domingo, 18 de dezembro de 2011

A EMBASA NOS FAZ DE PALHAÇOS. E É SÓ ELA?

Eventualmente tô lavando e cozinhando aipim com água mineral. A primeira vista parece luxo e ostentação de um pequeno burguês metido a besta, mas não é não. É a falta d’água mesmo! Tinha uma conta pra comprar água mineral com Edite, mas ela encerrou a venda “a crédito”. João Sanches não vende mais pra mim também. E com razão. Apesar de pagar as minhas os outros fregueses do fiado não fazem o mesmo. Água corrente e potável em Esplanada é serviço para os ricos. Para aqueles que podem construir um reservatório subterrâneo a partir de 10.000 litros de água. Sim, porque se fizer um reservatório alto, a vazão fraca da água jamais vai alcançá-lo. Seria bom se essa insistente falta d’água durasse o tempo suficiente para esgotar os reservatórios dos mais abastados. Aí a EMBASA representada pela pessoa do Sr. Pedro, ou ele não chamado de Pedro Da EMBASA? Tomaria alguma providência. Pedro só pode pertencer a EMBASA mesmo, mas deveria “pertencer a clientela que paga as contas de água todo mês. No fornecimento e cobrança dos carnês de água a EMBASA não falha nunca! No Brasil é muito comum que as elites “tomem providência”, porque se for esperar pelo povo a gente cansa. Não foi assim com o fim do domínio político de Grisi. Bem assim, vai ser com o fornecimento de água em nossa cidade. Quando a falta d’água durar o tempo suficiente para esgotar os reservatórios dos mais abastados, aí vocês vão ver a “coisa feder”. Até lá a lei e o povo serão desrespeitados. Não somos avisados porque cessou o fornecimento da água e nem quando vamos voltar a tê-lo. A cultura do silêncio, como bem já disse Da Paz, e a passividade crônica do povo da nossa cidade, não são abaladas nem quando precisamos pedir água e tomar banho na casa dos vizinhos, comprar água mineral para bebermos e termos nossas privadas sujas e fedorentas e até mesmo termos nossa vida sexual prejudicada! - Sem asseio, portanto sem sexo! Dizem as companheiras por aí nas alcovas da cidade. Inaugurada com pompa e circunstância na gestão do Sr. Aldemir, o novo fornecimento de água, revelou-se um grande fiasco. Como tem sido a tônica desse grupo no poder. Só se esmeram em concentrar renda nas mãos de poucos e dar pão, circo e religião para a população restante. Como será que os fiéis da Missa dos Homens se viraram para tomar banho na manhã desse domingo e louvar ao SENHOR? Ou será que a maioria possui reservatórios subterrâneos de R$ 20.000,00? Não sei mais o que dizer ou fazer em relação a esse problema. Sinto-me impotente. Talvez devêssemos fazer um panelaço na frente da EMBASA com alguns bordões tipo: QUEREMOS ÁGUA! ÁGUA PARA TODOS! NÃO ESTAMOS NO SERTÃO! A cidadania na democracia capitalista é sonho. O discurso e a lei são maravilhosos. Mas param aí. O povo carente no aspecto econômico e principalmente no aspecto político são presas fáceis do assédio econômico, das mentiras e do desrespeito das nossas elites econômicas e governamentais. A falta de fornecimento de água em nossas casas é um desrespeito à lei e a dignidade humana. O que vamos fazer em relação a isso? Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 18 dezembro de 2011, às 07hs05min.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

PARABÉNS ESPLANADANEWS!

Mais que a logomarca vocês colocaram em 3 dimensões foi a realidade esplanadense. Com todas as suas virtudes e mazelas. Como toda e qualquer expressão humana o Esplanadanews é passível de cometer erros. Mas podem acreditar, vocês têm bastante crédito. Principalmente se qualidade for a moeda.
O Esplanadanews instaurou uma nova era na democracia em Esplanada. Nele se tem espaço para todas as tendências políticas, para todos os credos e para todas alienações possíveis.
Os acontecimentos do cotidiano da cidade estão literalmente mais visíveis. Sejam eles eventos privados, sejam ações politico-administrativas ou mesmo fatos policiais. O Esplanadanews tornou nossa sociedade mais integrada em seus significados. A notícia on-line colocada no Esplanadanews está promovendo a participação das pessoas nas questões da cidade e nos tirando dessa letargia ideológica em que nos encontrávamos.
Transformou a fofoca em opinião. Aquilo que era “discutido” nos bastidores do cotidiano agora é colocado no espaço cibernético do jornal.
É bom saber que certos discursos comprometidos com a situação e que destroem na base da “fofoca” a imagem dos opositores políticos, podem virar notícia e ser objeto de comentários da população que acessa o esplanadanews, e requalificando a discussão política e ideológica em nossa cidade.
Lembrando que a internet através das redes sociais teve fundamental importância na derrubada de regimes totalitários no norte da África e da Ásia. A comparação é um pouco forçada. Eu sei. Podemos não chegar a tanto, até porque nosso “totalitarismo”, ainda bem, só é de opinião. Existe uma quantidade pequena de pessoas que compõem esse grupo que governa nossa cidade há 12 anos e que querem nos enfiar goela adentro suas opiniões.
As notícias, os textos, as crônicas e o mural de comentários são importantes porque colocam em debate os temas que interessam ao município. A moderação dos comentários tem feito um bom trabalho tirando de cena os que escrevem palavrões. Toda e qualquer opinião tem sido bem vinda, desde que seja feita de forma respeitosa.
Enfim, o Esplanadanews é uma ferramenta importante e definitiva para o fortalecimento democracia da nossa cidade. O portal tem cumprido o que diz em sua chamada: o objetivo é informar!
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 01 de setembro de 2011, as 21h21min.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

QUEM CONVIDA DÁ BANQUETE

Primeira Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres
Esplanada – Ba

O ditado acima se aplica a qualquer gênero, cor ou classe social. Ele é da etiqueta universal e tem que ser respeitado. Pois é justamente sua universalidade que me inspirou escrever essa reivindicação.
É claro que qualquer iniciativa de discutir a opressão feminina vai ser sempre bem-vinda. A cada 24 horas 10 mulheres no Brasil são assassinadas por seus ditos companheiros. O que causa tal fúria assassina machista é o fato da mulher tentar por um fim na vida de violência e desrespeito que levava. Muitas vezes as instituições públicas do judiciário não têm o preparo para controlar e inibir tais comportamentos.
Em Esplanada, Aurelina Mota e Professora Jeannette têm o mérito de colocar a discussão de gênero em pauta respectivamente através da DPPM (diretoria de Políticas Públicas para as Mulheres) e do CMM (Conselho Municipal da Mulher). A Primeira Conferência Municipal para as Mulheres, como que veio culminar o pioneirismo dessas mulheres.
Que se pese tudo isso. Entretanto, não quero ter a fama de “pé-frio”, de chato e do que só faz criticar, mas tá mais que na hora da nossa cultura provinciana de receber pessoas e fazer eventos mudar.
De agora em diante vamos procurar respeitar os horários antes amplamente propagados. O evento marcado para começar as 07h30min só começou depois das 10h00min. Praticamente duas horas e meia de espera para seu começo. Os participantes deram um show de paciência.
Era chato ver o serviço de som sendo calibrado durante o próprio evento. As discussões dos temas ficaram para a tarde porque o prazo da manhã foi esgotado. O que deve ter contribuído bastante para o esvaziamento do evento no período da tarde. Eu mesmo não fiquei mais. Preferir ir trabalhar na minha escola.
Uma das lições que se tira de tudo isso é que o público alvo, no caso, as mulheres não foi respeitado. Talvez a gente se espelhe em muitos serviços públicos como educação, saúde e moradia que são realizados como se fosse um favor. E não são favores. São direitos do povo transformados em barganha clientelista.
A gente está sem perceber reproduzindo o desrespeito a população em geral e ao gênero feminino, ao realizar eventos que não se caracterizam pela presteza e pela atenção ao público alvo. O improviso, o atraso foram a tônica da organização desse evento, ou melhor, da falta de organização.
O Grupo de Capoeira Topázio se apresentou num momento inconveniente. Justamente na hora em que os participantes do evento estavam comendo numa quentinha, que não tava tão quentinha assim. Quentinha essa que não ajudou nenhum pouquinho a manter os espaços de trabalhos higienizados.
Tá hora também do trato das políticas de gênero perder seu aspecto de intimidade com o poder. Certos paternalismos só fazem mal ao movimento feminino. Fazem tanto mal que a Primeira Conferência de Políticas Públicas para as Mulheres de Esplanada, cometeu a gafe de não convidar a Primeira Dama do Município e Secretaria Municipal de Ação Social para compor a mesa do evento. Precisamos desconstruir a figura do poder e do governo do “homem”, que assombra nossas ações cotidianas para não cometer gafes sutis, mas intensas em seus significados como essa.
Lembrando que a própria expressão paternalismo suscita a figura masculina do pai, a heteronormatividade. A qual deve ser questionada e rompida para dar espaço às reivindicações de igualdade social da mulher.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 01 de setembro de 2011, às 01

