sábado, 10 de julho de 2010

O QUE É UM PASQUIM

Durante o Regime Militar, não existia a liberdade de expressão que gozamos hoje. Brasileiros engajados na luta para o fim do regime de exceção recorreram entre outras estratégias, para o uso de um famoso jornal intitulado: O PASQUIM, que clandestinamente e anonimamente denunciava os abusos autoritários do Regime Militar e propunha uma sociedade democrática, pelos menos politicamente, para o Brasil.
Devido ao fato de que a versão do mundo dominante é a versão de quem tem o poder político e econômico, o senso comum, até hoje continua dando a expressão “pasquim” um sentido pejorativo, negativo. Porém, este sentido negativo era somente para aqueles que dominavam o estado brasileiro pela forças militar. Este sentido negativo da expressão “pasquim” para as classes que impuseram o Regime Militar, acabou sendo incorporada ao senso comum até aos nossos dias.
Recentemente em nossa cidade foi lançado, mais uma vez, um “pasquim” que tem o sentido acima explicitado, que viola criminosamente o direito a privacidade do cidadão. Mesmo que os fatos hediondos e vis que foram relatados fossem verdadeiros, o que na sua maioria não o são! A disposição de escrever tais idiotices, não contribui em nada para a politização do nosso povo. A forma mentirosa, caluniosa e perversamente cruel com que a privacidade dos cidadãos que detém a direção política da cidade foi atacada, deve ser repudiada por todo o povo de Esplanada! Porque qualquer um que um dia se colocar na condição de representante através de votos e impostos da “coisa” pública, poderá passar por esta inconveniência criminosa de quem elabora estes abomináveis “pasquins”. Até mesmo quem participou ou se alegrou com o lançamento de tais “pasquins”, um dia por ironia, poderá ser objeto de um deles.
O escritor que vos fala, só tem a pretensão de contribuir um pouco para o estímulo a leitura e a reflexão dos seus leitores a respeito do cotidiano, do social e do político da cidade que o acolheu e já reside há uns bons anos.
Não pretende que nos “ensaios” que escreve ─ como um colega e professor bondosamente os definiu ─ seja comparado em intenção e forma com o “pasquim” de péssimo conteúdo, que foi colocado na rua de maneira anônima.
São assumidos pelo autor, todos os “ensaios” publicados, colocando o nome, às vezes, até foto, além do Email e Orkut do mesmo nome. Como abaixo será assinado este texto.
Existem maneiras mais inteligentes, democráticas e respeitosas de se questionar a aqueles que nos representam. Não é porque muitas vezes a dominação econômica, ideológica e administrativa de uma classe não é ética, que quem luta pela melhoria das condições de vida da população, tenha que fazer o mesmo. A irracionalidade inconseqüente de quem produz estes “pasquins” não contribui em nada para o aprimoramento da nossa jovem democracia.
Mesmo no clima de paixão que envolve uma eleição não se justifica esta abordagem imbecil da vida privada das pessoas. Além de não caber “pasquins” pejorativos, não cabem também os “UI, UI, UIS!” e os “DO OUTRO LADO É DESESPERO!” repetidos até a exaustão pelos carros de som durante a última eleição pelos políticos que infelizmente ainda dominam o cenário eleitoral local, desperdiçando recursos públicos, com bordões vazios como estes. Estimulando o emocional, a paixão e a irracionalidade do eleitor, como se escolher um governante fosse torcer por um time de futebol! O que efetivamente não o é.
Uma eleição deve ser usada para politizar o eleitor. Para através de um programa de rádio, ou em plena praça pública, participar de um debate entre candidatos que discutam os problemas da cidade, tais como: o desemprego, o meio ambiente, a educação, as saúde, a política de habitação, o trato emergencial da fome, a questão das drogas, a segurança, a marginalidade, etc. Em vez disto, a eleição se torna neste país inteiro, um palco de negociatas de currais eleitorais, de venda de apoios e uso abusivo do poder econômico para impor um candidato com assistencialismos ocasionais meramente eleitoreiros, daqueles que se aproveitam da pobreza econômica e ideológica imposta pelas classes dirigentes ao povo brasileiro.
Portanto, o uso de “pasquins” como tentativo de denegrir gratuitamente a imagem dos cidadãos de Esplanada e deste país, deve ser dispensado pela população local.
Até porque, a classe dirigente eleita de forma legal e democrática, deve ser questionada na sua ação enquanto representantes legítimos dos impostos e votos colocados em suas mãos pela população que a elegeu.
Professor Ari, O Iconoclasta (comentários favoráveis ou não enviar para o Orkut e Email de mesmo nome: arivaldodesouzadantas101@gmail.com)

Nenhum comentário: