quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

PARABÉNS! CHAPA 1

Existe algo de misterioso, de insondável nos fenômenos sociais que dificulta a compreensão de quem ousa analisá-los. É o caso da vitória da atual diretoria executiva do SINDSERME nas últimas eleições.
Será que o que os levou a vitória foram as quase mil ações trabalhistas atualmente em curso contra o governo municipal?
Será que foi pela greve estrategicamente deflagrada um mês das eleições do SINDSERME?
Será que foi pelas mendicâncias diárias nos programas da FM local para ter um espaço para falar, inclusive pasmem! No próprio programa do governo.
Será que foi pela inocência de se dar entrevista gravada ao repórter do programa do governo?
Será que foi a resistência de se ter um programa de rádio próprio, que não se sabe se foi por economia ou pela falta de compreensão de vê-lo como necessário?
Será que foi pela ausência de atendimento digno ao filiado, que sempre se deparava com a placa Volto Já?
Será que foi pelo uso do tempo pago pela Prefeitura para ficar a disposição do SINDSERME em outras atividades remuneradas?
Serárque foi pela incompreensível dificuldade de se achar uma sede que dê um mínimo de conforto ao filiado?
Será que foi por não se ter ainda um carro ou uma moto de som para minimizar o custo com a divulgação das ações e eventos pertinentes?
Será que foi pelo dia do trabalhador tímido, onde cerca de trinta pessoas, no Coreto da Praça, ridiculamente representaram quase oitocentos filiados ao SINDSERME?
Será que foi pelo fato de uma diretoria que defende o uso correto da contribuição do servidor, contrariar a idéia do custo benefício, tirando 600 xérox para publicar um informe em plena greve, quando uma gráfica daria muito mais retorno?
Será que foi pela adesão a CONLUTAS e o retorno em forma de apoio logístico e orientação na condução do sindicato?
Será que foi pela incapacidade de estimular a adesão de outras categorias profissionais numa greve que se tornou praticamente de professores?
Será que foi pela quase impugnação dos principais líderes da Chapa 1, por problemas técnicos e de prazo na prestação de contas dos últimos 3 anos da atual gestão?
Será que foi pelo inexistente apoio técnico e logístico que a CONLUTAS dá ao SINDSERME em relação ao que ela recebe de contribuição?
Será que foi pelo investimento no internacionalismo trabalhista em detrimento do investimento na organização e politização do servidor local?
Será que foi pelos gastos inconvenientes e desnecessários para apoiar eventos de categorias que são guetos eleitos de alguns políticos ou especuladores de plantão do movimento social?
Será que foi pela incapacidade de entender que um governo é um patrão diferenciado e que fazer economia para enfrentá-lo e exibir extrato bancário com 20.000 em caixa não faz o menor sentido?
Será que foi pela que foi pela opinião austera e hipocritamente moralista de que o dia do trabalhador é dia de REFLEXÃO, junto à aversão ao estilo da CUT de atrair seus filiados com prêmios, festa, entremeados com educação política?
Será que foi pelo heroísmo piegas e convenientemente solitário dos 2 remanescentes da diretoria em relação aos 6 que se tinha a disposição do sindicato no governo anterior?
Será que foi pela total independência ideológica do SINDSERME em toda a sua história em relação a todos os governos que passaram pelo município, inclusive pelos membros da diretoria atual?
Será que foi pelo recrutamento de filiados para fazer número em movimentos trabalhistas de empresas privadas, quando nenhum dito companheiro deste setor nos veio ajudar a fazer número durante um mês em frente da Prefeitura?
Será que foi pela organização, pelo zelo e pelo comportamento ético e coerente da diretoria vitoriosa durante o último mandato?
Tantos questionamentos se justificam porque há algo de misterioso realmente não somente nos fenômenos sociais, mas também dentro de nós. Deixemos então, a história ter seu próprio curso. Os mistérios não são para serem desvendados são para serem vividos.
Holliwoood adora fazer filmes maniqueístas e engraçados onde “vilões maldosos” tentam de tudo para prejudicar ou vencer os “mocinhos atrapalhados e ingênuos”, mas forças misteriosas e irracionais do”bem” faz com que tudo dê errado e os “mocinhos” acabam tendo finais felizes.
Espera-se que esta vitória sirva de aprendizagem. Frequentemente as vitórias podem camuflar erros, vícios e equívocos que devem ser abandonados, não para se tornar mais forte numa eleição, mas para prestar melhor o serviço de representar os trabalhadores do SINDSERME em Esplanada.
Professor Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 15 de novembro de 2009, às 01h24min.

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