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

PREFÁCIO DO AUTOR

Este livro é expressão das inquietações existenciais, resultantes da relação dialética entre minha individualidade e o meio em que vivo.
Esplanada, como qualquer município é um microcosmo de um mundo maior. É total espelho de qualquer cidade desse país, porque não dizer desse mundo, grande ou pequena. Nela se condensa todas as virtudes e mazelas da nossa sociedade, tanto no aspecto político, social, econômico, como o de costumes. Nela o humano se expressa em toda sua perversidade e beleza.
Agradeço a livros como a Bíblia e Palavras de Fogo de Osho. Agradeço também a pensadores como Jesus, Buda, Karl Marx, Eric Fromm, Friedrich Nitzhsche e tantos outros, de quem com admiração e reverência plagiei idéias para abordar nossa sociedade. Acredito que idéias, músicas inspiradas e textos poéticos, não pertencem aos seus autores. Pertencem a todos que são tocados por suas mensagens.
Acho que não trago nenhum novidade. Acho que meu trabalho é apenas expor o lixo que nos esforçamos para manter debaixo do tapete. O lixo a que me refiro de maneira simbólica, é a visão conservadora desse mundo tão desigual, o qual confronto e muitas maneiras infelizmente reproduzo; é a leitura conveniente da realidade que só interessa a quem possui postos de mando.
Esplanada tem potencial em todos os aspectos para se tornar uma sociedade mais igualitária e próspera, porém a visão tacanha, maniqueísta e predatória das suas lideranças, tem impedido a expressão do seu verdadeiro valor.
Nós, nunca devemos perder a dimensão da utopia. A utopia é necessária para nos manter vivos! Quem estiver motivado para manter esse mundo como está, terá que ser confrontado pelo sonhador. É nesse grupo que me incluo, no grupo dos sonhadores.
Espero sinceramente que esse livro contribua para fazer crescer cada vez mais o número dos sonhadores, que os realistas de plantão batam em retirada, e que a utopia de um mundo melhor se torne uma realidade.Carpe diem.

Observação: A maioria dos textos são inéditos. Não foram impressos e publicados como costumo fazer e nem tampouco postados no Esplanadanews. Encontram-se todos no blog arioiconoclasta.blogspot.com/

DA NECESSIDADE DE UMA TERCEIRA VIA DE GESTÃO EM ESPLANADA

Recentemente em seu Blog Ciro Gomes afirmou categoricamente que a polarização da vida política do país em torno do PSDB e do PT faz mal ao país. Disse que esse comportamento da classe política e do povo brasileiro acaba por inibir a possibilidade de se enxergar outras vertentes, outras visões e outras forças políticas no país.
Em nossa cidade acontece algo parecido. A polarização Aldemir X Grisi é antipática e esgotada. Já está mais que na hora dos eleitores esplanadenses superarem esta polarização (Leia-se o confronto político de Grisi e Aldemir) que tanto faz mal a saúde político-administrativa da nossa cidade.
É consenso na sociedade esplanadense a necessidade uma terceira via de gestão no poder executivo local. O esgotamento do modelo condução da coisa pública do atual grupo no poder é notório. Os anseios dos trabalhadores e dos setores médios não foram atendidos.
A colocação da abundância de recursos a serviço da concentração de renda, da manipulação eleitoral, da criação de um projeto de poder e não de um projeto de governo, é clara, ao se evidenciar a extrema dependência dos recursos da prefeitura para tocar a economia local.
O aparecimento de empresas como a NDL que dinamizaram o comércio, o mercado de aluguéis e o de empregos, não dependeu em nada da ação do prefeito anterior ao atual. Os esplanadenses não podem ficar dependentes da chegada por puro acaso de surtos de dinamismo de origem externa em sua economia.
O poder executivo junto aos setores produtivos tem que ter um papel ativo na geração de emprego e renda para a classe trabalhadora do nosso município.
Justificada a necessidade da terceira via de gestão vamos analisar qual seria seu perfil. Em princípio é óbvio que ela terá que ser a negação de tudo que tem sido feito pelo perverso binômio ideológico que habita o imaginário eleitoral do povo de Esplanada.
No livro do velho testamento do profeta Daniel existe o relato da interpretação de um sonho que perturbava o reio Nabucodonosor. Nele, o rei teve a visão de uma estátua gigante que tinha o pés de barro, as pernas de cobre, e a medida que se subia em direção a cabeça os metais iam ficando mais raros e valioso na constituição dos membros desta estátua, até culminar com a cabeça de ouro.
Fazendo uma analogia entre a estátua do sonho do rei Nabucodonosor e a terceira via de gestão necessária em Esplanada, o que se pode dizer é que é dos pés de barro até a cabeça de ouro, que podem representar do simples eleitor até a estrutura política dos dois grupos políticos que se confrontam em Esplanada, há tanto tempo e que teimam em se vender como as únicas opções possíveis. O que não é verdade. É que deve nascer a terceira via de gestão para ocupar o poder executivo e legislativo em Esplanada.
Da negação dos vícios e distorções das lideranças destes dois grupos o é que deve nascer a realização de um projeto de governo que contemple a necessidade de geração de empregos privados através dos investimentos públicos, o direcionamento do poder de compra da prefeitura para os fornecedores locais sempre que possível e distribuído de forma eqüitativa. De preferência com o pagamento em dia para os fornecedores de produtos e serviços. O estímulo da ampliação da prestação de serviços públicos através de instituições estaduais e federais. A contratação de consultoria que estruture a burocracia administrativa da prefeitura. O executivo terá que também estimular o tratamento industrial das nossas matérias-primas principais tais, como o leite, o coco e a madeira das florestas homogêneas, além de estimular o turismo e agricultura de subsistência e comercial tanto na região da praia como nos assentamentos. É imprescindível um projeto para a educação local que qualifique os professores, lhes pague melhores salários e dê lhes dê boas condições de trabalho.
Cidadãos esplanadenses! Sustentamos anos a fio esta polarização política entre estes dois nomes, está mais que na hora de termos a ousadia de sairmos desta armadilha ideológica que nos foi imposta. Temos que ter ousadia e amar realmente nossa cidade e seu povo e transcender esse binômio político. Sustentar esta polarização parece sustentar mais nossos interesses pessoais e egoísticas que os interesses do nosso município.
Professor Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 17 de Abril de 20109, às 10h50min
Leia e comente outros textos no blog: arioiconoclasta.blogspot.com/

SOBRE ELEFANTES BRANCOS

O objetivo do chamado Centro Administrativo de Esplanada nunca foi ser um lugar operacional para plena execução das funções administrativas da prefeitura. A intenção sempre foi impressionar. Principalmente aos incautos que por ignorância cidadã não valorizam as ações sociais de um governo. Preferem ficar reféns do olhar e do toque nas obras de alvenaria.
Gigantismo e falta de operacionalidade é a tônica na maioria das obras desse grupo político. Quando não são terminadas elas pecam por não atender as funções para as quais foram construídas. Vejam o caso do Matadouro Municipal, do Centro de Abastecimento e do galpão de 6 mil metros quadrados, do dito Distrito Industrial no entroncamento do Conde.
A construção da Prefeitura Nova não tem o pragmatismo de quem quer governar uma cidade com os princípios da eficiência, da economia e da transparência. Tanto é verdade que além de ocupar também a prefeitura velha, o enorme e desnecessário corpo administrativo da prefeitura, está espalhado em casas alugadas Esplanada a fora.
Na recepção o espaço para o trânsito de visitantes se impõe a qualquer outra função do prédio. É como se fosse um museu de pequenas novidades. A lista dos nomes dos construtores da obra, logo ao lado da escada que lembra a do casarão do filme E o Vento Levou, é mais um devaneio demagógico em relação aos operários da construção civil desse grupo político que se tem caracterizado pela concentração de renda nas mãos de uma minoria.
As copas das casas menores são ridículas. Mal cabem o fogão, a geladeira, a pia e uma pessoa. Principalmente se a porta ficar aberta. Se já existia uma copa grande no prédio central, para quê essa copa já que a distância entre os prédios é pequena.
Se a intenção do predomínio total da cor branca nos três prédios foi fazer alusão à pureza, ela foi totalmente frustrada. É só ouvir as falas do vereador Rodrigo de Dedé, na Câmara nas segundas-feiras e veremos os tons pastéis para não dizer negros, que regem as ações politico-administrativas desse grupo político.
O desperdício do espaço externo é notório. Lembram os jardins dos palacetes de reis do Antigo Regime. Na parte externa as colunas gregas do período coríntio têm a função maior de enfeitar do que sustentar a construção.
As mulheres posicionadas na frente de quem adentra o prédio, também tem inspiração grega. Lembram a Deusa Afrodite, deusa do amor e da beleza. Possivelmente simbolizando o prazer dos sentidos que o carnaval, especialmente o de Salvador promove nos camarotes vips da vida. E talvez façam referência a mudança no gosto estético que qualquer novo rico obrigatoriamente desenvolve ao entrar diretamente em contato com o universo burguês. Talvez fruto também da viagem a Roma para ver o Papa. Privilégio que nenhum dos apadrinhados e nem os pobres fiéis da Missa dos Homens e principalmente os da Legião de Maria jamais irão ter. Vão ter que se conformar com a imponência provinciana do Cristo esplanadense e ver o Papa pela mídia ou através de fotos mesmo. Mas esses fiéis estão felizes. Um deles conseguiu entender e usar os signos da religião e do poder em proveito próprio.
Essas mulheres suscitam a discussão sobre gênero em Esplanada. Reparem que elas estão ao mesmo tempo estão sustentando um pequeno pátio e também recepcionando quem chega na Prefeitura. Quem “brilha” sobre essas funções aparentemente humildes mas verdadeiramente subalternas? Respondam a essa perguntas as professoras que tiveram aumento de 30% sem greve e sem nada e a maioria das secretarias administrativas desse grupo. Boa pergunta também para Aurelina Motta atual presidenta da Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais de Esplanada.

Talvez a existência de um prédio central se impondo sobre os três menores possa significar o personalismo do seu construtor sobre os poderes constituídos: o executivo, o legislativo e o judiciário. Personalismo que remonta a forte influência do carlismo no pensamento politico desse grupo. É só observar que administrativamente, aqui mais parece guardadas as devidas proporções, uma Mini-Bahia com as obras do Centro Administrativo (leia-se Prefeitura Nova), do Distrito Industrial (leia-se galpão gigante) e o eternamente inacabado Centro de Abastecimento, todos fazendo forçada referência aos ícones econômico-administrativos carlistas que seriam o CAB e o Centro Industrial de Camaçari, além do Centro de Abastecimento soteropolitano.
Há outros simbolismos nesse Centro Administrativo provinciano. Como todo castelo de cartas é sensível a qualquer sopro de racionalidade. E cai. O teto lateral que mais parece um pátio e insinua solidez, é feito de telha de amianto. Além dos já propagados problemas estruturais, de saneamento e iluminação. Como a maioria das obras públicas que são feitas nesse país custam muito caro e a qualidade da construção é duvidosa. E esse ícone do poder político desse grupo não consegue infelizmente fugir a essa triste regra.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada,18 de agosto de 2011, às 19h30min.
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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

VOCE ME ACEITA NO SEU GRUPO? QUERO A RESPOSTA AGORA!

A ambição sujeita os homens a maior servilismo do que a fome e a pobreza.
Marquês de Maricái

O fato de Fernando Grisi dizer que não é candidato (o que não acredito) está exibindo com mais força a natureza servil do povo de Esplanada. Está havendo uma espécie de “nó ideológico” na cabeça dos eleitores.
Primeiro porque Diolando é uma entidade biônica, artificial, uma espécie de Frankstein político e que não consegue estabelecer uma chefia política do quilate do seu mentor, o Aldemir da Cruz; Segundo pela já mencionada “desistência” de Fernando Grisi do pleito eleitoral de 2012; Terceiro porque Rodrigo de Dedé, virtual herdeiro político de Grisi, não está conseguindo, até o momento pelo menos, o apoio automático e integral dos eleitores histórico de Grisi.
Até porque com a possível desistência de Grisi, a velha e conformista síntese ideológica do “ruim com ele, pior sem ele” já está superada e sem sustentação diante dos abusos que temos aturado em 12 anos de dominação política desse grupo.
Tudo isso gerou uma quadro de incertezas para uma população eleitoral sem ousadia, sem criatividade e que enxerga no servilismo a única forma de lidar com o poder e os pleitos eleitorais em Esplanada. Ser servil pra quem não sabe, é ter espírito de servidão. Ser servil é rebaixar-se em seu valor de criatura humana perante outro humano. É ver na bajulação a única forma de ver seus interesses atendidos. O ser servil não consegue defender os interesses de uma coletividade, ele só consegue enxergar seu próprio egoísmo. Com isso os servis tornaram a base eleitoral e de gestão dos governos autoritários, manipuladores e concentradores de renda nos últimos trinta anos em nossa cidade.
Acostumados que somos a servir ora, um ora outro, não conseguimos desenvolver a capacidade de escolher nosso destino político. Ficamos reféns dos nossos interesses pessoais e entregues ao domínio de um grupo sabidamente nefasto para a população de Esplanada, principalmente para o menos favorecidos.
O fato é que eleitores históricos de Fernando Grisi estão buscando a “sombra” clientelista do grupo de Aldemir. Essa população eleitoral não consegue se organizar e propor uma terceira via de poder, fora dessas duas chefias políticas locais. Na verdade, nosso servilismo histórico não permite que tenhamos independência ideológica para propor um novo tipo de gestão no governo da nossa cidade.
Um momento de criatividade, ousadia e união foi durante a primeira campanha de Aldemir da Cruz. Sem “mamar” (leia-se ter cargos de confiança, privilégios, prestação de serviços) na prefeitura e indignados com último governo de Grisi, o comércio, os fazendeiros e a classe média urbana souberam se organizar e derrotar Grisi eleitoralmente. Mas pararam aí. Escândalos, concentração extrema de renda e privilégios, prestação sofrível de serviços públicos como saúde, educação e segurança, não “desataram” a aliança desses setores com esse grupo político que domina o cenário politico da nossa cidade há 12 anos.

Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 14 de agosto de 2011 às 21hs32min.
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quinta-feira, 21 de julho de 2011

A analise de um colunista baseando-se em um comentário deixado no portal EsplanadaNews postada em 06/06/11 - 13-48-18

Vejam o que pessoas vitimadas pela alienação conseguem conceber para justificar sua submissão ao poder político. Primeiro chama de besteiras o que é foi dito pelos comentaristas do jornal Esplanadanews a respeito a festa de aniversário do Sr. José Aldemir.
Logo o Esplanadanews que transformou as não tão antigas fofocas em comentários cibernéticos moderados, o que melhorou muito o nível dos debates cotidianos e das discussões em nossa cidade.

