sábado, 12 de outubro de 2013

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O POVO NO PODER





Trata-se (...) de captar o poder em suas extremidades, em suas últimas ramificações (...) captar o poder nas suas formas e instituições mais regionais e locais, principalmente no ponto em que ultrapassando as regras de direito que o
organizam e delimitam (...) Em outras palavras, captar o poder na extremidade
cada vez menos jurídica de seu exercício. (ou cada vez menos político-partidária de seu exercício-NOTA ACRESCENTADA PELO AUTO DO TEXTO)
(Foucault, 1979:182)

É óbvio que numa sociedade autoritária e hierárquica como a nossa
as decisões de maior repercussão nascem e
estão concentrada nas esferas gerenciais mais altas.
Mas sempre e existiu e vai sempre existir
enquanto existir desigualdades de poder
uma camada de pessoas abaixo dos poderes centrais
que de forma sutil, disfarçada
nem por isso menos poderosa
detém o privilégio de redirecionar
manipular e até mudar as decisões de hierarquias mais altas.
Não é um fenômeno novo.
Muito do poder do senhor de engenho se diluía
nos processos gerenciais da produção de açúcar
e nas relações interpessoais entre a senzala e a casa grande.
As mulheres sufocadas por milhares de anos pelo pátrio poder
não tiveram seus micro poderes,
seus poderes de influenciar os destinos de povos e nações
devidamente registrados pela história machista
Mas no atual governo de Esplanada
esse processo atingiu um certo paroxismo
um certo exagero
por razões que não quero aqui me debruçar
É como se houvesse um confronto latente entre hegemonias
uma representada pelo governo recém-eleito
outra representada pelo corpo técnico e administrativo incrustado
há 12 anos no poder municipal
e em quase todos os espaços representativos
da sociedade civil esplanadense..
Hoje vivemos
sob a influência de espaços de poder não declarados
e subliminares às decisões
tanto no universo oficial do estado
como no universo público da economia e das ruas em nossa cidade
A falta de uma "cara de governo de oposição"
tem causado perplexidades e insatisfações.
Uma população submissa ideologicamente
a acostumada ao autoritarismo
não vai ver com bom olhos um prefeito light
e permissivo com forças oposicionistas estabelecidas
ocupando  espaços gerenciais e seus bastidores
ora de forma ostensiva com cargos eletivos
ora inseridos em cargos de confiança
ora de forma mimetizada como camaleões
que  assimilam as cores do ambiente para sobreviver.
É capaz de eles assimilarem até as cores
o discurso
são capazes de aturarem o seu “predador”
até ele se distrair
ir embora
ou ser expulso por um “predador”
mais forte..
Ari, O Iconoclasta