, a consciência do seu papel na história deverá ser a principal meta do educador.

A história factual sempre atribuiu à realização de grandes fatos políticos e as grandes transformações sociais aos grandes homens. Sempre deixou em segundo plano o soldado na batalha, o trabalhador no campo ou na cidade.

Aqueles que têm o ofício de ensinar a História terão que saber filtrar os vícios ideológicos da História Oficial, tais como, o eurocentrismo na periodização da história que não leva em consideração a história de povos de outros continentes; a atribuição da liberdade dos escravos a bondade da Princesa, sem levar em consideração a resistência história dos negros a escravidão, etc.

Os aspectos culturais mais importantes de uma nação são construídos pelo povo e não pelas elites dominantes. Normalmente, a cultura formal e elitista tem fartura de registros e se perpetua. A cultura popular, mesmo sem registro, se perpetua oralmente, porque não é construída artificialmente, ela é própria vida do povo.

Não se tem mais espaço para uma história meramente narrativa de grandes fatos, decorativa e que não leve em consideração a dinâmica da vida social. Como o chama a atenção Maurice Dobb: “A História, terá que ser vista como processo, significa dizer uma estrutura dialética; por conseguinte, contrapõe-se àquela visão tradicional de História factual, apoiada num tempo linear já dado e não posto em questionamento”.

O MAL E O BEM ESTÃO EM NOSSAS MÃOS

Herdamos da filosofia grega a percepção fixa de que A é A e jamais será B. O dia é dia e jamais será noite. Esta tradição nos foi legada por Platão e Aristóteles. Eram filósofos idealistas e conservadores.
Porém, há uma tradição mais esotérica que não se tornou popular, desenvolvida pelo filósofo grego Heráclito. Nela ele afirma que Deus é dia e noite, inverno e verão. Em Isaías 45:7 está escrito: EU FAÇO BEM E CRIO O MAL. EU O SENHOR. FAÇO TODAS ESTAS COISAS. Para o senso comum é mais fácil lidar com a percepção do estado fixo das coisas e não da sua síntese e da sua dinâmica proposta pela dialética de Heráclito.
Ao mesmo tempo a dialética, que é a lei dos contrários, se impôs ao senso comum, ainda que não a tenhamos percebido. De forma inconsciente e sistemática dividimos os objetos e seres que vemos em duas dimensões que sempre achamos que nunca se misturam e que podem resultar numa síntese qualquer. Por exemplo, o gordo é o gordo e não é o magro; o feio é feio e jamais será o bonito; o sólido é o sólido e tem natureza diferente do líquido; o mal é mal e nunca se mistura com o bem.
Mas se estivermos atentos às transformações, veremos que um dia o magro se tornou o gordo e que pode vir a ser magro de novo. O feio para um pode ser bonito para outro. Até porque uma operação pode fazer o milagre de tornar o Corcunda de Notre-Dame no próprio Brad Pitt. O mal, por fim, poderá se tornar o bem. O que seria das religiões e do processo de auto-conhecimento, se as pessoas não fossem capazes da conversão e da maturidade?
Portanto, o que se pode concluir é que a vida é dinâmica, não é estática e que definir os contrários como objetos e serem estáticos é apenas uma ilusão mental. Como definir o exato momento em que o dia se torna noite e vice-versa? Qual será o peso preciso para definir alguém como gordo ou magro? E não é verdade que “há males que vêm para o bem”? O contrário também é verdade. Quantas vezes tentando fazer o bem acabamos por prejudicar alguém?
Se abordarmos a questão do bem e do mal em relação às relações humanas, veremos que a expressão de Cristo “O MUNDO JAZ NO MALIGNO”, propõe uma tese: o mundo é mal. Somente Ele é o Bem.
Considerando o mal aplicado ao mundo econômico podemos identificá-lo na desigualdade histórica entre quem tem informação e quem não tem; entre quem tem poder e quem não tem; entre quem detém a propriedade e quem não tem. Considerando também o mal aplicado ao mundo psicológico veremos que se expressa através da mentira, da incapacidade de perdoar, dos preconceitos, enfim, todos os sentimentos negativos que compõe a natureza humana.
Mas se pergunta: o que motiva o mal? Será que na ânsia da busca dos bens materiais o homem só consegue ver o outro apenas como meio e não como fim? Então o que motiva o mal não é uma entidade maligna, mas a busca do homem por bens materiais. Por que não afirmar então que o diabo é apenas a projeção dos nossos desejos de poder e de dinheiro, e que para isto não hesitamos em desrespeitar o próximo?
Desta forma religião e o estado são entidades sociais criadas para a perpetuação da desigualdade entre os homens. Estão a serviço da riqueza e da dominação. Estão a serviço a perpetuação, da continuidade da divisão social entre quem sabe e quem é desinformado, entre quem manda e quem obedece e quem tem poder econômico e quem não o tem.
Depois das propostas fracassadas do socialismo de estado da Rússia, da Albânia e de Cuba, o homem se encontrar na chamada crise de paradigmas, de referenciais para propor uma utopia social.
Desta crise filosófica do mundo moderno pode nascer duas atitudes: o cinismo conservador dos que buscam privilégios ou de quem já os tem, defendendo o capitalismo em sua forma selvagem. Ou aqueles que perceberam a modernidade de Jesus e se voltaram para si mesmo.
As verdadeiras transformações não são aquelas propostas ou impostas pelos salvadores religiosos e políticos de plantão, e sim, por aqueles que se importam com a dimensão espiritual do homem e sua conseqüente aplicação na realidade mundana. Não é que Jesus quis dizer na frase: “BUSCAI O REINO DE DEUS E AS OUTRAS COISAS SERÃO ACRESCENTADAS”?
Temos feito o contrário. Buscamos primeiro as “outras coisas” riqueza, poder e dinheiro para a espera inútil de que o “reino de Deus” nos seja acrescentado. Para isso nos travestimos de religiosos, de salvadores políticos para prometer a falsa utopia do bem que é a idéia contrária e dialética de que o “mundo jaz no maligno”.
Estamos colocando nas mãos divinas e daqueles que comandam o estado a responsabilidade de transformar este mundo. A verdadeira transformação da aparente negação entre o mundo que jaz no maligno e a utopia do bem estar social do homem, não está nas mãos de nenhum líder político ou religioso e sim na compreensão libertadora de que nós fizemos o mundo como está, e somente nós em nossa ação cotidiana podemos transformá-lo. Ação do homem criou o mundo e somente a ação humana pode transformá-lo. A transformação, o Bem e o Mal, não estão nas mãos de Deus ou qualquer líder religioso ou político, e sim, EM NOSSAS MÃOS!
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 22 de novembro de 2009, às 02:10min. ALISTE-SE NA CIDADANIA! PARTICIPE E ACESSE O BLOG DA OND: transparenciaesplanada.com.br. (Leia e comente outros textos no blog; arioiconoclasta.blogspot.com/)

RELIGIÃO E POLÍTICA EM SANTA BRÍGIDA-BAHIA

.Arivaldo de Souza Dantas
(Historiador, funcionário da CAR. Jornal A TARDE (CADERNO MUNICÍPIOS)
trabalhando na Uneb) 17.03.92


Por volta de 1945, estabeleceu-se no sertão de Santa Brígida, então distrito de Jeremoabo, o líder messiânico Pedro Batista. Sua fama de profeta, curandeiro e orientador espiritual espalhou-se durante os anos de peregrinação pela região limítrofe aos estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe, provocando grande afluência de romeiros para o lugarejo constituídos apenas de 14 casas de taipa.
Revelou-se então, um articulador político inteligente ao conciliar com as forças locais e estaduais a sua estadia definitiva naquela localidade inóspita. Temia-se na época que sua presença e dos romeiros que o acompanhavam resultassem numa nova Canudos. Habilmente afirmava quando abordado a respeito que: Conselheiro foi senhor de guerra. Eu sou senhor de penitência.
O controle social acordado entre as partes dividiu em duas categorias os habitantes da cidade nascente. Os romeiros que deveriam prestar obediência ao padrinho Pedro Batista e os que estavam sujeitos à coerção da justiça. A frase que selou esse acordo foi dita pelo líder religioso: “O meu romeiro é aquele que pratica o bem, não fuma, não bebe e obedece aos meus mandamentos”.
Assim, com o passar dos anos comprou com as doações que recebeu a Fazenda Gameleira, atual Colônia, ao coronel João Sá e decidiu então loteá-la para os romeiros.
Demonstrando mais uma vez habilidade política entregou ao IBRA, a responsabilidade de distribuir os lotes para não ferir susceptibilidades e nem gerar dissensões entre os que o seguiam.
Santa Brígida, que precisava para sua sobrevivência buscar tropas de burros carregadas de alimentos nas localidades mais próximas e desenvolvidas como Jeremoabo e Paulo Afonso, transformou-se a partir da década de 70 no centro de uma das principais feiras da região.
Junto a essas atividades de cunho econômico-social Pedro Batista continuou a desenvolver seus trabalhos espirituais realizando curas e formando uma geração de curandeiras para atender os que o procuravam.
Na condição de líder messiânico tinha sob controle a legitimação eleitoral da classe política de Santa Brígida. Tanto que o primeiro prefeito da cidade eleito em 1962, precisou do seu apoio para conseguir tal vitória. Mesmo após sua morte, em 1967, o grupo de romeiros que permaneceu sob a liderança de dona Dodô, sua substituta espiritual, continuou a definir o resultado político-eleitoral do recente município de Santa Brígida.
Além disso, sua vocação profética se realizou, entre outras vezes, quando uma previsão feita ainda em vida se tornou fato na eleição vitoriosa da atual prefeita Rosália França. Romeiros contemporâneos seus dizem que segundo vaticinava o padrinho Pedro Batista: “Essa menina ainda vai ser prefeita e trazer tudo de bom para aqui”.
A origem, desenvolvimento e atualidade da história político-religiosa de Santa Brígida, certamente tem sido uma simbiose entre setores sociais distintos que em sua dinâmica geram o crescimento dessa comunidade, dando-lhe uma identidade específica. Onde a abordagem mística da realidade por seus habitantes tem papel de destaque em sua configuração.