A comentarista Gabriele insinuou em sua fala que existe uma espécie de corrida do ouro e que o tesouro é “ganhar” alguma coisa dos políticos. Assim funciona a Corrida do Ouro insinuada pela comentarista. O cidadão busca conseguir alguma coisa com os políticos, não conseguem, ficam frustrados e começar a “falar mal” dele. Talvez exista muita gente que aja assim. Talvez a própria Gabriele assim, faça logo que veja seus interesses pessoais contrariados.

Ela se esquece daquela camada da população que não é tão pragmática e tão interesseira e que busca votar em um projeto de governo, de administração e não somente em seu próprio interesse. Na verdade a maioria das pessoas gosta que sua visão de mundo seja universal. Se alguém discordar é besteira.

É natural que as pessoas pensem assim. Afinal, muito dão seus votos para um só governar. Resultado, o poder de legislar, administrar e alocar recursos e serviços fica nas mãos de poucos. Daí a romaria diária segundo, Gabriele para “conseguir alguma coisa” com os políticos.
É esse o jogo demoníaco da nossa democracia ainda muito imperfeita. Certamente o nosso maior problema é sermos um povo ainda muito despolitizado e inconsciente.

A única coisa que dei a esse grupo hoje ainda hegemônico politicamente em nossa cidade foram 3 votos. O que me frustra foi o mau uso deles. Vejo que governam para se perpetuarem no poder e não para o benefício da sociedade esplanadense.

Opinião de Ari, O Iconoclasta.

Esplanada, 04 de maio de 2011, às 12h47min

sexta-feira, 8 de julho de 2011

CÂMERA INDISCRETA

Será que caiu por terra a ideia de que o povo é essencialmente formado por pessoas honestas? A amostragem é insignificante. Mas nem por isso deixa de chamar a atenção o fato que oito entre dez manobristas de carros em estacionamentos, furtaram moedas ou comeram bombons de chocolate encontrados nos carros que deveriam só estacionar. Detectou-se essa situação porque a Globo colocou uma micro câmera e acompanhou o comportamento desses manobristas.
Seria bom se a Globo também colocasse uma câmera 24 horas por dia acompanhando 10 empresários, 10 prefeitos e 10 parlamentares, pra ver que resultado daria. Talvez atrás da constatação a desonestidade da quase totalidade dos manobristas esteja a intenção da vulgarização da desonestidade também entre o povo, porque entre os políticos ela já está há muito tempo vulgarizada.
Que inferências pode-se tirar dessa situação? Primeiro como já foi dito, a idealização do povo é atingida. Por uma pequena amostragem, é verdade, mas nem por isso menos significante e escandalosa. Apenas 2 manobristas executaram de forma limpa e honesta seu trabalho de estacionar os carros. Não tocaram em nada que estava dentro do veículo e que pertencia obviamente ao dono.
Imaginem que Deus colocou a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal bem no centro do Paraíso para que Adão e Eva recém-criados e sem infância resistissem à tentação. Ora se oito entre dez marmanjos com infância e adolescência, portanto, potencialmente com maturidade emocional não resistiram a algumas moedas e bombons, então porque Adão e Eva iriam resistir a Árvore que os tornariam conhecedores do Bem e do Mal igualzinho ao Criador.
Se nós do povo não conseguirmos ser honestos em pequenas coisas, como exigir dos políticos que sejam honestos na administração pública? Esses manobristas podem muito bem sobreviver sem esses pequenos furtos. Será que nós eleitores também não podemos sobreviver sem as pequenas vantagens ofertadas por políticos desonestos durante uma eleição?

segunda-feira, 4 de julho de 2011

TUDO EM NOME DE DEUS

Recentemente o embate do Fundamentalismo Evangélico-Cristão Norte-Americano contra o Fundamentalismo Muçulmano do Afeganistão, resultou em dois tipos de baixa. A primeira, certamente menos impactante e lamentosa, foi a queima desrespeitosa e irracional pelo pastor americano Terry Jones do livro sagrado para os muçulmanos: o Alcorão; a segunda é de causar horror. O assassinato de 12 trabalhadores da Agência da ONU em resposta a queima do Alcorão.
O que há de novo nesse embate fundamentalista religioso dos tempos modernos entre duas religiões praticamente irmãs? No conteúdo nada. Na forma sim. Quando digo forma, digo o cenário, afinal, a história não pára. Que a sede da ONU no Afeganistão é usada pelo governo americano e outros governos das nações mais ricas do mundo como agência imperialista local, isso é verdade. Mas o que não é aceitável é que um grupo de fundamentalistas muçulmanos invada o edifício da ONU para estrangular e decapitar doze funcionários.
Religião, não é para religar o homem a Deus. Religião não é para despertar nosso amor? Nossa solidariedade indistinta? Então por que esses incidentes irracionais e desumanos cometidos em nome da religião acontecem?
A religião verdadeira deve ir além das denominações, além dos budismos, além dos cristianismos e dos muçulmanismos. A religião verdadeira é universal. Transcende cor, classe social, doutrina ou filosofia de qualquer um. A verdade única e universal é que somos irmãos e que as diferenças entre irmãos, são belas e naturais, com exceção das de cunho social e econômico.
Não foi pela Terra Santa que os cristãos medievais realizaram as Cruzadas e dizimaram populações inteiras de gentios? Não foi em nome da Igreja Católica que mulheres ditas heréticas eram queimadas como bruxas?
O que isso tem a ver com religião? Eu mesmo lhes respondo: nada! Isso tem a ver com doença emocional humana. Não creio que só a determinação de interesses econômicos explique e justifique tais atos. A verdadeira religião não é o ópio do povo e nem dona de uma única verdade. A verdadeira religião é libertadora. Ao nos percebermos como iguais, não sentiremos mais necessidade dominar o outro. Essa é a verdade que políticos e religiosos buscam sempre esconder.
Até quando vamos achar correto queimar Livros Religiosos Sagrados de outras religiões em praça pública? Até quando vamos achar correto enforcar e degolar pessoas inocentes por nos achar ofendidos por quem queimou esses Livros? Até quando vamos matar para impor nossas crenças religiosas ou outras quaisquer?
Até quando a história futura vai procurar estudar, não o conteúdo, mas a forma, o cenário que justifica tais gestos de irracionalidade fundamentalista em que se queima livros religiosos e a crueldade irracional em trajes de indignação religiosa que mata pessoas?
Até quando a frase lapidar de Cazuza: “eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades”, vai continuar com tanta atualidade. Vê-se nessa frase de Cazuza não só um momento de pura lucidez profética, mas também de perplexidade e cansaço existencial de uma alma sensível. Uma alma que conhecia a historia e não suportava vê-la se repetindo em suas formas mais nefastas como um museu de grandes novidades.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 21 de maio de 2011, às 21h30min.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

CABEÇA, IN MEMORIAN

A ele nunca soube me referi com outra expressão senão, Cabeça. Não sei se tinha a graça de José, Antonio, João ou qualquer outro nome. Pra mim ele era Cabeça, irmão de Pica-Pau. Ganhava a vida pintando as paredes das casas da nossa cidade. Dava cor as nossas vidas.
Voz pausada, andar indolente e uma ironia fina sobre as coisas da vida, certamente foi o que deu origem o significativo apelido de Cabeça. Nunca o vi se aborrecer com nada. Parece que ainda o ouço “tentando” me gritar impondo uma rouquidão proposital a voz sempre que me via: Areeeee! Como quem estava a dizer: “Se acalma. Sua agonia não vai te levar a nada”.
Boêmio convicto, portanto, mal-compreendido pelas mulheres. Jamais falou mal das que teve. Cabeça era dessas pessoas dotadas de uma serenidade nata. Não questionava sua vida, a dos outros, ou as relações que estabelecia pra viver. Simplesmente vivia.
E nesse simplesmente viver, costumava pescar sozinho. Passava dois a três dias recolhido na beira do rio. Talvez cansado da agitação citadina. Era discreto. Como bom observador da vida que era, gostava passar despercebido.
Um dia numa dessas pescarias um raio insensato o atingiu. Como em vida, seu corpo foi achado depois de alguns dias de procura, como que a imitar os recolhimentos pesqueiros que fazia.
Talvez, o raio da mãe natureza não tenha sido tão insensato assim. Talvez, o raio tenha sido mesmo é misericordioso, lhe poupando de assistir a estampidos trovejantes e cruéis que ceifarem vidas em seu universo familiar.
Na condição de remanescente dos românticos outsiders de Esplanada da década de 70, como o cantor Malaquias, o eletricista/baixista Zé Bubu, Cabeça, não tinha nada em sua biografia que desabonasse sua honra. No máximo era um rebelde dos costumes, das regras hipócritas da sociedade.
Fica então, Cabeça, a saudade e a compreensão íntima de que a importância de alguém, não se mede pelo número de pessoas que acompanham seu enterro ou pela pompa do seu ataúde, mas sim, pelos gestos, palavras e ações que funcionaram como pincéis na mente e nos corações daqueles que participaram da sua existência.
Embora não acredite que nada sobre depois desse corpo a não ser as obras feitas por nós durante a vida, se houver um depois, você vai ser uma das pessoas que vou fazer questão de rever. E como faria qualquer bom temente, eu lhe digo: que Deus o tenha num bom lugar.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 03 de janeiro de 2011, às 23h12min.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

CLIENTELISMO EM ESPLANADA

O clientelismo é a porta da corrupção política e o pai e a mãe das irregularidades e do uso da "máquina administrativa" com finalidades perversas e no final da história os prejudicados são a maioria dos cidadãos e cidadãs que cumprem com seus deveres.
O brasileiro acredita ingenuamente que os "políticos de plantão" resolverão seus problemas, transferindo a eles suas responsabilidades e autoridade. Esquecem que estes, devido ao modo de se fazer política no Brasil, defenderão seus interesses e de seus pares e raramente servirão aos interesses de seus eleitores ou seguirão os princípio e valores de seus partidos.
Clientelismo é a utilização dos órgãos da administração pública com a finalidade de prestar serviços para alguns privilegiados em detrimento da grande maioria da população, através de intermediários, que podem ser afiliados políticos, prefeitos, vereadores, servidores públicos, deputados, secretários, pessoas influentes e pessoas do povo também.
O clientelismo tem a finalidade de amarrar politicamente o beneficiado. Os intermediários de favores prestados às custas dos cofres públicos, são os chamados clientelistas, despachantes de luxo ou traficantes de influências. O grande objetivo dos intermediários é o voto do beneficiado ou dinheiro. ((Fonte: site alertatotal.net)
Anselmo Machado já me alertava para a chamada intextualidade.Existe coisas que são tão bem ditas e verdadeiras que só nos resta fazer referências textuais na íntegra. Esse é o caso. Trazendo o arrazoado acima pra nossa realidade em Esplanada cabe algumas perguntas:
Alguém já ouviu falar de reformas e até construção de casas de particulares utilizando material e mão-de-obra ofertado pela prefeitura?
Alguém já ouviu falar do pagamento de operações que “salvam” vidas por alguma liderança local?
Alguem já ouviu falar na quantidade de cargos comissionados e de confiança que só tem a única função de “comprar” votos de chefes familiares e de chefes políticos?
Alguém já ouviu falar em superfaturamento de obras públicas?
Alguém já ouviu falar em indícios de enriquecimento ilícito?
São essas práticas que nos deixaram presos na disputa eleitoral entre dois chefes políticos locais. Perdemos a perspectivas da esperança de uma administração diferente, nova e melhor. É muito fácil a gente tornar vilão, ora um, ora outro e ficarmos como inocentes úteis. A corrupção, o autoritarismo, a hipocrisia dos políticos, nasce é no seio do povo mesmo.
Não existe uma separação entre eleitor e político. Eles se complementam. São faces da mesma moeda. Nenhum político clientelista se estrutura no poder sozinho. Setores médios e populares são a base da sua existência. Nós, o povo, somos profundamente cúmplices dessas práticas clientelistas.
Ao vermos um benefício imediato não hesitamos em nos render ao clientelismo. Ao sermos beneficiados com uma prática clientelista estamos excluindo o restante da população. Nenhum prática clientelista pode ser pra todos. Sua natureza é excludente. Ela feita para beneficiar alguns.
Uma comentarista do Esplanadanews disse que no jornal online que “tinha muita gente frustrada falando besteira porque não conseguia nada com os políticos”. Existe prova maior do que esta da nossa total despolitização? Notem a subserviência dessa afirmação. Reparem como “ingenuamente ela acredita que os "políticos de plantão" resolverão seus problemas, transferindo a eles suas responsabilidades e autoridade”.
O povo precisa ter consciência que tem em suas mãos o poder de exigir que estado funcione melhor. Não para beneficiar alguns e tornar as outras pessoas disputantes desses privilégios. Mas um estado que se humanize, preste melhores serviços e promova a autonomia e não a dependência dos seus munícipes. Amém.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 19 de junho de 2011, às 21h30min.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A DEMOCRACIA NAS ESCOLAS

O maior entrave para o aperfeiçoamento da jovem democracia brasileira é a formação cultural e escolar do nosso povo. É verdade que a estrutura de administração do estado brasileiro ainda é muito verticalizada, autoritária e personalista. Mas tudo isso seria minimizado se a sociedade civil posse mais politizada e participativa. Entenda-se aqui, como sociedade civil, não aquelas entidades representativas de classe, de gênero, de raça, etc., mas o cidadão comum que muitas vezes nem é representado por essas organizações.
Se povo não é mais politizado e consciente, é porque a escola pública do jeito que está, é uma produtora institucional de “analfabetos funcionais” que não percebem a importância da informação e do aprendizado da informação no mundo moderno. Têm dificuldades extremas de interpretar um texto, ignoram seus direitos civis e estão envoltos num hedonismo irresponsável onde a sexualidade precoce, músicas que depreciam gêneros e o consumo alienado de mídias digitais é a tônica.
Não interessa a elite governamental a educação pública de qualidade. Os pais dos atuais alunos já são resultados dessa escola. A escola pública pós-redemocratização do país continua sendo uma estrutura criada para formar o exército da mão-de-obra subalterna de ajudantes, pedreiros, motoristas, babás, donas de casa e empregadas domésticas no país afora. Para essa elite, essa mão de obra basta saber ler e escrever. Interpretar jamais!


Um dos caminhos para minimizar esse processo seria a gestão democrática das escolas já prevista na Constituição de 1988 e corroborada pela lei 9394/96, e mais recentemente a Lei 1321/98, chamada de Lei da Gestão Democrática das Escolas.
Em nosso município uma novela se arrasta, ou chamaria de chantagem? Porque só isso pode explicar a promessa e o adiantamento da implantação das eleições diretas para diretores de escola.
Diretoria de Colégio deveria ser cargo de confiança da educação e não cargo de confiança do prefeito. Um caminho que iria contribuir para isso seria a eleição de Diretores pela comunidade escolar: pais, funcionários e alunos. Do jeito que está o Diretor tem preocupação maior em agradar a si mesmo e principalmente a quem lhe deu o cargo, no caso, o prefeito.


Desde o começo da sua administração o Sr. Diolando tem anunciado a implantação das eleições para diretores de colégios. Não o faz por qual razão? O prefeito acena de forma chantagiosa com a eleição para diretoria dos colégios municipais, talvez para que os atuais detentores dos cargos se “comportem” e fiquem mais submissos, ou talvez até para que eles contenham um possível ímpeto de pedir mais privilégios do que o próprio cargo já dá.
Pode-se facilmente deduzir que o prefeito não tem o menor interesse de implantar a eleição direta para diretor de colégio. Cargo de confiança é ferramenta de controle ideológico e de aliciamento de votos da classe média de qualquer cidade nesse país. Não foi à toa a oneração da folha em cerca de 500 mil reais em cargos de confiança e cargos comissionados pela atual gestão do município.
A eleição direta para Diretoria estimularia a participação dos alunos, pais, funcionários e professores na administração do colégio. Essa autonomia do Diretor em relação ao prefeito e, ao mesmo tempo, a necessidade de dar satisfações à comunidade que o elegeu, tornaria o diretor mais empenhado numa gestão escolar realmente mais eficiente e democrática.


Incidentes como o do ex-diretor Anselmo Machado não se repetiriam. Salvo engano, único diretor do atual governo que estimulou e implantou um grêmio estudantil num colégio. Uma gestão democrática que se estendia até para aprendizado da cidadania pelos alunos. O resultado é que foi onerado. Com a eleição direta pelo corpo docente e discente isso não aconteceria.

Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 11 de junho de 2011 às 12h51min.

terça-feira, 31 de maio de 2011

ESPLANADA ÀS ESCURAS

Nossa cidade nunca teve uma vida noturna muito agitada. A noite só funciona mesmo os colégios, as casas de culto e alguns poucos bares e barracas abertos até por volta das 10hs. Atualmente nossa vida noturna resume- se ao madrugar da Sorveteria Capricho embalada pelos duelos de som (leia-se: axé music e pagode) das cornetas dos carros dos fregueses.
Mas isso não quer dizer que tenhamos que viver praticamente às escuras! A iluminação da Praça Ladislau Cavalcanti, do Cristo e da própria Prefeitura Nova, é sofrível. O que existe são pontos precariamente iluminados perto dos postes e centenas de espaços escuros junto e entre as árvores, moitas e casas. Ruas inteiras são dominadas pela escuridão cúmplice dos amantes noturnos.
A luz amarelada emitida por essas lâmpadas não realçam a pompa provinciana do Cristo e da Prefeitura, obras que dão tanto orgulho a esse grupo político. O que ela faz é causar insegurança e medo aos transeuntes de sair ou mesmo dar uma caminhada no Calçadão. Afinal, os pontos escuros provocados pela péssima iluminação são verdadeiros convites a embocadas de malfeitores. Não ver isso que não quer.
Talvez conviver pacificamente com essa falta de luz na cidade seja muito simbólico. Talvez estejamos convivendo com outras “faltas” desse grupo político somente por termos nossos interesses imediatos defendidos. Isso vale tanto para povo mais simples como para minoria privilegiada da nossa cidade. Interesse fica aqui entendido, como algo que vai de um pagamento de conta de água ou luz, aluguel de uma casa, locação de veículos a cargos comissionados ou de confiança.
Temos convivido com uma administração abaixo da crítica; com uma câmara de vereadores inapta para sua função; com o mau uso do dinheiro público; com péssimos serviços de saúde e educação, e nos comportando como em relação à sofrível iluminação da nossa cidade. Recolhendo-nos em nossos lares pretensamente seguros. Mas até quando?
Vejam o que diz o site gurupionline.com.br sobre iluminação pública:

A iluminação pública é essencial à qualidade de vida nos centros urbanos, atuando como instrumento de cidadania, permitindo aos habitantes desfrutar, plenamente, do espaço público no período noturno. Isso quando ela existe.
Além de estar diretamente ligada à segurança pública no tráfego, a iluminação pública previne a criminalidade, embeleza as áreas urbanas, destaca e valoriza monumentos, prédios e paisagens, facilita a hierarquia viária, orienta percursos e aproveita melhor as áreas de lazer.
A melhoria da qualidade dos sistemas de iluminação pública traduz-se em melhor imagem da cidade, favorecendo o turismo, o comércio, e o lazer noturno, ampliando a cultura do uso eficiente e racional da energia elétrica, contribuindo, assim, para o desenvolvimento social e econômico da população.

Cabe então a pergunta: nossos governantes aplicam essas orientações? Diante disso é muito irônico a gente ver uma Equipe de Iluminação Pública dando satisfação ao Esplanada News sobre às queixas de falta de EPI (equipamento de proteção individual) dos funcionários da equipe. Quando na verdade o que falta mesmo é iluminação de qualidade em nossa cidade.
É lamentável ver a fácil e constante desconstrução do discurso daqueles que dizem que amam Esplanada no hino municipal. Deixando o objeto do seu amor, no caso, a cidade, totalmente às escuras, privando o prazer do olhar noturno da beleza da nossa cidade tanto para seus moradores como para os seus visitantes.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 31 de maio de 2011 às 18h00min.

terça-feira, 17 de maio de 2011

PELA PISTA DE SKATE E PELO ABASTECIMENTO D’ÁGUA

A demanda freqüente e espontânea de um espaço para a prática do skate pela população jovem de Esplanada, resultou na indicação da criação de uma pista de skate na Rua do Malombê, sugestão do vereador César Mamão durante uma sessão da câmara de vereadores.
Depois de se manifestarem nas rede sociais através de fóruns e enquetes nas comunidades: ESPLANADA (postado por hemilio kill) e na MUDA ESPLANADA! (postado por Salustiano Costa) finalmente, os jovens obtiveram a atenção necessária de quem detém o poder e os meios de realizar o legitimo e salutar desejo da construção de uma pista de skate em Esplanada.
Está aí, uma forma saudável da população e da Câmara de Vereadores se relacionaram. É legitimo e faz parte do jogo democrático a procura do voto para quem precisa dele para ter um mandato. É dessa sensibilidade que um vereador precisa para ser um bom político e ter a aprovação de uma comunidade. No Brasil infelizmente, os vereadores tornaram-se, em sua maioria, uma extensão do executivo. Os vereadores em vez de controlarem o executivo passaram a ser uma extensão dele, para manter seu eleitorado com pequenos favores como pagamento de recibo de água, de luz, servir de mediadores na prestação de serviços públicos (leia-e saúde, INSS, educação etc.) e obter vantagens pessoais. Virou um jogo entre gato e rato, como bem disse o prefeito Diolando.
De “mamão” o vereador César não teve nada, ao perceber essa ânsia legítima dos jovens e captar para si com justeza a primeira indicação parlamentar da criação de uma pista do esporte radical que tem mais crescido no Brasil. A juventude esplanadense não ficou fora dessa onda esportiva que veio para ficar, tampouco o vereador César Mamão.
Aproveitando a oportunidade gostaria de lembrar ao vereador César Mamão e a Câmara de Vereadores que usassem de sensibilidade política em relação ao precário abastecimento da água feito pela EMBASA em Esplanada. É insuportável a vida de quem precisa que a EMBASA forneça água todo o dia. Porque está escrito no DECRETO Nº 3.060 de 29 de abril de 1994: Compete a EMBASA efetuar o abastecimento de água e esgotamento sanitário de forma contínua e permanente, salvo as interrupções para manutenção, caso fortuito ou força maior.
Não está escrito que temos que ter um reservatório de 30 mil litros de água para amenizar a falta de competência da EMBASA para nos fornecer água de forma digna. Se a elite social de Esplanada pode fazer esse reservatório, então está sendo digno para ela, não para o restante da população.
Não está escrito também que temos que ter uma população apática e covarde que sofre com isso calada, com medo não se sabe de quê. Nem tampouco que temos que ter uma classe política e uma elite social tão indiferente as necessidades do povo, a não ser quando querem enfiar um candidato da sua conveniência goela adentro do pobre e incauto eleitorado esplanadense.
Ari, O Iconoclasta, Esplanada, 16 de maio de 2011 às 05h9min.

DEUS: SUBSTANTIVO CONCRETO

Não é só a gramática que afirma que Deus é substantivo concreto. Nada no mundo tem mais materialidade e concretude do que a crença em Deus. Mesmo o Apóstolo João afirmando em (Jo 1:18) que “Ninguém jamais viu a Deus”, Deus teimou em se materializar na pujança milenar da Igreja Católica e nas centenas de denominações ditas evangélicas que se espalharam mundo afora. Não esquecendo da religiosidade oriental em muitos aspectos bem mais acabada que o simplificado maniqueísmo da luta entre o bem e o mal que o cristianismo ocidental nos impõs.
Os milagres da ciência médica que dobraram o tempo de vida da humanidade; a evolução tecnológica que nos faz atravessar o planeta em naves tonitruantes e outros tantos milagres do pensamento metódico e racional, se incorporaram como naturais ao nosso cotidiano. Em compensação os milagres da fé continuam mantendo o seu fascínio primitivo.
A quantidade de maravilhas da fé anunciados pelas religiões cristãs não conseguem vulgarizar o milagre, tampouco a crença em Deus. Do jeito que vai, o SUS (Sistema Único de Saúde) vai entrar em parceria com as religiões cristãs e acabar com o déficit na Previdência. A quantidade de pessoas que são curadas de tudo quanto é tipo de doença nos púlpitos de templos cristãos, não está no gibi!
Durante os últimos 30 anos as igrejas evangélicas tem crescido pelo menos 2 vezes mais rapidamente do que a população. Se somarmos a isso a proliferação do pensamento religioso oriental através das religiões de de práticas médicas alternativas, podemos deduzir que o pensamento irracional, baseado na fé num Deus jamais visto, só fez crescer.
Parece que temos uma necessidade atávica, primária de acreditarmos em alguma coisa além de nós mesmos. Parece que a ciência só satisfaz as necessidades do corpo e não as necessidades da alma humana. Daí é instigante a gente ver nascer, diante do shoping Iguatemi - templo do consumo do capitalismo - um templo dedicado a Deus,, pomposo e triunfante, num dos metros quadrados mais caros de Salvador.
Deus é concreto porque nós o transformamos numa instituição. Reis, rainhas, estados nacionais modernos e nações imperialistas contemporâneas, usaram e usam o seu santo nome em vão. Está escrito em Filipenses 1:07: “Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda”. Pois, eu me importo! Causa-me profunda indignação ver tanta pessoas e instituições iníquas usando o nome de Deus para explorar pessoa simplórias e com issoo obterem vantagens materiais. Acreditem, não são só as autoridades temporais que maculam o nome de Deus. As religiosas o fazem com maior intensidade e vileza.
Deus para ser concreto em nossa vidas não precisa estar concretado em ferro, cimento e tijolo em Cristos Rendentores Provincianos, nem tampouco em catedrais pomposas que mais parecem museus. Talvez exista uma concretude divina que não habite as cores vivas das vestes dos cardeais e nem tampouco habite o espetáculo miraculoso da fé filmada em cultos evangélicos. Talvez longe desses ritos possamos nos encontrar e nos apaixonar de forma íntima e única com o mistério da existência. E para isso não precisamos de mediador nem concreto nenhum em nome de Deus.
Ari, O Iconoclasta. Salvador, 14 de maio de 2011, às 04h15min.

domingo, 20 de março de 2011

QUE OBRA DE ARTE É O HOMEM!

Vivemos o momento histórico mais difícil do homem. A principal razão disso é que com a alta tecnologia criada pelo modo de produzir capitalista, as ações humanas têm intensas repercussões físicas e sociais sobre toda a nossa aldeia global.
Aliado, a isso, movimentos sísmicos, tsunamis, alterações climáticas e enchentes, provocam catástrofes em lugares habitados que nos atinge em cheio e nos comove, fazendo com que nos mobilizemos para ajudar. Porque com nossa capacidade de comunicação vivemos os dramas de países do outro lado do mundo praticamente em tempo real. Celulares de pessoas comuns nos dão imagens ao vivo. Não é necessário um jornalista estar in loco para registrar e noticiar tragédias.
Por outro lado, a sociedade moderna que produzimos propôs um modelo que nos faz viver em grandes cidades. Cidades estas que trazem problemas estruturais de segurança, de moradia, de trânsito, de falta de emprego etc. Porque o estado não consegue gastar de maneira justa e sensata o dinheiro público.
Mesmo com toda ciência, mesmo com afirmação Iluminista no século XVII que o “homem é a medida de todas as coisas”, continuamos a atribuir a forças não humanas malignas ou não, todos os males da natureza ou os produzidos por nós mesmos vivendo em sociedade.
Não obstante, eu convido o leitor a refletir. Quando a natureza se manifesta em movimentos sísmicos intensos que resultam em tsunamis arrasadores como o que aconteceu no Japão, a natureza está sendo má? Creio que não. A natureza não é boa, nem má. Ela apenas é. É subordinada a leis físicas e químicas que têm sua própria dinâmica e vez ou outra se manifesta de forma a provocar tragédias. Mas quando faz isso, a natureza, não o faz de forma intencional. A natureza não tem vontade e nem dá significado e valores as coisas. Só o homem é capaz de disso, porque possui consciência. Portanto, o que se pode deduzir é que a natureza está sujeita a leis, a comportamentos, ora previsíveis, ora não, pelas ciências que a estudam.
Da mesma forma, a miséria social da maior parte da população mundial e que não tem acesso a saúde, a educação, enfim, a condições dignas de vida, principalmente nos países da Ásia, África e América do Sul, não é fruto da maldade de alguém ou de alguma entidade humana ou divina.
Como a natureza, também a sociedade está sujeita a leis. Leis históricas que têm sua origem nas relações sociais que estabelecemos para produzir nossa subsistência, através de mercadorias e serviços que irão nos vestir, nos calçar, nos dar a moradia e satisfazer outras tantas necessidades humanas imprescindíveis para vivermos em sociedade.
Então, sabendo disso, por que continuamos a achar que existem forças que não dominamos, e que essas forças nos causam esses males? O mundo, caro leitor, é uma produção humana, através do livre arbítrio, e nessa condição, somente a mesma ação que criou esse mundo tal como ele é. É que pode melhorá-lo.
Diante disse, vamos confiar na engenhosidade humana e na sua capacidade de resolver os problemas que criamos. Não vamos esperar que forças divinas nos socorram; Não vamos ficar como meros peões no jogo de xadrez cósmico entre Deus e o Diabo; Não vamos nos contentar com as trevas modernas criadas pelas visões de mundo católica e evangélica; Não vamos nos entregar a um fatalismo apocalíptico de começo de século; Não vamos ficar perplexos e distraídos com as previsões dos Maias. Porque enquanto ficamos fascinados e distraídos com teorias fantásticas de fim de mundo, eles conspiram para continuar mentindo e nos dominando..
Precisamos resgatar os valores Iluministas e colocar o homem no centro do mundo. Mas não basta só isso. Temos que resgatar nossa comunidade/humanidade e acreditar que podemos viver num mundo fraternal. Não precisamos de líderes religiosos ou políticos para fazer isso. Não precisamos nem mesmo das instituições que criamos como estado e igreja. Afinal, o que são as instituições senão pessoas agindo e a elas representando? Olhe no que deu! Precisamos sim, lembrarmos que o outro não é um estranho. É o nosso irmão.
Os discípulos abordaram Jesus, quando ele estava pregando o Evangelho para várias pessoas, para dizer que Maria, sua mãe, preocupada, o procurava ao que ele respondeu: “Quem é meu pai, minha mãe e meus irmãos? É aquele que ouve a Palavra de Deus e a cumpre!” Que Palavra, que Verbo divino é esse que Jesus menciona? É simplesmente o amor. Portanto, resgatando nossa humanidade com certeza vamos gerar um mundo melhor.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, domingo, 20 de março de 2011, às 15hs14min.

quinta-feira, 3 de março de 2011

JORNADA DE TRABALHO DE 8 OU 6 HORAS? EIS A QUESTÃO!

