Eu me lembro bem. O cinema operado por Hélio Bobina,
exibindo O Dia da Ira com Giulianno Gemma e Lee Van Cleef. Eu tinha
13 anos de idade e encantado com a Sétima Arte, assistia fascinado
as peripécias dos pistoleiros do Western Spaghetti italiano
inspirado no cinemão norte-americano.
Hoje os cinemas de bairros e os interioranos estão
esquecidos. Mas personagens como Hélio Bobina não podem ser
esquecidos por seus munícipes, somente porque sua obra de vida não
está escrita em obras públicas grandiosas carregadas de pecados
capitais.
Sua existência se caracterizou pelo exercício diário
e digno da rádio-comunicação em nossa cidade. Ainda lembro da
Esplanada Rádio Publicidade onde ele usava a expressão: “cumprimos
o nosso doloroso dever”, com sua voz rouca e pausada, para anunciar
o enterro dos nossos entes queridos. Ecoa em minha mente até hoje, a
marcha fúnebre que marcava tristemente o anúncio da saída do
féretro.
Esplanadanews, Regional24hrs, Brisa Mar Fm e a
Esplanada Fm, embora não saibam, são herdeiros dos 40 anos do
exercício da rádio-comunicação do Sr. Hélio Bobina em nossa
cidade. Ele não tinha os recursos e o alcance da internet e nem
mesmo das ondas do rádio. Tinha apenas o microfone, os
altos-falantes colocados estrategicamente no centro da cidade e o
carro de som que visitava as ruas periféricas fazendo seus anúncios
comerciais. Ainda assim, exercia a arte da comunicação com presteza
e maestria.
Hélio Bobina certamente se encontra entre as pessoas
que devem ser lembradas definitivamente em Esplanada. A colocação
do seu nome numa rua ou numa obra pública relativa a cultura vai ser
de muito bom tom. Uma cidade não pode esquecer de sua história sob
pena de perder sua identidade.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 13 de maio de 2012, às
19h04min.
2 comentários:
Bem lembrado, que alguém (algum político) lembre e façam esta homenagem que será bem merecida.
Merecida a homenagem.
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