CRÔNICA DE UMA REELEIÇÃO ANUNCIADA

Só este título pode explicar os 9 meses desastrosos da atual gestão. Usando a crise como desculpa o atual gestor de Esplanada aparenta orquestrar a volta triunfal daquele que o escolheu para seu sucessor no poder, trazer de volta ao poder seu principal adversário eleitoral ou finalmente, provocar o nascimento de uma terceira via gestão pública que supere as lideranças já superadas.
Existe um clima de insatisfação orquestrado pela atual administração para criar um sentimento “saudade” do pior prefeito da história de Esplanada. Pior porque diante da quantidade de recursos que teve nas mãos, não fez absolutamente nada! Não colocou os recursos disponíveis a serviço do povo e sim a serviço de estruturar um grupo privilegiado no poder de Esplanada.
O que fez foi manipular a classe a classe média (É CLARO COM A CONVENIÊNCIA DELA), erguer obras de função ideológica como o Cristo e a “Centro Administrativo”e praticar o assistencialismo perverso para manter a eterna dependência da população desempregada. Desempregada porque o “CUMPADI”-MOR não se preocupou com vida das “cumadis” que continuam lavando roupa de ganho, continuam como subempregadas domésticas e com a vida de seus apadrinhados que aumentam as estatísticas dos desempregados locais, dos que migram para outros centros atrás de trabalho e do número de jovens sem perspectiva e que podem ser vítimas fáceis da droga e do crime. Por que a promessa de atrair empresas privadas com a conseqüente geração de empregos, o “CUMPADI” não teve a capacidade de cumprir. Aliás, a que governante medíocre, tacanho e provinciano interessa a geração de empregos privados que tornariam os trabalhadores livres da dependência salarial e ideológica da prefeitura?
Está em curso uma greve dos funcionários municipais que reivindicam entre coisas aumento de 30% para todos os funcionários, o repasse do FUNDEB e a definição das datas de pagamento dos salários dos servidores.
O argumento do prefeito atual é que não pode as atender as reivindicações porque houve redução de verbas. Mas aí cabe a pergunta: a redução dos recursos do FUNDEB, segundo o Prefeito, em apenas 100 mil reais mensais e a redução do montante dos recursos da prefeitura em apenas 500 reais por mês, justificam o atraso sistemático aos taxistas, ao transporte escolar e aos fornecedores? Justificam a impossibilidade de dar o menor aumento a todos os servidos e repassar o FUNDEB para os servidores da educação?
Porque a então dita carência de recursos da prefeitura permitiu ao prefeito realizar a caríssima festa do São João, a onerosa festa da Padroeira, o financiamento das atrações musicais da festa evangélica, e principalmente, onerar a folha total que não chega a 2.000.000 de reais, em 350.000 mil reais, somente na criação de cargos comissionados que não contribuíram em nada para educação ou para a melhoria dos serviços prestados pela prefeitura, a não ser para manter os privilégios de quem apóia e dos cargos de caráter consangüíneo.
O atual prefeito diz que quer atingir “um tal” de “ÍNDICE” em relação ao FUNDEB. ÍNDICE este, que quer dizer, que o prefeito deseja gastar ou já gastou todo o montante até agora de 7.000.000 MILHÕES DO FUNDEB, somente em transporte escolar, pagamento aos Diretores de curso “SUPERIOR”, os custos com 2.000 novos alunos!, O pagamento dos cargos de coordenação pedagógica e o tão famoso café da manhã. Segundo ele, estes gastos vão resultar em médio prazo na melhoria do IDEB! Qual pessoa que em sã consciência e apenas usando o bom senso vai acreditar que tais “medidas” terão impacto positivo sobre o IDEB?
Por que não buscou a melhoria do desempenho do IDEB da educação de Esplanada, entre outras coisas, através da valorização dos servidores da educação, entrega dos livros didáticos, pagamentos as livrarias que tiram xérox (as quais deixaram de tirar por falta de pagamento), pagar em dia o transporte escolar, que já deixou de rodar por falta de pagamento, “dar fim” ao quadro negro e ao giz, contratar psicólogos e assistentes sociais para ajudar a resolver os problemas da evasão e da disciplina dos alunos nas escolas?
Diante do arrazoado anterior, cabe a pergunta que não quer calar! Porque este desejo obstinado em gastar o FUNDEB com outras despesas que envolvem o pagamento de serviços e a fornecedores e não em gastos com a folha de pagamento dos servidores da educação?
A pergunta final, portanto, é: vamos ficar acomodados e reféns deste projeto maquiavélico e manipulador do povo de Esplanada, ou vamos criar desde já uma proposta política da terceira via de gestão pública justa e responsável, e que abandone tanto o grupo do Senhor Aldemir com o outro grupo que é igualmente ruim, orquestrado pelo Senhor Fernando Grisi?
Professor Ari, O Iconoclasta (Leia e comente outros textos no blog: arioiconoclasta.blogspot.com/)

EU ERA FELIZ E NÃO SABIA

Sou do tempo em que pulávamos os muros das casas com um simples alçar de pernas; Sou do tempo em que casas comerciais não eram isoladas com grades de ferro; Sou do tempo em alunos se levantavam em respeito a qualquer pessoa que entrasse na sala de aula: Sou de um tempo em que os “loucos de rua” não nos eram estranhos e tinham nomes: “Mãe Doida”, “Pê”, etc.; Sou do tempo em que favelas era coisa de cidade grande: Sou do tempo em que o povo inocentemente vibrava com o tricampeonato mundial(1970), enquanto nos porões da Ditadura, nossos irmãos eram torturados; Sou do tempo em que apenas alguns poucos maconheiros românticos e “outsiders” habitavam o imaginário das “moças de família”; Sou do tempo de se ficar ansioso para no outro dia apenas olhar o amor platônico.
É... Sou do tempo em que a música Sonhos de Peninha era chamada de brega; Sou do tempo da paquera e não do “ficar”; Sou do tempo de ser obediente a um simples olhar paterno; Sou do tempo do coração bater mais forte pelo simples toque na mão da garota desejada; Sou do tempo em que a virgindade dos adolescentes era ainda um tabu; Sou do tempo em que não se tinha receio de sentar na porta de casa e ficar papeando com vizinhos e amigos noite adentro; Sou do tempo em que tocar violão e cantar era coisa de vagabundo; Sou do tempo em que era fascinante brincar de bolas de gude, furão, carrinhos de latas de óleo com rodas feitas com pedaços de velhas havaianas; Sou do tempo em que crianças “perversas” e politicamente incorretas se divertiam com o zumbir das asas das tanajuras; Sou do tempo em que apenas “pescar” o “João-Turrão” do chão divertia as crianças. Enfim, aquelas brincadeiras românticas e artesanais, e a inocência ideológica dos tempos da nossa infância desapareceram. O interesse pelo conhecimento, o respeito aos mais velhos praticamente sumiram do coração dos mais jovens.
Responda-me Tempo, o que houve? Você que é o palco de todas as transformações! O Tempo, porém permanece mudo... Porque o tempo em si mesmo não tem força nenhuma de mudar nada. É apenas o cenário em que vivemos. Só nós podemos tudo mudar.
Municípios pequenos como o nosso, cuja população total não passa de 35 mil habitantes em todo o seu território e cuja sede não abriga mais que dez mil habitantes, a despeito da democracia política, estão hoje com os mesmo problemas sociais e econômicos das megalópoles.
A favelização da periferia, o desemprego, a insegurança, as drogas, a marginalidade e a impunidade nos deram o “status” de cidade grande. Mas em compensação, onde estão as “virtudes” de uma grande cidade? Onde está a maternidade, o pronto-socorro, o cinema, os bares noturnos e o anonimato “transgressor”?
O estado que não deu assistência à periferia dos grandes centros urbanos, é o mesmo que deixou prosperar nas pequenas cidades, os mesmos problemas sociais e econômicos das grandes cidades! O estado dos ricos em todas a suas formas e esferas: municipal, estadual e federal, busca por natureza a concentração de privilégios e os problemas do povo não são tratados com a devida justeza.
Porém, Não se pode responsabilizar apenas este setor da sociedade por todas estas transformações negativas porque passaram as pequenas cidades do interior deste país. A força principal destas transformações está na base econômica, na necessidade de mercado consumidor que a sociedade burguesa impõe. A tecnologização do mundo substituiu brinquedos artesanais pelos videogames e pelos jogos da internet. A intensa circulação de informações e o rápido acesso a grandes cidades, nos deram uma mentalidade parecida com o habitante de uma megalópole.
A redemocratização do país, após anos de autoritarismo nos colocou no outro extremo. O extremo do relaxamento do respeito e uma mal compreendida liberdade de expressão que não hesita em desrespeitar a liberdade do outro.
O hedonismo juvenil foi estimulado através da liberação do comportamento sexual e pela massificação do extremo mau gosto melódico e de letras, das músicas apelativas de duplo sentido. O ritmo repetitivo e banal substituiu o lirismo das letras. Em muitos sentidos houve uma espécie de deseducação popular.
O acesso livre as informações é um fato, entretanto, as classes mais desfavorecidas não foram educadas para valorizá-las. Se não se tem gosto e nem vontade, como poder ter prazer em ler um bom livro, ouvir música popular ou músicas clássicas. O valor destas artes não foi massificado pela grande mídia. A subliteratura (Sabrina e outras) carregada de sentimentalismo romântico é que preenchem as prateleiras das casas populares. Os livros de auto-ajuda e os “Paulos Coelhos” da vida conseguem vender 40 milhões de livros!. E o que é pior, têm público em todo o planeta!
É certo que saudosismos piegas são chatos e não são saudáveis. Mas reconheçamos que muitas vezes sentimos a sensação de que éramos felizes e não sabíamos.
Professor Ari, O Iconoclasta. (comentários enviar para o Email e Orkut: arivaldodesouzadantas101@gmail.com)

APLICAÇÃO DA FILOSOFIA DE SUN TZU NO MUNDO MODERNO

No capítulo inicial Tzu coloca a necessidade de avaliar a guerra como algo realmente necessário, pelo fato dela ser o instrumento da vitória como o da ruína do estado beligerante. E ao fazer esta avaliação o estado beligerante deve levar em consideração os cinco fatores fundamentais: a influência moral, o clima, o terreno, o quarto é o comando e o quinto a doutrina.
Segundo o autor por “influência moral entende-se a harmonia entre o povo e os seus dirigentes, fazendo as pessoas caminhar para a vida ou para a morte, porém sem medo algum”.
Assim, a maneira com que o governante trata os seus governados é vital para sua disposição de lutar por uma causa. A retidão e a benevolência farão com que os exércitos se tornem unidos, satisfeitos e lutem por seus chefes.
O clima, é o fator que deve levar em consideração a forma que as forças naturais podem influenciar o combate. Ou seja, o uso das forças militares deve considerar o clima e ou calor da condução das operações militares.
Por terreno, segundo o autor, entende-se as distâncias, se o espaço da guerra é fácil ou difícil, se é aberto ou apertado, se é conhecido ou não.
O quarto fator, o comando, considera os atributos do general quanto a sabedoria, sinceridade, humanidade, coragem e exigência. Destas características extrairá a capacidade de reconhecer quando uma situação muda. Se for sincero, seus comandados acreditarão em suas recompensas e castigos, dando-lhe autoridade. Se for corajoso será capaz de “resolver dúvidas e arquitetar grandes planos”.
Por fim o último fator é a doutrina que “ resume a organização, o controle, a distribuição dos pontos de comando, a ordenação das vias de abastecimento e o fornecimento do necessário às suas tropas.
Além disto a doutrino enseja algumas estratégias psicológicas e logísticas vitais para a condução do estado beligerante à vitória. Eis alguns exemplos:
1 – Enfureça-se o seu general confundindo-o;
2 – A parente inferioridade e provoque a arrogância do adversário;
3 – Mantenham-no sob tensão e cansem-no;
4 – Quando estiver unido, desagregue-o.

Além destas citas outras com mesmo teor e objetivo, e em seguida, dá exemplos históricos em que tais doutrinas foram aplicadas com sucesso.
No segundo capítulo: A Guerra, o autor descreve como tornar operacional o exercício da guerra. Segundo Tzu “para uma operação de guerra são necessários mil carros rápidos, de quatro cavalos, mil carroções revestidos de couro, também de quatro cavalos, e cem mil homens protegidos com armaduras de malha”.

Utilizando-se de uma técnica descritiva que se parece com aforismos, elenca o que deve e não deve ser feito pelo especialista numa guerra.
Exemplos:
1 – Quando um exército trava campanhas demoradas, as reservas estatais nunca são suficientes;
2 - ... A um ataque pode faltar imaginação, mas há sempre que executá-lo com rapidez sobrenatural;
3 - ...”A guerra é igual ao fogo. Aqueles que não mais querem depor as armas, acabarão por elas consumidos”;
4 - ...”Todos os soldados cativos devem ser tratados com magnanimidade e sinceridade, para que possam vir a servir-nos”.

Plano de ataque é o tema do terceiro capítulo. Começa então propondo que na política da guerra deve-se vencer o inimigo sem arruiná-lo. Atentando para a importante relação custo benefício, sugere que se deve dominar o inimigo sem precisar combatê-lo.
Para isto sugere então algumas ações:
1 – Não permitam que seus inimigos se juntem;
2 – A pior das alternativas consiste em atacar cidades.
Explica que cidades fortificadas exigem tempo para construção de rampas, de carros couraçados. Em vez disto deve-se cercar a cidade e esperar, até que vejam que a vitória é inevitável. É sábio segundo o autor que deixe de propósito um caminho para fuga. Lutar com um inimigo encurralado é contraproducente.
3 – Se és numericamente o mais fraco, procura a retirada.

Termina este capítulo mencionado as cinco circunstâncias que se atendidas resultam em vitória certa. São elas:
1 – Aquele que sabe quando pode combater e quando não pode alcançar a vitória;
2 – Aquele que, servindo-se de grandes ou de pequenas forças, entende como tornar-se vitorioso;
3 – Aquele que consegue concentrar suas fileiras em um só objetivo será vitorioso;
4 – Aquele que é prudente e espera por um inimigo imprudente será vitorioso; e finalmente a
5 – Aquele cujos generais são hábeis e possibilitados de atuar sem interferências será vitorioso. Continua esclarecendo que. Por isso o mestre Wang dizia: “ Fazer as nomeações é atributo do soberano; as decisões nas batalhas pertencem ao general”.

No IV capítulo: disposições, os ensinamentos do guerreiro filósofo podem ser resumidos quando o próprio mencionar que os elementos da arte da guerra são: a noção do espaço; segundo, a avaliação das quantidades; terceiro, os cálculos, as comparações; e o quinto, as possibilidades da vitória.
Além disso, afirma que é em virtude da disposição que um general vitorioso consegue fazer sua gente lutar à semelhança da orça de águas represadas que subitamente se soltam e se deixam jorrar num abismo sem fundo.
... “Um exército é como a água. Aproveita-se da distração do inimigo, ataca-o onde não é esperado, evita-lhe a força e atinge-o onde ele não pode se defender. Tal como a água, nada lhe resiste”.

A autoridade é o tema do V capítulo. Nele considera que a autoridade pra ser exercida com sucesso precisa de organização. Numa espécie de efeito cascata as ordem saem do principal comando e são repartidas progressivamente a crescer da forma que ele descreve: ...Um homem é um elemento: dois, um par; três, um trio. Um par e um trio constituem uma quina; duas quinas formam uma seção; cinco seções, um pelotão [...] até chegar num grande exército. Assim segundo Tzu,, pode-se dirigir um exército de um milhão exatamente como se de muito poucos se tratasse.
Novamente usando máximas curtas, no VI capítulo que intitula pontos fracos e fortes o filósofo chinês, orienta como de várias formas se pode explorar os pontos fracos do inimigo ou de potencializar os pontos fortes do estado beligerante. Repete vários estratagemas já mencionados anteriormente tais como:
1 – Quando o inimigo está descansado, devera ser fatigado; quando bem alimentado, deverá ser forçado a passar fome; quando em repouso, obrigado a se mexer;[...]
2 – Para se ter certeza da vitória, ataque-se um ponto que o inimigo não defende;[...]
Colocando proposições que se contradizem sabiamente ensina como vencer o inimigo:[...] apresento ao inimigo as minhas forças como se de fraquezas se trtasse, ao mesmo tempo que transformo as suas forças em fraquezas, e busco onde mais fraco ele será [...] Oculto os meus rastros para que ninguém os note e conservo-me calado para que ninguém me ouça.

No capítulo VII, quando aborda os movimentos estratégicos, Sun Tzu mostra como mobilizar forças terrestres ou a tecnologia de terra deforma a otimizar o seu uso e garantir a vitória.
Um exército que desconhece o terreno, palco da guerra, que não se serve de guias e que não carrega equipamento pesado, forragem, alimentos e provisões, acabará por se perder.
Propõe que o engano, a velocidade de ação e a quem dominar a arte da aproximação indireta e indireta do inimigo, garantirá seu sucesso.
Também dar extrema importância a capacidade de liderança e a manutenção do moral alto da tropa, como fatores fundamentais para execução das operações de guerra eficazes e que levam a vitória num confronto. Um exército bem aparelhado tecnicamente, mas sem disposição para a luta acaba se tornando um alvo fácil para o inimigo.
No VIII capítulo menciona os nove fatores variais para o emprego de tropas:
1 – Não acampar em terreno baixo; (no combate ficará em desvantagem, a declividade de um terreno só favorece que está na parte mais alta)
2 – Em terreno contíguo, junta-te aos teus aliados;
3 – Não deves demorar-te em terreno pobre
4 – Em terreno de morte luta; [...]
Neste capítulo lista as cinco qualidade negativas de um comandante de exército:
1 – Se é ousado pode ser abatido;
2 – Se é covarde, pode ser capturado;
3 – Se é exaltado, pode fazer figura de louco;
4 – Se tem um sentido de honra demasiado delicado, pode ser caluniado; e
5 – Sé de natureza misericordioso, é fácil de perturbar.

Sobre as ações no IX capítulo, Tzu reitera a importância conhecer o terreno que irá ser o palco da guerra, de modo a usar o terreno em vantagem própria, também exorta ao comandante para que esteja atento aos sinais durante um guerra. Lista várias situações e como devem ser interpretadas por quem as testemunha durante um confronto. Por exemplo:
1 – Quanto se notam árvores movendo-se, é o inimigo que se avança;
2 – Quando, à noite, se escutar clamor no campo inimigo, ele está temeroso;
3 – Quando o inimigo vê uma vantagem e a desperdiça, está fatigado;
4 – Q2uando suas tropas se apóiam nas armas, estão famintas;
5 – Aves levantando vôo assinalam o inimigo emboscado; [...]

Neste capítulo a natureza do terreno é analisada como mais intensidade e o autor classifica o terreno como acessível, traiçoeiro, irregular, apertado, profundo e distante. A natureza do terreno é fator fundamental para que um exército possa ser levado para à vitória.
Termina o capítulo dizendo: [...] E, por isso, digo: ”Conhece o teu inimigo conhece-te a ti mesmo e nunca porás a vitória em dúvidTa. Conhece o terreno, conhece o tempo, e a tua vitória será total”.

No XI capítulo faz uma tipologia do terreno que naquela época, poderia vir a ser o palco de um confronto bélico. São nove os tipos de terreno: dispersivo, fronteiriço, focal, chave, comunicante, perigoso, difícil, cercado e mortal.
Dispersivo é quando o senhor feudal combate no seu próprio território. Terreno chave é o terreno vantajoso igualmente para mim e meu adversário. Quando o exército penetra profundamente no território, se encontra em terreno perigoso.
No XII capítulo quando o métodos de ataque com fogo é abordado o autor que o equipamento para se atearem fogos devem estar sempre à mão. Os momentos de clima quente são os mais convenientes para o uso do fogo. Se ateares fogos fora do campo do inimigo, não há necessidade de esperar que se iniciem de esperar que se iniciem do lado de dentro. Ateia o fogo nos tempos apropriados.

O uso de espiões como atualmente era muito importante para conhecer o inimigo e usar este conhecimento para vencê-lo. Segundo Tzu são cinco os tipos de espiões: nativos, internos, duplos, dispensáveis e vivos.
Os agentes vivos são aqueles que voltam com informações sobre o inimigo. Segundo Tzu[...] Quem não sábio e esperto, humano e justo, não pode servir-se de espiões. Também que não for delicado e atual nunca conseguirá deles toda a verdade. Desde aquela época SunTzu já afirmava [...] É engenhoso! Verdadeiramente engenhoso! Não há lugar onde a espionagem não tenha sido aplicada.

DEPRESSÃO MENTAL E O NEOLIBERALISMO

O presente texto atribui os excessivos diagnósticos de quadros depressivos no mundo moderno, à influência ideológica imposta pelo moderno neoliberal do capitalismo em sua fase atual.
O capitalismo do pós-guerra e pós-depressão de 1929 nos Estados Unidos, recorreu ao apoio do estado como mediador de suas crises periódicas. A partir dos anos 70 a filosofia do bem-estar social promovida por um estado atuante economicamente, começou a ser encarado como estorvo ao desenvolvimento do capitalismo. Assim, nasceram as idéias neoliberais que centraliza no indivíduo e nas leis que regem o mercado o sucesso do modelo econômico atual.
Segundo Hayek(1987) os homens nascem desiguais por natureza e cada indivíduo deve lutar para atingir seus próprios objetivos ainda que para isso cause prejuízo ao seu semelhante.
O processo de deificação do indivíduo é histórico. Aconteceu quando a burguesia nascente contrapôs ao teocentrismo feudal, o antropocentrismo burguês. “O homem é a medida de todas as coisas dizia” um filósofo da época.
A ideologia do sucesso pessoal imposta pelo neoliberalismo resultou criação de uma psique narcisista, sádica e desamparada, que resultou na formação de quadros depressivos na população. Ela serve de catalisadora de sentimentos como angústia, pensamentos suicidas, tristeza e melancolia. Sentimentos estes típicos que são a que compõem a sintomatologia da depressão clássica.
Ao ver o outro como obstáculo para o alcance do seus objetivos, o indivíduo transpõe para o universo econômico e social, a idéia do existencialismo sartreano de que “o inferno e o outro”.
Ora, que vínculos profundos posso ter com o próximo, se o vejo apenas como um meio e não como um fim em si mesmo. O isolamento, a impotência gerada por essa abordagem das relações sociais, só pode resultar num quadro patológico nas populações do mundo moderno.
Não se pode ver o estado burguês como refúgio como o texto insinua. O próprio estado é uma máquina de gestão das coisas pública que um profundo grau de impessoalidade e burocracia massacrante da criatividade e das individualidades. O mercado livre, por outro lado não possui leis estáveis de auto-regulação e o indivíduo desse modo fica a mercê do acidental, do acaso e da incerteza.
Num mundo que enaltece os feitos individuais e não coletivos, é fácil o aparecimento de celebridades em todas as áreas de atuação humana na música, no cinema, no esporte. Comportamentos suicidas, depressão e toxicomania são muitos comuns nestes meios. Estes famosos são como exemplos às avessas do que acontece como anônimo que os reverencia.
Usando a percepção psicanalítica deste fenômeno, vemos segundo o texto que o superego é quem introjeta os valores da cultura neoliberal, e que o não atendimento do ideal cobrado pelo neoliberalismo, resulta no desenvolvimento de um superego sádico e que culpa o ego (o próprio indivíduo) pelo não cumprimento das expectativas propostas pela cultura neoliberal. Assim, está esquematicamente formado o quadro de forças psíquicas que provoca o alastramento da depressão no mundo moderno.
A busca incessante pelo consumo, é da natureza do modo de produção capitalista. Esta relação com o consumo é transposta para as relações pessoais, onde o “ficar” com o outro e não estabelecer vínculos afetivos mais profundos é comum. Assim, quando o outro não é o obstáculo para a realização de objetivos pessoais, ele é apenas um meio para a satisfação dos nossos objetivos e necessidades.
Assim, adotamos um caráter depressivo, porque desamparados pelo meio social, que nos cobra auto-suficiência, eficiência e desapego ao próximo, ao mesmo tempo nos culpabiliza pelo fracasso. Desse modo, o pensamento neoliberal não cria a depressão, mas cria um quadro de relações sociais e do homem com ele mesmo que propicia seu aparecimento.

OS FOGUETES DA IDEOLOGIA

A ideologia é criada e repetida de várias formas em nosso dia-a-dia. Ela está presente nas relações familiares, está presente nos programas de televisão, também se encontra presente no trabalho e se encontra nos bares etc. Onde estiver um grupo de pessoas agindo e reagindo neste mundo tão desigual, a ideologia estará presente. Ela é a nossa visão de mundo que motiva as nossas ações.
Através dela, a ideologia, é que nós achamos natural o mundo em que vivemos. Um mundo claramente dividido em classes sociais, aqui entendidas como grupo de pessoas que têm acesso total, parcial ou até nenhum acesso as riquezas econômicas, culturais e acesso a postos de comando nas empresas ou no Estado municipal, federal ou estadual.
O Estado dividido em suas três esferas: municipal, estadual e federal e na suas três formas: poder executivo, legislativo e judiciário, detém o poder de governar todo o povo. O Estado Burguês também tem sua própria ideologia. Ela se expressa de várias formas. Por exemplo, o governador Jaques Wagner recentemente pagou com o dinheiro público, uma matéria de primeira página no Jornal A Tarde, exibindo a entrega de um colete à prova de balas a um policial, logo depois da classe ter ameaçado paralisar devido à falta de condições de trabalho para proteger a vida e a propriedade privada tão cara aos proprietários. A ironia ideológica é que o mesmo Estado que se diz técnico, justo e neutro, é o mesmo que multa as empresas do Pólo Petroquímico ou quaisquer outras do país, que deixe seus funcionários trabalharem sem o uso do EPI (equipamento de proteção individual).
Ora, que moral tem o governo do estado de multar empresas privadas que deixam seus funcionários trabalharem sem o EPI, se ele mesmo não fornece um componente do “EPI” do policial que é o colete a prova de balas?
Por que tornar uma obrigação do Estado − que é dar condições mínimas de trabalho aos policiais − uma manchete de jornal de primeira página? Portanto, o Estado em qualquer esfera ou forma, antes de ser técnico e legal, o Estado é político! E por conseqüência é ideológico. Ele mesmo é o produtor e divulgador do modo de pensar dominante.
De forma alegórica podemos dizer que o governador gastou dinheiro para soltar “foguetes desnecessários” para divulgar aquilo que é apenas uma obrigação do seu governo. No universo local acontece a mesma coisa.
A divulgação diária das ações do governo local tais como: a entrega de ovinos e caprinos e sementes para agricultores ainda que muitos a vendam logo depois; a entrega de cestas básicas, ofertadas aos pobres e desempregados do município, ainda que na condição de cidadão e não de prefeito do nosso governante local; a oferta do quit alimentação da “muqueca” da Semana Santa, objeto de divulgação cara por ocasião do São João através da voz de um locutor de outras paragens: a inauguração de um posto policial na praia, ainda que no mesmo espaço antes ocupado por uma casa de artesanato; o café da manhã nas escolas, com apenas um todinho industrializado pão e bolachas; a realização da Festa do São João, ainda que falte a sua principal atração Zezé de Camargo e Luciano; a compra de serviços e produtos de empresas locais, ainda que o pagamento seja demorado ou se espere um momento eleitoral qualquer, e por aí vai...
Toda esta divulgação “foguetária” que se repete exaustivamente tem o objetivo de que o governo tem uma real preocupação com povo da cidade e não apenas de manipulá-lo. Tornar esta falsa preocupação do governo em ajudar o povo parte do senso comum, esta é a função do que é divulgado através dos foguetes todo dia.
Esta também é a função do ícone religioso representado pelo Cristo Redentor de Esplanada. Ele representa a falsa e eterna lembrança de que o “beato” que domina do Estado local é um homem religioso. Ele nos dá a falsa impressão de que somos acolhidos em seus braços abertos e nos faz esquecer que Jesus ficaria muito mais satisfeito se o dinheiro público gasto na construção do Cristo, se transformasse em casas populares, em geração de emprego e renda ou mesmo em milhares de cestas básicas que alimentariam seus fiéis! A maior homenagem que podemos fazer a Jesus é tentar imitá-lo em seu êxtase, em sua alegria e em viver sua máxima de ouro: “TUDO QUANTO, POIS, QUEREIS QUE VOS FAÇAM, FAZEI VÓS ANTES A ELES!” Ou seja, se quisermos confiança, amor, honestidade e respeito, é só dá-los primeiro ao nosso próximo.
Outro ícone ideológico do nosso dia-a-dia é percebido pelos nossos ouvidos na madrugada. É o soltar de foguetes que acordam os fiéis da Igreja Católica. Alguns não tão fiéis acordam com o barulho, mas acabam não levantando da cama e indo pra igreja. Afinal, largar a cama quentinha e acolhedora é muito difícil. Só mesmo com o estímulo inconveniente dos foguetes pipocados durante a madrugada.
Quando Jesus foi orar e depois voltou. Encontrou seus discípulos dormindo. Jesus não os acordou soltando foguetes. Apenas disse: VIGIAI E ORAI! A consciência cristã é um acontecimento interno, não precisa dos ritos e nem do barulho dos foguetes! Imaginem se todas as denominações evangélicas e outras religiões resolvessem também fazer a mesma coisa! Íamos pensar que estávamos numa guerra!
A moral da história é que o chamamento dos fiéis não precisa ser feito através do barulho dos foguetes. Foguetes, aliás, usados para divulgar também qualquer ação política ou picuinhas entre os principais adversários políticos da cidade. A lembrança da necessidade de ir congregar deve ser algo íntimo e silencioso, não precisa ser ostentado com foguetes na madrugada, incomodando o sono daqueles que não congregam a mesma fé, têm que acordar cedo para trabalhar ou não pertencem a mesma religião. A verdadeira religiosidade não é barulhenta e nem é espalhafatosa. É serena e pacífica. Atos político-ideológicos como estes podem ser feitos por justa razão e no horário que não incomode que não compartilha o mesmo ideal. (Acesse o blog: arioiconoclasta.blogspot.com/ , leita e comente textos inéditos!)

