sexta-feira, 8 de julho de 2011

CÂMERA INDISCRETA

Será que caiu por terra a ideia de que o povo é essencialmente formado por pessoas honestas? A amostragem é insignificante. Mas nem por isso deixa de chamar a atenção o fato que oito entre dez manobristas de carros em estacionamentos, furtaram moedas ou comeram bombons de chocolate encontrados nos carros que deveriam só estacionar. Detectou-se essa situação porque a Globo colocou uma micro câmera e acompanhou o comportamento desses manobristas.
Seria bom se a Globo também colocasse uma câmera 24 horas por dia acompanhando 10 empresários, 10 prefeitos e 10 parlamentares, pra ver que resultado daria. Talvez atrás da constatação a desonestidade da quase totalidade dos manobristas esteja a intenção da vulgarização da desonestidade também entre o povo, porque entre os políticos ela já está há muito tempo vulgarizada.
Que inferências pode-se tirar dessa situação? Primeiro como já foi dito, a idealização do povo é atingida. Por uma pequena amostragem, é verdade, mas nem por isso menos significante e escandalosa. Apenas 2 manobristas executaram de forma limpa e honesta seu trabalho de estacionar os carros. Não tocaram em nada que estava dentro do veículo e que pertencia obviamente ao dono.
Imaginem que Deus colocou a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal bem no centro do Paraíso para que Adão e Eva recém-criados e sem infância resistissem à tentação. Ora se oito entre dez marmanjos com infância e adolescência, portanto, potencialmente com maturidade emocional não resistiram a algumas moedas e bombons, então porque Adão e Eva iriam resistir a Árvore que os tornariam conhecedores do Bem e do Mal igualzinho ao Criador.
Se nós do povo não conseguirmos ser honestos em pequenas coisas, como exigir dos políticos que sejam honestos na administração pública? Esses manobristas podem muito bem sobreviver sem esses pequenos furtos. Será que nós eleitores também não podemos sobreviver sem as pequenas vantagens ofertadas por políticos desonestos durante uma eleição?

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