domingo, 20 de março de 2011

QUE OBRA DE ARTE É O HOMEM!

Vivemos o momento histórico mais difícil do homem. A principal razão disso é que com a alta tecnologia criada pelo modo de produzir capitalista, as ações humanas têm intensas repercussões físicas e sociais sobre toda a nossa aldeia global.
Aliado, a isso, movimentos sísmicos, tsunamis, alterações climáticas e enchentes, provocam catástrofes em lugares habitados que nos atinge em cheio e nos comove, fazendo com que nos mobilizemos para ajudar. Porque com nossa capacidade de comunicação vivemos os dramas de países do outro lado do mundo praticamente em tempo real. Celulares de pessoas comuns nos dão imagens ao vivo. Não é necessário um jornalista estar in loco para registrar e noticiar tragédias.
Por outro lado, a sociedade moderna que produzimos propôs um modelo que nos faz viver em grandes cidades. Cidades estas que trazem problemas estruturais de segurança, de moradia, de trânsito, de falta de emprego etc. Porque o estado não consegue gastar de maneira justa e sensata o dinheiro público.
Mesmo com toda ciência, mesmo com afirmação Iluminista no século XVII que o “homem é a medida de todas as coisas”, continuamos a atribuir a forças não humanas malignas ou não, todos os males da natureza ou os produzidos por nós mesmos vivendo em sociedade.
Não obstante, eu convido o leitor a refletir. Quando a natureza se manifesta em movimentos sísmicos intensos que resultam em tsunamis arrasadores como o que aconteceu no Japão, a natureza está sendo má? Creio que não. A natureza não é boa, nem má. Ela apenas é. É subordinada a leis físicas e químicas que têm sua própria dinâmica e vez ou outra se manifesta de forma a provocar tragédias. Mas quando faz isso, a natureza, não o faz de forma intencional. A natureza não tem vontade e nem dá significado e valores as coisas. Só o homem é capaz de disso, porque possui consciência. Portanto, o que se pode deduzir é que a natureza está sujeita a leis, a comportamentos, ora previsíveis, ora não, pelas ciências que a estudam.
Da mesma forma, a miséria social da maior parte da população mundial e que não tem acesso a saúde, a educação, enfim, a condições dignas de vida, principalmente nos países da Ásia, África e América do Sul, não é fruto da maldade de alguém ou de alguma entidade humana ou divina.
Como a natureza, também a sociedade está sujeita a leis. Leis históricas que têm sua origem nas relações sociais que estabelecemos para produzir nossa subsistência, através de mercadorias e serviços que irão nos vestir, nos calçar, nos dar a moradia e satisfazer outras tantas necessidades humanas imprescindíveis para vivermos em sociedade.
Então, sabendo disso, por que continuamos a achar que existem forças que não dominamos, e que essas forças nos causam esses males? O mundo, caro leitor, é uma produção humana, através do livre arbítrio, e nessa condição, somente a mesma ação que criou esse mundo tal como ele é. É que pode melhorá-lo.
Diante disse, vamos confiar na engenhosidade humana e na sua capacidade de resolver os problemas que criamos. Não vamos esperar que forças divinas nos socorram; Não vamos ficar como meros peões no jogo de xadrez cósmico entre Deus e o Diabo; Não vamos nos contentar com as trevas modernas criadas pelas visões de mundo católica e evangélica; Não vamos nos entregar a um fatalismo apocalíptico de começo de século; Não vamos ficar perplexos e distraídos com as previsões dos Maias. Porque enquanto ficamos fascinados e distraídos com teorias fantásticas de fim de mundo, eles conspiram para continuar mentindo e nos dominando..
Precisamos resgatar os valores Iluministas e colocar o homem no centro do mundo. Mas não basta só isso. Temos que resgatar nossa comunidade/humanidade e acreditar que podemos viver num mundo fraternal. Não precisamos de líderes religiosos ou políticos para fazer isso. Não precisamos nem mesmo das instituições que criamos como estado e igreja. Afinal, o que são as instituições senão pessoas agindo e a elas representando? Olhe no que deu! Precisamos sim, lembrarmos que o outro não é um estranho. É o nosso irmão.
Os discípulos abordaram Jesus, quando ele estava pregando o Evangelho para várias pessoas, para dizer que Maria, sua mãe, preocupada, o procurava ao que ele respondeu: “Quem é meu pai, minha mãe e meus irmãos? É aquele que ouve a Palavra de Deus e a cumpre!” Que Palavra, que Verbo divino é esse que Jesus menciona? É simplesmente o amor. Portanto, resgatando nossa humanidade com certeza vamos gerar um mundo melhor.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, domingo, 20 de março de 2011, às 15hs14min.

quinta-feira, 3 de março de 2011

JORNADA DE TRABALHO DE 8 OU 6 HORAS? EIS A QUESTÃO!

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou um estudo intitulado “Indicadores chaves do mercado de trabalho”. Segundo esta pesquisa, embora a jornada de trabalho tenha sido reduzida nas últimas décadas em vários países, a produtividade mundial só aumentou no período. O mesmo estudo comprovou que a produtividade do trabalhador brasileiro está entre as menores do mundo, mais especificamente, na 44º colocação, dos 69 países pesquisados. Em contrapartida, a produtividade dos trabalhadores de países com jornada de trabalho inferior a 40 (quarenta) horas semanais, alcançou uma ótima colocação no ranking.
Quem imagina que quanto maior a jornada de trabalho maior vai ser a produtividade, equivoca-se. Na realidade, de acordo com o mencionado estudo da OIT, o que se viu foi justamente o contrário! As empresas aumentaram sua produtividade e seus lucros. Como se explica isso? Fácil: houve redução de doenças/ausências/acidentes de trabalho, inibiram-se os fatores de dispersão no trabalho, aumentou o nível de concentração nas tarefas, cresceu o índice de satisfação do trabalhador, melhorou o nível de organização do trabalho. (...) todos os indicadores de produtividade melhoraram após a adoção daquela jornada de trabalho, que se revela triplamente benéfica, pois:
1) Beneficia o servidor, que tem mais qualidade de vida e mais tempo para a qualificação pessoal e o convívio com a família, reduzindo-se as doenças relacionadas ao trabalho; 2) Beneficia o usuário do serviço público, já que há acréscimo de eficiência no desempenho do servidor; 3) Beneficia o órgão público, melhorando os seus indicadores de produtividade e eficiência.
A jornada reduzida e contínua tem o mérito de fazer confluir os interesses, tanto dos trabalhadores, como da própria Administração: no caso dos servidores, pelo tempo livre de que poderão usufruir, utilizando-o para sua capacitação e crescimento profissionais, lazer, cultura, e convívio familiar. No caso da Administração, porque contará com servidores mais produtivos porque mais saudáveis (mental e fisicamente), com maior capacidade de concentração no cumprimento de suas funções e mais eficiência. (Fonte: astajpb@gmail.com).
Certamente o governo de Esplanada não fez nenhum tipo de pesquisa para ver os benefícios historicamente detectados através da adoção da jornada contínua de 06 horas de trabalho. Em vez disso nos impôs uma jornada de 8 horas com intervalos de 2 horas em horários inconvenientes para quem estuda, viaja, cuida de um ente da família ou simplesmente, tem mais tempo para o convívio familiar. Algo tão raro nos tempos modernos.
A imposição não negociada como SINDSERME da jornada de 8 horas é uma medida inconveniente, antipática, politicamente incorreta de um governante autoritário, acostumado, certamente, a ter esse comportamento com seus funcionários nos tempos da sua fabriqueta de móveis e estofados.
Costumo dizer que esse grupo, tem nesse governo, a plataforma política para a volta triunfal do Beato-Mor. Cada vez mais me convenço disso. Desagradar um tão grande número de eleitores não é atitude de um político nato. Isso deve ter uma intenção espúria. Esse governo tem a função proposital de gerar saudades do arquiteto desse grupo político que já nos domina há uns 10 anos. Não vai me surpreender em nada o Beato-Mor gritar aos quatro ventos durante a campanha o retorno da jornada de 06 horas. Igualzinho como o prefeito atual fez na última eleição em relação ao Adicional Noturno dos Guardas-Municipais!
Não é passando mais tempo no trabalho durante a jornada de 8 horas que o governo vai ter funcionários mais assíduos e mais eficazes no desenvolvimento das suas atividades. Pelo contrário. O que a Prefeitura Municipal de Esplanada precisa é detectar as necessidades de mão-de-obra específicas para cada setor. Por exemplo, há uma demanda clara de Técnicos em Segurança do Trabalho. Afinal, tivemos duas mortes desnecessárias motivadas pela ausência de um profissional da área de segurança do trabalho que permitisse ver o iminente perigo de acidente na morte do operador de máquina na obra de acesso a Esplanada na BR 101, e na morte de uma moradora do Condomínio Canto dos Pássaros, (ou é melhor chamar de Cidade de Deus?), devido ao desmonoramento da tampa de uma fossa construída pela Prefeitura. Tampas de fossas que são verdadeiras armadilhas feitas sem base de alvenaria e divididas em duas partes unidas com cimento.
Essa tentativa desastrosa de “mostrar serviço”, deve ser pela culpa política e social do prefeito atual de ter onerado a folha de pagamento da prefeitura em pelo menos 350 mil reais com cargos de confiança e cargos comissionados para manter a máquina eleitoreira e a concentração de renda tão intensa promovida pelo grupo político, ora no poder, o qual o usou o slogan de campanha profundamente demagógico intitulado: O POVO NO PODER.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 03 de março de 2011, às 19h31min. Leia esse e outros textos no blog arioiconoclasta.blogspot.com/ e acesse e vote nas enquetes da comunidade MUDA ESPLANADA!