O QUE É UM PASQUIM

Durante o Regime Militar, não existia a liberdade de expressão que gozamos hoje. Brasileiros engajados na luta para o fim do regime de exceção recorreram entre outras estratégias, para o uso de um famoso jornal intitulado: O PASQUIM, que clandestinamente e anonimamente denunciava os abusos autoritários do Regime Militar e propunha uma sociedade democrática, pelos menos politicamente, para o Brasil.
Devido ao fato de que a versão do mundo dominante é a versão de quem tem o poder político e econômico, o senso comum, até hoje continua dando a expressão “pasquim” um sentido pejorativo, negativo. Porém, este sentido negativo era somente para aqueles que dominavam o estado brasileiro pela forças militar. Este sentido negativo da expressão “pasquim” para as classes que impuseram o Regime Militar, acabou sendo incorporada ao senso comum até aos nossos dias.
Recentemente em nossa cidade foi lançado, mais uma vez, um “pasquim” que tem o sentido acima explicitado, que viola criminosamente o direito a privacidade do cidadão. Mesmo que os fatos hediondos e vis que foram relatados fossem verdadeiros, o que na sua maioria não o são! A disposição de escrever tais idiotices, não contribui em nada para a politização do nosso povo. A forma mentirosa, caluniosa e perversamente cruel com que a privacidade dos cidadãos que detém a direção política da cidade foi atacada, deve ser repudiada por todo o povo de Esplanada! Porque qualquer um que um dia se colocar na condição de representante através de votos e impostos da “coisa” pública, poderá passar por esta inconveniência criminosa de quem elabora estes abomináveis “pasquins”. Até mesmo quem participou ou se alegrou com o lançamento de tais “pasquins”, um dia por ironia, poderá ser objeto de um deles.
O escritor que vos fala, só tem a pretensão de contribuir um pouco para o estímulo a leitura e a reflexão dos seus leitores a respeito do cotidiano, do social e do político da cidade que o acolheu e já reside há uns bons anos.
Não pretende que nos “ensaios” que escreve ─ como um colega e professor bondosamente os definiu ─ seja comparado em intenção e forma com o “pasquim” de péssimo conteúdo, que foi colocado na rua de maneira anônima.
São assumidos pelo autor, todos os “ensaios” publicados, colocando o nome, às vezes, até foto, além do Email e Orkut do mesmo nome. Como abaixo será assinado este texto.
Existem maneiras mais inteligentes, democráticas e respeitosas de se questionar a aqueles que nos representam. Não é porque muitas vezes a dominação econômica, ideológica e administrativa de uma classe não é ética, que quem luta pela melhoria das condições de vida da população, tenha que fazer o mesmo. A irracionalidade inconseqüente de quem produz estes “pasquins” não contribui em nada para o aprimoramento da nossa jovem democracia.
Mesmo no clima de paixão que envolve uma eleição não se justifica esta abordagem imbecil da vida privada das pessoas. Além de não caber “pasquins” pejorativos, não cabem também os “UI, UI, UIS!” e os “DO OUTRO LADO É DESESPERO!” repetidos até a exaustão pelos carros de som durante a última eleição pelos políticos que infelizmente ainda dominam o cenário eleitoral local, desperdiçando recursos públicos, com bordões vazios como estes. Estimulando o emocional, a paixão e a irracionalidade do eleitor, como se escolher um governante fosse torcer por um time de futebol! O que efetivamente não o é.
Uma eleição deve ser usada para politizar o eleitor. Para através de um programa de rádio, ou em plena praça pública, participar de um debate entre candidatos que discutam os problemas da cidade, tais como: o desemprego, o meio ambiente, a educação, as saúde, a política de habitação, o trato emergencial da fome, a questão das drogas, a segurança, a marginalidade, etc. Em vez disto, a eleição se torna neste país inteiro, um palco de negociatas de currais eleitorais, de venda de apoios e uso abusivo do poder econômico para impor um candidato com assistencialismos ocasionais meramente eleitoreiros, daqueles que se aproveitam da pobreza econômica e ideológica imposta pelas classes dirigentes ao povo brasileiro.
Portanto, o uso de “pasquins” como tentativo de denegrir gratuitamente a imagem dos cidadãos de Esplanada e deste país, deve ser dispensado pela população local.
Até porque, a classe dirigente eleita de forma legal e democrática, deve ser questionada na sua ação enquanto representantes legítimos dos impostos e votos colocados em suas mãos pela população que a elegeu.
Professor Ari, O Iconoclasta (comentários favoráveis ou não enviar para o Orkut e Email de mesmo nome: arivaldodesouzadantas101@gmail.com)

O SISTEMA É BRUTO?

O senso comum de vez em quando torna moda o uso de certos clichês na leitura do mundo. Estes lugares comuns carregam em si uma visão imediata e distorcida da realidade. Normalmente favorece a aceitação da desigualdade como algo natural, principalmente para as classes desprovidas de renda, de informação e de poder.
A expressão “O SISTEMA É BRUTO”, virou moeda corrente na boca de todo o povo, através do programa da NA MIRA que é exibido para todo o estado da Bahia. Radialistas locais e toda a população também fazem uso freqüente desta expressão.
Como toda expressão do senso comum, contém várias distorções, porque através dela, ocultamos da dominação ideológica de um povo. A primeira distorção nasce porque o termo SISTEMA, generaliza o termo BRUTO. O termo SISTEMA é colocado como fosse uma força estranha, alheia a todos nós. Um poder sem origem definida e explicação. Como se fosse um DEUS. Como se fosse algo poderoso e que precisamos de tempo e paciência superar e que é muito difícil de lutar. A velha e conveniente mania da mente humana de sempre colocar a felicidade, a transformação para futuro. Por isto mesmo que nunca chegam. Entretanto, esta generalidade contida na expressão SISTEMA, serve apenas para esconder o fato de que o SISTEMA é feito e reproduzido por pessoas, por seres humanos que vivem em sociedade. Portanto BRUTO, não é o SISTEMA, BRUTAS são as pessoas que vivem no SISTEMA, e o tornam BRUTO.
O SISTEMA então é feito por pessoas que muitas vezes, não são BRUTAS, porque querem. A visão de mundo baseada apenas no interesse material imposta por quem manda e que favorece a quem domina, acaba por torna-lo também vítima da própria IDEOLOGIA que nasce das relações de exploração do homem sobre o homem.
Aqueles que quiserem superar este SISTEMA BRUTO, não podem usar a BRUTALIDADE para vencê-lo, porque assim, estará reproduzindo a própria BRUTALIDADE que combate. É possível que Jesus tenha dito a mesma coisa com estas palavras: AMAI O VOSSO INIMIGO!
As classes oprimidas têm este duplo papel. Primeiro saber que é oprimido. Segundo propor sua própria libertação, sem ter que usar as armas que o seu opressor usou para oprimi-lo e explora-lo. Se chegarem a se legitimar no poder executivo ou legislativo, não reproduzirem tudo aquilo, que com tanta consciência e tanta paixão, paixão lutaram.
A expressão SISTEMA, também pode usada para se referir ao modelo político e administrativo proposto pela democracia burguesa e relações de produção no mundo público e privado, que dividem o mundo em proprietários e não-proprietários da informação, da riqueza e do poder.
O sistemático uso desta expressão generalizante: O SISTEMA É BRUTO, tem a função de nos dar um sentimento de impotência e distanciamento, diante da nossa responsabilidade espiritual e social de transformar este mundo num lugar mais digno e justo de viver. Num lugar em quer a gente não se brutalize na ânsia cínica e inconseqüente de somente defender apenas nossos próprios interesses. Muito a usam a usam para atacar o SISTEMA BRUTO, quando na verdade está criando e reproduzindo, por ignorância a própria BRUTALIDADE DO SISTEMA. Muitos atacam a BRUTALIDADE DO SISTEMA, por ironia, usando a própria BRUTALIDADE que diz estar combatendo.
No SISTEMA BRUTO, criado e reproduzido por pessoas BRUTAS, não há espaço para o amor, para a cooperação. A mentira é o principal instrumento para que o oprimido aceite a sua condição. Não foi à toa que Jesus disse que: “O DIABO É O PAI DA MENTIRA”!
A ética não é o apanágio das pessoas mais humildes. A romântica idealização das camadas mais pobres é enganosa. Nem a ética e o bom senso pertencem somente ao pobre, e nem tampouco o cinismo, é exclusividade das classes mais favorecidas. À afirmação de muitos de que a manutenção ou a busca de interesses econômicos e poder político, fazem mal ao caráter de homem, pode-se contrapor a máxima de Jesus que NEM SÓ DE PÃO VIVE O HOMEM!
O SISTEMA É BRUTO, não é porque determinada classe social é BRUTA, ou seja, porque os políticos, os ricos, são BRUTOS. O SISTEMA É BRUTO, porque todos nós, pobres ou ricos, o fazemos ser bruto nas relações que estabelecemos em nosso cotidiano. Nós brutalizamos o sistema em todos os espaços de convivência social. Em casa, na rua, no trabalho, na prefeitura, na assembléia, no congresso nacional, nos quartéis, no campo. Enfim, onde existe o humano, o social, a desigualdade no saber, no ter e no poder ali estará presente também a BRUTALIDADE. Não podemos aliviar nossas consciências achando que só é bruto o outro. O outro que detém algum tipo de poder. De alguma forma, em nossos pensamentos e ações, somos todos cúmplices na construção e reprodução da brutalidade social que rege todo este planeta. Graças a Deus! Que a capacidade de se colocar no lugar do próximo que sofre, ainda existe no coração de muitos! As palavras de conforto e fé de Jesus, relatadas no Evangelho Místico de São João deve sempre habitar nossos corações: “NESTE MUNDO (BRUTO) TEREIS AFLIÇÕES, MAS TENDE BOM ÂNIMO, EU VENCI O MUNDO(A BRUTALIDADE)".
Professor Ari, O Iconoclasta (Enviar comentários contrários ou favoráveis para o Orkut e Email: arivaldodesouzadantas101@gmail.com)