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou um estudo intitulado “Indicadores chaves do mercado de trabalho”. Segundo esta pesquisa, embora a jornada de trabalho tenha sido reduzida nas últimas décadas em vários países, a produtividade mundial só aumentou no período. O mesmo estudo comprovou que a produtividade do trabalhador brasileiro está entre as menores do mundo, mais especificamente, na 44º colocação, dos 69 países pesquisados. Em contrapartida, a produtividade dos trabalhadores de países com jornada de trabalho inferior a 40 (quarenta) horas semanais, alcançou uma ótima colocação no ranking.
Quem imagina que quanto maior a jornada de trabalho maior vai ser a produtividade, equivoca-se. Na realidade, de acordo com o mencionado estudo da OIT, o que se viu foi justamente o contrário! As empresas aumentaram sua produtividade e seus lucros. Como se explica isso? Fácil: houve redução de doenças/ausências/acidentes de trabalho, inibiram-se os fatores de dispersão no trabalho, aumentou o nível de concentração nas tarefas, cresceu o índice de satisfação do trabalhador, melhorou o nível de organização do trabalho. (...) todos os indicadores de produtividade melhoraram após a adoção daquela jornada de trabalho, que se revela triplamente benéfica, pois:
1) Beneficia o servidor, que tem mais qualidade de vida e mais tempo para a qualificação pessoal e o convívio com a família, reduzindo-se as doenças relacionadas ao trabalho; 2) Beneficia o usuário do serviço público, já que há acréscimo de eficiência no desempenho do servidor; 3) Beneficia o órgão público, melhorando os seus indicadores de produtividade e eficiência.
A jornada reduzida e contínua tem o mérito de fazer confluir os interesses, tanto dos trabalhadores, como da própria Administração: no caso dos servidores, pelo tempo livre de que poderão usufruir, utilizando-o para sua capacitação e crescimento profissionais, lazer, cultura, e convívio familiar. No caso da Administração, porque contará com servidores mais produtivos porque mais saudáveis (mental e fisicamente), com maior capacidade de concentração no cumprimento de suas funções e mais eficiência. (Fonte: astajpb@gmail.com).
Certamente o governo de Esplanada não fez nenhum tipo de pesquisa para ver os benefícios historicamente detectados através da adoção da jornada contínua de 06 horas de trabalho. Em vez disso nos impôs uma jornada de 8 horas com intervalos de 2 horas em horários inconvenientes para quem estuda, viaja, cuida de um ente da família ou simplesmente, tem mais tempo para o convívio familiar. Algo tão raro nos tempos modernos.
A imposição não negociada como SINDSERME da jornada de 8 horas é uma medida inconveniente, antipática, politicamente incorreta de um governante autoritário, acostumado, certamente, a ter esse comportamento com seus funcionários nos tempos da sua fabriqueta de móveis e estofados.
Costumo dizer que esse grupo, tem nesse governo, a plataforma política para a volta triunfal do Beato-Mor. Cada vez mais me convenço disso. Desagradar um tão grande número de eleitores não é atitude de um político nato. Isso deve ter uma intenção espúria. Esse governo tem a função proposital de gerar saudades do arquiteto desse grupo político que já nos domina há uns 10 anos. Não vai me surpreender em nada o Beato-Mor gritar aos quatro ventos durante a campanha o retorno da jornada de 06 horas. Igualzinho como o prefeito atual fez na última eleição em relação ao Adicional Noturno dos Guardas-Municipais!
Não é passando mais tempo no trabalho durante a jornada de 8 horas que o governo vai ter funcionários mais assíduos e mais eficazes no desenvolvimento das suas atividades. Pelo contrário. O que a Prefeitura Municipal de Esplanada precisa é detectar as necessidades de mão-de-obra específicas para cada setor. Por exemplo, há uma demanda clara de Técnicos em Segurança do Trabalho. Afinal, tivemos duas mortes desnecessárias motivadas pela ausência de um profissional da área de segurança do trabalho que permitisse ver o iminente perigo de acidente na morte do operador de máquina na obra de acesso a Esplanada na BR 101, e na morte de uma moradora do Condomínio Canto dos Pássaros, (ou é melhor chamar de Cidade de Deus?), devido ao desmonoramento da tampa de uma fossa construída pela Prefeitura. Tampas de fossas que são verdadeiras armadilhas feitas sem base de alvenaria e divididas em duas partes unidas com cimento.
Essa tentativa desastrosa de “mostrar serviço”, deve ser pela culpa política e social do prefeito atual de ter onerado a folha de pagamento da prefeitura em pelo menos 350 mil reais com cargos de confiança e cargos comissionados para manter a máquina eleitoreira e a concentração de renda tão intensa promovida pelo grupo político, ora no poder, o qual o usou o slogan de campanha profundamente demagógico intitulado: O POVO NO PODER.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 03 de março de 2011, às 19h31min. Leia esse e outros textos no blog arioiconoclasta.blogspot.com/ e acesse e vote nas enquetes da comunidade MUDA ESPLANADA!

domingo, 23 de janeiro de 2011

PREFEITO DIOLANDO, 1ª. DAMA LUIZA E “FAMÍLIA DE PROFISSIONAL DE LIMPEZA”

Essa é a legenda de uma foto do Jornal Tribuna do Estado, edição de Janeiro de 2011, noticiando a eleitoreira Festa do Gari que acontece em nosso município já alguns anos.
Repare caro leitor que o Prefeito tem nome, a Primeira Dama também, mas justamente o nome para quem a festa foi feita, é totalmente ignorado! Os redatores fizeram isso de forma inconsciente, não intencional, porque tanto eles, quanto nós aprendemos achar natural desde cedo a desigualdade no ter, no poder e saber. Essa gafe, desrespeito, pecadilho ou como se queira que a chamemos, muitas vezes, não é percebida.
Não percebemos essas coisas porque temos a visão anuviada pela ideologia. Que nada mais é a construção diária da mentira de que somente uma minoria pode concentrar poder político, poder econômico e o poder do conhecimento em suas mãos. É justamente isso que o voto faz. Concentrar poderes nas mãos de poucos para governar a vontade da maioria.
Se quisessem valorizar o Gari, ou profissional de limpeza, como assim os chamou o jornal, que pelo menos mencionassem os nomes dos pais e dos filhos de para quem a festa foi feita. Em vez disso realçaram os nomes de vereadores e autoridades como grandes benfeitores e impuseram um anonimato desrespeitoso para os homenageados em questão.
Essa exclusão documental das classes trabalhadoras faz com que a ciência histórica, até hoje, careça de fontes documentais que sirvam para contar a história dos oprimidos. Se um dia alguém for usar esse jornal como fonte de pesquisa, vai logo se deparar com a dificuldade de saber quais os nomes, quem era, onde moravam os componentes da família do Gari. Por outro lado, vai logo identificar a família do governante que é quem detém o poder político. Afinal, não é o dinheiro público por decisão do prefeito que paga as edições de qualquer divulgação dos feitos do governante? Vide, o Programa A Hora do Povo, na 104 FM.
Não identificar, não dar nome ao trabalhador numa festa feita em sua homenagem é uma maneira de considerá-lo uma massa amorfa, sem identidade ou vontade, facilmente manipulável em sua pobreza material e ideológica, através do uso do poder econômico diariamente e especialmente durante as eleições. Dessa forma, dissolve-se a identidade e auto-estima desse trabalhador numa generalização gratuita. A ele e sua família se referem com a simplificadora expressão: Profissional de Limpeza ou simplesmente Gari.
Reparem. O mesmo grupo político que menciona numa placa de forma demagógica os nomes dos trabalhadores construtores do Centro Administrativo é o mesmo grupo, que em muitos incidentes como esse, é incapaz de se dar ao trabalho de mencionar numa foto que divulga a festa dos Garis, os nomes dos profissionais que compõem a classe desses trabalhadores.
A “FAMÍLIA DE PROFISSIONAL DE LIMPEZA”, não é só anônima nessa festa demagógica, é também anônima em seus direitos trabalhistas. Anônima mais ainda na precariedade dos serviços de saúde, educação e moradia prestados pelo estado em todas as suas instâncias, municipal, estadual e federal.
Enfim, a Festa Anual dos Garis, deveria servir como um momento de celebração de trabalhadores que prestam um serviço tão fundamental em nossa comunidade, e não para a promoção de qualquer grupo político. Amém.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 21 de janeiro de 2011, às 16h30min.