O PÚBLICO E O PRIVADO

A democracia e uma forma de convivência entre as pessoas, onde determinado grupo, através de votos e impostos, administra a “coisa” pública.
Com o fim do absolutismo e a imposição da democracia burguesa, se estabeleceu a proposta constitucionalista. Não mais o rei vai administrar, julgar e legislar. Um governo eleito pelo povo será responsável pelo executivo, um corpo de juízes executará a lei e uma câmara fará a legislação em todos os níveis do poder.
É neste momento que o cidadão que elegeu seu representante através do sufrágio universal, ou seja, todo cidadão independente de cor, religião, renda, classe social ou ideologia etc., terá o sacro santo direito de eleger seu candidato para representá-lo na administração do estado, que é sustentado com os recursos vindos dos impostos descontados da renda dos cidadãos. (Leia-se empresários e trabalhadores).
Portanto, qualquer cidadão dentro do regime democrático pode livremente emitir sua opinião, elogiando quando acertar e criticando quando errar, aqueles que foram eleitos para administrar o que é público.
Quando o indivíduo se coloca como representante do que é público, tem que estar preparado para não transformar críticas e/ou elogios que recebe como algo pessoal. Quando um cidadão critica seus representantes não está criticando a pessoa, o indivíduo, o ser humano, sua subjetividade inviolável. Sua vida pessoa, orientação sexual, ou qualquer coisa da sua vida privada, deve ser deixada de lado, deste que não atinja o que público e que não conspire contra os direitos do povo. O cidadão tem o direito constitucional de manifestar sua opinião a favor ou contra, a qualquer um, que detenha em suas mãos, os votos e os impostos do povo.
As críticas feitas de forma respeitosa e democrática devem ser bem vindas para qualquer governante. Muito mais perigoso para um governante é o galanteio, o elogio falso, daqueles que só querem receber os favores de quem administra a “coisa” pública. Aquele tem a vocação, por ignorância ou opção, de aderir acriticamente a quem o governa, pode desvirtuar qualquer governante. Dão a quem governa uma ilusão de consenso e harmonia entre o povo e o governante, que é totalmente mentirosa e enganosa.
Revanchismos gratuitos e perseguições imbecis e autoritárias, já não cabem no mundo de hoje. Assim como o povo deve respeitar as leis da Constituição burguesa, também, quem foi eleito para administrar o estado deve respeitar qualquer cidadão que manifesta livremente o soberano e livre direito de livre expressão, dentro da regra do jogo democrático burguês. Quem não for capaz de respeitar a Constituição, não se coloque jamais na condição de representante daquilo que pertence ao povo, que transfere para a entidade chamada estado, seus votos e seus impostos.
Um estadista sábio ouve as críticas que lhe são feitas. Elas podem servir de timão, de direção, até mesmo para o próprio governante que quer se perpetuar no poder que tanto ama. Dizem por aí que: “Eu amo Esplanada!”.
Este grupo político dominante atualmente em Esplanada, começar agora a completar, através do Sr. Diolando, um ciclo de doze anos, está incorrendo num erro comum daquele que têm sucesso naquilo que se propõe fazer. Afinal, vencer uma eleição, no princípio sem nenhum recurso, ganhar o secundo mandado consecutivo, e ainda fazer um sucessor que não tinha nenhuma trajetória política, é uma obra eleitoreira grandiosa. Porém, o orgulho, a jactância, a vaidade e a subestimação dos adversários políticos, pode se tornar um erro difícil de consertar, e o projeto de domínio político de Esplanada poderá cair por água abaixo.
Um consenso democrático se constrói com efetiva divisão social da renda, para as classes mais carentes, para a classe média rural e urbana, que junto com os trabalhadores, são os que dinamizam a economia. Manipular pagamento de fornecedores, oferecer cestas básicas através dos meios de comunicação, dizer que com ações medíocres está ajudando a acabar com a fome dos “pequeninos”, poderá não servir para criar o consenso necessário para a manutenção deste grupo no poder de Esplanada.
Um grupo que manipula até mesmo seus eleitores que têm mais renda e são mais esclarecidos politicamente, pode estar esgotando este modelo perverso de administração. Apesar de levemente superior, ao seu principalmente adversário eleitoral, este grupo possui defeitos estruturais gravíssimos que a sociedade civil esplanadense pode não mais aturar e propor tranquilamente o descarte do poder deste grupo e propor algo totalmente novo!
Parafraseando uma música de campanha filantrópica da década de 80 que a rede “BOBO” tanto tocou: “DEPENDE DE NÓS!”
Professor Ari, o Iconoclasta (enviar comentários democraticamente a favor ou contra para o Orkut e Email: arivaldodesouzadanta101@gmail.com)

O PAI NOSSO DOS POLÍTICOS LOCAIS

Pai Nosso Que Estais No Céu
Será Que Temos Tem Santificado O Vosso Nome?
Temos Usado O Dinheiro Público Para A Instalação Do Seu Reino Na Terra?
E A Sua Vontade Tem Sido Feita
No Reino Dos Céus E No Seu Reino Em Esplanada?
O Pão Nosso Não demos com Geração De Empregos
Mas Com As Cestas Básicas E Feiras Semanais?
Perdoai Senhor Porque Foram Muitas As Ofensas A Ti Em Oito Nove Anos De Governo!
Infelizmente Não Temos Perdoado Os Nossos Inimigos
Usamos De Todos Os Meios Pra Nos Manter No Poder.
Agora É Tarde Senhor. Caímos Em Tentação
A Luxúria E Ambição, O Coração Endurecido Do Farão Tomaram Nosso Coração.
Livrai-Nos do Mal Senhor
De Perder O Poder
Porque Se Perdermos Não Sei O Que Será De Nós
Lamentamos Porque Passamos A Achar
Que O Reino, O Poder E A Glória Pertençe A Nós
E Não Ao Povo E A Ti Senhor.
Esperamos Que A Justiça E O Povo Nas Próximas Eleições
Sejam tão Benevolentes E Perdoadores Como És Senhor
Porque do Contrário Estaremos No Inferno.
Amém

SERÁ QUE O RECEIO E O DINHEIRO ACABARAM COM NOSSA INDIGNAÇÃO?

Diante de um gestor que abandonou o comércio, oprimiu os trabalhadores e praticou um assistencialismo escancarado, o povo de Esplanada, liderado pela classe produtiva desbancou do poder de forma democrática uma forma negativa de exercer o poder.
Assim, lastreados pela síntese ideológica do “RUIM COM ELE, PIOR SEM ELE” elegemos o atual grupo político pela segunda vez. Este mesmo grupo conseguiu fazer seu sucessor e de novo tememos a volta daquele que a opinião pública ainda que com seus interesses mal sustentados, condenou e julgou como um líder negativo para o povo de Esplanada.
Agora, cabem as perguntas: as esperanças de se ter um governo de origem popular, cujo slogan foi o demagógico “O POVO NO PODER” e que teve tantos recursos, foram atendidas? As promessas de um governo que não concentrasse renda nas mãos de uns poucos, que gerasse empregos, melhorasse a educação, a saúde e a infra-estrutura da cidade, foram cumpridas? Que avaliação fazem deste modelo de gestão, aqueles que o apóiam há nove anos?
Por ocasião da eleição de 2000, caminhões foram colocados durante a campanha nas ruas por ambos os adversários para insinuar a preocupação com a geração de empregos privados. Fato é que o atual grupo teve a chance real e recursos para gerar tais empregos. E não o fez. Por quê?
Como saíram do mesmo saco de farinha estes dois líderes têm suas semelhanças. A criação de pelo menos 1000 empregos diretos ao longo de 08 anos do gestor anterior, geraria a independência ideológica em pouco tempo, tanto do povo trabalhador como também da classe produtiva que passariam a depender menos das faturas da prefeitura.
O trabalhador por sua vez, teria renda digna, oriunda do seu labor e não teria que expor sua miséria ideológica e material no pedir diário de cestas básicas expostas cruelmente no programa de rádio do governo.
Por sua vez, prestadores de serviços e fornecedores de produtos, numa perversa inversão de valores, ficam a mendigar seus pagamentos a Prefeitura. Pagamentos estes que só são feitos regularmente e até com fatura em períodos eleitorais.
Passamos da total negação da possibilidade de renda através do maior consumidor a prefeitura, para ficarmos reféns de pagamentos chantagistas e manipuladores deste grupo político que colocamos no poder.
Está mais que na hora de jogarmos fora, esta moeda de faces iguais e superarmos esta dicotomia e corajosamente sustentarmos uma terceira via de gestão pública, que não repita os mesmos vícios destes dois grupos que se confrontam há muito tempo em Esplanada.
Há uma espécie de complementaridade entre eles. Não precisamos ficar reféns do receio de um e da manipulação material do outro. Podemos superar esta armadilha ideológica que nós mesmos criamos. O gato ensinou à onça seu pulo lateral e assim salvou a sua vida. Salvaremos da mesma forma nossa utopia, nosso sonho, nossa dignidade, se fizermos o mesmo que o gato desta anedota tão antiga e tão sábia.
As condições históricas e conjunturais estão dadas para que eles sejam superados. Mas para que determinadas condições mentais e materiais deixem de ser potência e virem fatos, é preciso a ação humana através dos setores médios e dos trabalhadores, os principais condutores de um processo eleitoral. A opção ideológica por uma terceira via, terá que ser feita pelo povo de Esplanada, sob pena de que nossos filhos herdem a armadilha que nós mesmos criamos.
Teremos que resgatar a mesma indignação pura, genuína que nos tornaram senhores da história política de Esplanada. O que é uma liderança política, senão a simbiose, a mistura entre liderado e liderando. Se reeditarmos este modelo, estaremos lhe dizendo amém, assim, o aprovando.
As situações não são iguais. Mas as facetas negativas apresentadas pelo atual grupo, tais como, autoritarismo, concentração de renda na mão de poucos, inadimplência sistemática, são capazes com certeza de gerar a mesma indignação de outrora.
É muito oportuna a máxima de Jesus onde ele faz a seguinte pergunta: DE QUE VALE AO HOMEM GANHAR O MUNDO DINHEIRO E PERDER A SUA ALMA? Com tal pergunta ele está a nos lembrar que nem toda a comida, nem todo o dinheiro, nem todo o poder, nem toda a concupiscência, pode satisfazer o homem. Existe algo de digno, de imaterial, de transcendental em nós, que muitos que usam a religião institucionalizada para benefício próprio, esqueceram que existe em seus corações.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 30 de outubro de 2009, às 00h13min. ALISTE-SE NA CIDADANIA PARTICIPE E ACESSE O SITE DA ONG transparênciaesplanada.com.br. (Leia e comente outros textos no blog: arioiconoclasta.blogspot.com/

NADA DE NOVO NO FRONT

Toda vez que um novo governante é eleito, é natural que se criem expectativas positivas em seu governo. Passados doze longos meses do governo, o grupo do Sr. Aldemir, agora “liderado” por Sr. Diolando, já disse a que veio.
É um governo tampão, convenientemente dado a alguém cujo perfil não oferece nenhuma ameaça ao sr. Aldemir e ao seu grupo. Ao aumentar de propósito os defeitos do governo anterior, Sr. Diolando está claramente a serviço de um clima de “saudades” do governo do seu mentor político.
Passando mais tempo do que o outro já passava para pagar fornecedores e prestadores de serviços, cortando um pouco dos privilégios, deixando de fazer o assistencialismo sistemático do seu antecessor, está criando o clima de “VOLTA ALDEMIR”! A GENTE ERA FELIZ E NÃO SABIA!” Este quadro foi propositalmente forjado para que alguém com o perfil do Sr. Diolando o executasse. Sabidamente não é um político de formação e nem de vocação e tem cometidos erros infantis que assessores ou por falta de visão ou propositalmente alimentam.
A justificativa ideológica, ou seja, a falsa versão dada ao povo e repetida por aqueles que beneficiados pelo governo convenientemente defendem, é que reuniões orientadas por orações dirigidas a Deus, é que inspiraram ao Sr. Aldemir escolher Sr. Diolando para conduzir o executivo municipal. Chega de tanta apelação, afinal, nenhuma mentira perdura por muito tempo.
É verdade que houve certa redução tanto do fundo de participação como nos royaltyes, mas não o suficiente para ser usada como “CRISE” que impeça o pagamento de reajuste de salários e de investimentos. Nada que justifique a falta de condições para concluir o Centro de Abastecimento, o uso efetivo da nova Prefeitura, a melhoria das condições do Condomínio Cidade de Deus e encher as ruas de placas de “ESTAMOS EM OBRAS” para fazer “tapa-buracos” nos calçamentos e dar a impressão que Esplanada é um canteiro de obras! Nada disso. É apenas um jogo de cena.
Ameaçar os trabalhadores da prefeitura com demissões de concursados e efetivos é uma das maiores babaquices políticas desde grupo político. Como um governante que depende de votos, usa o medo do desemprego como instrumento de barganha numa negociação político-trabalhista? Vejamos se nas eleições legislativas e do governo do estado e do federal em 2010, este discurso vai continuar. Somente uma visão tacanha e autoritária e a serviço de tornar o ex-prefeito um grande líder. O que ele não é. É que justifica tais ações. Ele é apenas mais um homem do povo alienado que foi aliciado pelo estado burguês, tornando-se assim de oprimido em opressor. Aprendeu a usar o poder do dominador a serviço de si próprio, passando de dominado a dominador. Da mesma forma que fizemos a síntese ideológica imbecil do ROUBA, MAS FAZ em relação ao Carlismo, tão maléfico ou povo. Fizemos a síntese conformista e burra do RUIM COM ELE, PIOR SEM ELE. Fizemos a opção conformista, venal e conveniente para alguns de carregar a cruz, com momentos de refrigério, imposta pelo Aldemismo do que aturar a falta de plano de “salvação” do Grisismo!
A frase “PROFESSOR, A EDUCAÇÃO ESTÁ EM SUAS MÃOS” esclarece a opção do grupo do Sr. Aldemir no atual governo de jogar a responsabilidade da crise da educação local nas costas dos professores, enquanto este governo não oferece mínimas condições de trabalho e atrasa o pagamento dos ônibus fazendo com que os alunos faltem às aulas somente por falta de transporte! Professores têm imprimido provas em casas usando a impressora ou pago a xérox com recursos do próprio bolso. Portanto um governo, que não tem um projeto para melhoria da educação, teima em seguir manuais burocráticos do governo federal e estadual e é incapaz de garantir ao professor a reprografia de provas e atividades aos escolares, não pode responsabilizá-los sistematicamente pela crise na educação local.
Profissionais sem compromisso existem em qualquer ramo da atividade humana. Na educação também tem. Portanto, é reducionista e falso atribuir o mau aproveitamento do IDEB, somente aos professores.
Os apelos humanistas e cristãos iniciais foram substituídos pela “aplicação fria da lei”. Fria porque o Direito defende a ordem burguesa, capitalista. Esta ordem explora o homem. Se seguirmos a lei, estamos seguindo a ordem em que homem explora o outro. O problema é que a maioria dos direitos previstos em lei que beneficiam o povo são apenas metas, objetivos, sonhos, utopias... Não são realidade. Pra se tornarem reais não dependem da boa vontade de nenhum governante. Ou o povo pára de mendigar aquilo que lhe é de direito e passa a reivindicar ou então vai ser eternamente explorado e enganado pelos demagogos, pelos mentirosos de plantão que brotam nos grotões deste país que nem capim no pasto. Porque falsos políticos, falsos beatos e, falsos religiosos de todas as denominações que usam a religião para explorar o povo não falta. Na verdade, amam o poder e o dinheiro como qualquer mortal. No começo até entram no Estado Político ou no Estado Religioso (leia-se igrejas de todas as denominações) como políticos e/ou crentes sinceros, mas depois que descobrem o esquema da exploração do próximo, se tornam apenas mais um dos exploradores do povo.
Professor Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 26 de novembro de 2009 às 20h33min. ALISTE-SE NA CIDADANIA PARTICIPE E ACESSE O SITE DA ONG transparenciaesplanada.com.br. (acesse o blog: arioiconoclasta.blogspot.com/ , leia e comente textos inéditos)

O ASSISTENTE SOCIAL E A CONTEMPORANEIDADE

O desafio da chamada Contemporaneidade, é o desafio da contradição da relação entre capital e trabalho, que vem se processando ao longo dos últimos trezentos anos.
“Este confronto passou por transformações, onde o papel do Estado como ‘mediador” da relação capital x trabalho, ora é estimulada, ora rechaçada. Sem que isso impeça a sua função de reproduzir as relações de exploração em que o estado burguês está estruturalmente proposto.
Durante o século passado, após a fase de acumulação primitiva e a fase do neoliberalismo, contemporâneo da Revolução Industrial, o capitalismo propôs o Bem-Estar Social, tendo o Estado como agente, processo este, provocado pelo pós-guerra, a Revolução Socialista Soviética e a progressiva politização da classe proletária.
A ação assistencialista do Estado, é uma das facetas do capital, para propor um freio a possíveis opções de acabar com seu domínio.
A função de Serviço Social entre outras funções sociais do Estado se insere neste contexto. O estado burguês preocupado em dirimir o confronto de classes através de uma política assistencialista.
O profissional do Serviço Social no Brasil, precisar passar por um processo de politização. Os dados recentes demonstram que o profissional de Serviço Social, tem baixo nível de conscientização política. Um mero profissional desta área está inserido numa estrutura de Estado burguês e não pode ser responsabilizado como classe, pela mudança da orientação assistencialista e reprodutora de relações de dominação.
É uma luta muito mais ampla juntamente a outros profissionais envolvidos na condição de trabalhadores do estado que podem mudar este estado de coisas.
O desenvolvimento da noção de cidadania junto à onipresença da coisa pública tornou o estado nos tempos moderno, o palco da luta de classes. Não se pode crer que pequenos grupos de profissionais do Serviço Social, no estado burguês e hegemônico no Brasil, em pequenas cidades, ou mesmo a nível estadual, possa mudar sozinhos a orientação meramente assistencialista.
A reorientação do estado burguês faz parte de uma luta bem ampla, onde o profissional de Serviço Social poderá ser apenas um parceiro. Um parceiro em dois níveis. O nível da atuação classista e o nível da ação individual cotidiana. Um dado novo se insere na discussão da Contemporaneidade em que o poderio da subjetividade, da ética, da ação individual, circunscrita no espaço de atuação do sujeito moderno, família, trabalho e em todas suas expressões cotidianas, na rua, no lazer, como catalisadora da transformação das relações sociais

EU TAMBÉM AMO A APAE

EU TAMBÉM AMO APAE
Existem instituições que trazem consigo um grande potencial de promover o bem, a cidadania e a inclusão social de pessoas especiais, a APAE - Esplanada é uma delas.
Sob a atuação liderança a APAE - Esplanada anseia por realizar sua vocação humanitária, porém, existem dificuldades na condução dos projetos, tais como: Horta Comunitária, Confecção de Velas Ornamentais, Organização de um Coral, Projetos de Higiene Pessoal, Curso de Libras (Língua Brasileira de Sinais), etc.
O que gera essas dificuldades é basicamente uma única razão: FALTA DE RECURSOS! Porque através deles a APAE - Esplanada pagaria seus débitos fiscais para formalmente e finalmente, tornar-se INDEPENDENTE. Dessa forma, estaria apta a fazer convênios com a Prefeitura Local, Governo do Estado e Federal, traria assim, benefícios não só financeiros, mas também em forma de equipamentos e materiais para realização dos projetos. Um deles seria a instalação de Inclusão Digital dos alunos da APAE - Esplanada.
O trabalho de voluntários e trabalhadores cedidos pela Prefeitura de Esplanada tem sido executado com extrema boa vontade por esses profissionais, não obstante, essa disposição esbarra-se nas condições limitadas de trabalho o que resulta num improviso que freqüentemente não se traduz em benefícios efetivos para o público meta da APAE - Esplanada.
Apesar da contribuição importante dos pais dos alunos, de particulares, dos comerciantes da cidade e até da prefeitura, os recursos oriundos deles e a ajuda através da cessão de funcionários municipais, não sido o bastante para tornar a APAE – Esplanada, eficiente e soberana para realizar sua vocação humanitária.
Assim sendo, faz-se necessários um CHAMADO à sociedade, ao governo, enfim, ao povo esplanadense, que se sensibilize com a causa da APAE. Causa essa tão na moda e que traz dividendos políticos para qualquer governante, como também oportuniza a satisfação de fazer bem ao próximo. Além disso, é Direito Constitucional o investimento do poder público para Inclusão Social daqueles que outrora eram enclausurados em masmorras.
Exerça sua cidadania. Ajude a APAE- Esplanada. Ligue para (075)-3427-2537.Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 08 de junho de 20210 às 23h16min

ENTREVISTA QUE NÃO QUER CALAR AO SENHOR JOSÉ ALDEMIR BASTOS DA CRUZ

ENTREVISTA QUE NÃO QUER CALAR A JOSÉ ALDEMIR DA CRUZ
1 – Como o senhor encara os boatos sobre sexualidade?
2 – Por que o senhor não conseguiu gerar um único emprego privado ou atrair uma empresa?
3 – Nunca um prefeito teve tantos recursos nas mãos. O senhor teve acesso ao longo de 8 anos de manda to a meio bilhão de reais! Por que isso não se transformou em qualidade de vida para o povo Esplanada?
4 – Como o senhor explica os sinais de prosperidade rápida de pessoas ligadas ao Senhor?
5 – O senhor acha que o slogan O POVO NO PODER foi o que norteou a sua administração em seus dois mandatos?
6 – Como explicar sua afeição a festas mundanas, a vaidade e aos bens materiais, se o senhor é adepto da ordem dos Frades Menores dos Capuchinhos, sabidamente uma ordem São Franciscana e que prega a renúncia aos bens materiais?
7 – O senhor não acha que a palavra de um político devia ser sempre verdadeira... Então por que o senhor não cumpriu a promessa de instalação da fábrica de sucos, da fábrica de palitos e a conseqüente geração de empregos?
8 – O senhor acha que em vez de realizar obras faraônicas tais como o Centro Administrativo, a estátua do Cristo, seria mais interessante pra vida das pessoas melhorar a saúde, a educação e a geração de empregos?
9 – O empreguismo político e de familiares condizem com sua imagem de cristão?
10 – Por que a concentração de renda nas mãos de alguns blocos familiares foi a tônica da sua gestão?
11 – O senhor acha que feiras semanais em dinheiro e a entrega de cestas básicas dão dignidade ao povo?

CHAMO A ATENÇÃO SIM!

CHAMO A ATENÇÃO, SIM!

Durante o meu trabalho de divulgação de idéias sobre o trabalhismo, e reflexões sobre o cotidiano político e de costumes da nossa cidade, uma transeunte com um gesto aparentando muita irritação e num tom de absoluto sarcasmo disse: VÁ, CONTINUE CHAMANDO A ATENÇÃO!! Gostaria de avisar a estes que só querem ouvir amém do povo, que não é CHAMAR A ATENÇÃO, lutar por direitos trabalhistas, estimular a leitura e a reflexão do povo de Esplanada. Por outro lado, chamo a atenção sim para a versão popular e que não interessa a quem está se beneficiando com as benesses do estado municipal.
Chamar a atenção é quando fogos são detonados por qualquer motivo de origem política ou religiosa. Chamar a atenção é quando um governante que se diz preocupado com a fome e a educação dos pequeninos (leia-se estudantes da rede municipal de ensino) e teima de forma autoritária e caprichosa a dar uma saída digna ao movimento sindical de Esplanada para se voltar mais rápido as aulas e os pequeninos terem seu café da manhã, que diante de tanta miséria tem lá sua utilidade.
Quanto este grupo quis nosso apoio eleitoral nos acariciou com dois anos de rateio de FUNDEB, agora que está no poder através do nosso apoio, o qual, não iremos mais dar, usa a máquina pública, a pressão psicológica e a justiça, para nos tirar a oportunidade de uma saída honrosa deste movimento.
Pouco está se preocupando com a auto-estima cidadã do servidor, pouco está se importando com a fome dos pequeninos, pouco está se importando com o IDEB, pelo qual culpou tanto os professores. Acha-se que colocando a responsabilidade do fracasso do ensino nos ombros do professor desmotivaria a sua luta por melhores condições de trabalho e de salário.
O endurecimento do jogo com a classe trabalhadora e com os fornecedores, nada mais é que a preparação para o cenário eleitoral do ano que vem. Afrouxando os cofres públicos que até agora só mantém os privilegiados deste grupo, somente perto da eleição para que uma população ávida por dignidade e respeito e não somente renda, acabe eleitoralmente nas mãos perversas e manipuladoras deste grupo político que está no poder há nove anos.
Chamar a atenção, cara transeunte, é erguer uma estátua do Cristo que só tem a função de lembrar com símbolos de pedra uma religiosidade que não existe nos corações dos que comandam o poder público.
Chamar atenção, cara transeunte, é erguer o chamado Centro Administrativo, que só serve para turistas desavisados e moradores inocentemente deslumbrados tirarem fotos, desta obra de obra de fachada, incompleta e sem o menor uso prático.
Chamara atenção, cara transeunte, é quando se compõe um hino para cidade de Esplanada, e a expressão tão singela “EU AMO ESPLANADA”, é tão carregada de falsidade.
Chamar, a atenção, cara transeunte, é quando um governo passa oito anos no poder e deixa o projeto do novo centro de abastecimento lá, largado, a espera do pior prefeito de Esplanada, retorne ao poder e o termine,
Chamar, a atenção, cara transeunte, é quando obras que são obrigação do estado, a Caixa, as casas populares, sejam entregues e inauguradas somente em meio as eleições.
Chamar a atenção, cara transeunte, é quando usando de um senso comum cínico, tão caro ao brasileiro em relação a coisa pública, não hesitamos em ter uma folha de pagamento recheada de privilégios políticos e consangüíneos, ainda que seja de terceiro grau e não se reajuste o salário do servidor.
Portanto, a todos que se sentem incomodados com o meu trabalho, eu proponho façam o seu discurso em prol de manter as coisas como estão. Se você está acomodado numa cadeira, para quê sair dela? É como dizem os incomodados que se mudem. E propor a mudança contra as forças de conservação é o meu trabalho e a minha missão e todos aqueles que já estão cansados de viver este o binômio Grisi X Aldemir, tão nefasto e que tanto prejudica nossa cidade.
Professor Ari, O Iconoclasta. Esplanada, sexta-feira, 30 de outubro de 2009, às 10h43min minutos. ALISTE-SE NA CIDADANIA PARTICIPE E ACESSE O SITE DA ONG transparenciaesplanada.com.br (Leia e comente outros textos no blog: arioiconoclasta.blogspot.com/)

A HISTÓRIA DA HISTÓRIA

A HISTÓRIA DA HISTÓRIA
Ao longo do Século XX, mas principalmente no seu começo, a História teve seu horizonte de abordagens da realidade muito alargado, devido as contribuições da escola dos Annalles. Nela o cotidiano, a mentalidade, hábitos e costumes, já não eram vistos pela historiografia, como objetos de estudo “menores” na compreensão das sociedades que no tempo e no espaço expressam as suas identidades, do que aquilo que se tinha como o “carro-chefe” da história, que era a história política e econômica de um povo.

Seguindo esta tradição francesa, o artigo de José D” Assunção Barros, nos lembra a contribuição de Roger Cartier para a delimitação do campo de ação da chamada História Cultural, que já deste o século passado não tem voltado apenas o seu olhar para as culturas produzidas pelas classes hegemônicas e que configuram a cultura de elite expressas nas pinturas e nas produções literárias de grandes escritores ou em outros campos da técnica sofisticada humana colocada na arquitetura, na música etc. Para além desta “elitização” da História Cultural está a simples verdade que “ ...Ao existir, qualquer indivíduo já está automaticamente produzindo cultura, em que para isto seja preciso ser um artista, um intelectual ou um artesão...”

Desta constatação é que nascem as noções de “práticas” e “representações”. “Práticas” aqui entendidas como qualquer ação humana produzida em sociedade e que inclui as “práticas discursivas” ou as “práticas não-discursivas”. As “representações” se encontram no universo abrangente e polissêmico da Ideologia.
Por isto mesmo, é que os aspectos culturais não devem ser analisados de forma dissociada dos interesses econômicos e sociais em que são produzidas. Segundo o autor do artigo, citando Cartier “As representações inserem-se em um capo de concorrências e de competiç~eos cujos desafios se enunciam em termo de poder e de dominação”. Portanto, entende-se que qualquer produção cultural popular ou não, reflete a luta de classes, terminologia tão cara ao Materialismo Histórico de Karl Marx.

Quando relaciona as “práticas” com as “representações” o autor do artigo nos lembra que “representações” são aquelas visões de mundo e leituras culturais, evidentemente determinadas por interesses sócio-econômicos, que oram criam, reproduzem ou extinguem determinada “prática” cultura.

Para exemplificar as noções de “práticas” e representações descreve como os mendigos eram vistos e as transformações porque passaram sua aceitação ou rejeição e que funções ideológicas tinham para as comunidades européias desde a Idade Média até o Período Moderno.
O autor do artigo nos lembra a diferenciarmos a diferença entre “noção” e “conceito” que estão no campo dos objetos abstratos-formais porque não se dirigirem diretamente a realidade empírica, mas a delimitação das percepções abstratas do que é “noção” e “conceito”. Para o autor do artigo “noção” é um conceito ainda não amadurecido e aceito plenamente pelas ciências sociais, enquanto “conceito” são aquelas aquisições teóricas que já fazem parte do instrumental das ciências sociais para a analisa da realidade.
Na tentativa de aprofundar estas noções propostas o autor afirma que não é apenas cultura produzir um determinado tipo de arte, mas o próprio consumir dela dá sua parcela de contribuição cultural quando está lendo um livro e nesta leitura elabora as próprias inferências, coloca suas próprias interpretações em relação ao que é lido. Podemos então dizer, que a contemplação diante de um quadro e as impressões que o contemplador tem, também fazem parte do universo cultural. Ou seja, o subjetivo e as sínteses internas que qualquer um faz diante de qualquer objeto cultural e a ações em sociedade daí provenientes, também podem ser colocados no universo das “práticas” e “representações” culturais.

Apesar de ser um campo de estudo historiográfico recente, a História Cultural, pode ter como objeto de estudo até as sociedades anteriores a escrita, portanto, a história propriamente dita. Na condição de único animal que produz cultura. Cultura aqui entendida como qualquer ação humana que produza o artificial e que para se relacionar com tal artificialidade o homem crie símbolos, entre eles a linguagem, para produzir, explicar e reproduzir a cultura que produz.