sábado, 10 de julho de 2010

A IMBECILIDADE HUMANA NÃO É NOVA

a imbecilidade humana não é nova. Ela nasce junto com outras misérias da alma. Quando o homem em algum momento histórico começou a produzir além do que precisava para a mera sobrevivência. Logo se criou a estrutura para que apenas um determinado grupo tivesse o domínio sobre a riqueza produzida pela sociedade através essencialmente do trabalho da maioria que ficava na base da pirâmide social. A partir daí, a riqueza passou a ser o objeto de desejo de todos. Assim, o homem foi expulso do “paraíso”. O qual só existia porque as sociedades ancestrais não evoluíram tecnologicamente para o domínio da natureza com a conseqüente produção de riqueza.
O “paraíso” não era fruto da natureza humana, e sim um estágio de evolução material e social, que não permitia que a maldade, a vileza e a sordidez humana se manifestassem em busca da riqueza ainda não produzida. O sistema capitalista moderno potencializou ao extremo a produção de bens, por conseguinte toda a ganância da alma humana.
Toda construção conceitual das ciências sociais quando trata a vida humana na dimensão histórica, se referem a determinadas permanências como se tivessem um dinamismo independente da ação ética ou não do homem. Determinados conceitos como instituição, superestrutura, infra-estrutura, praticamente abstraem, desprezam o papel da motivação ética, como que desculpam sócio-historicamente a ação humana que teima em perpetuar privilégios materiais nas mãos da minoria, através da justificação ideológica, usando a religião e a racionalidade legal da democracia burguesa .
É sabido, que toda percepção humana é ideológica, desse modo, toda apreensão cognitiva, traz consigo motivações, interesses, ideais, enfim, traz parcialidade. Não existe o pensamento puro, destacadas das motivações contextuais que o envolvem.
É tão estranho perceber que a mesma humanidade que produziu o ápice da espiritualidade humana na figura de um judeu pobre, ironicamente, um trabalhador, é a mesma que orgulha-se do desenvolvimento científico tecnológico ilimitado, junto ao despeito sistemático das diferenças e tendo a excludência como instrumento de perpetuação das classes dominantes. Esqueceram da fraternidade proposta porque aquele que dividiu a história.
A divisão da história entre Antes de Cristo e Depois de Cristo se deu entre outras razões, porque a lado espiritual do homem foi expresso em toda plenitude durante a sua rápida existência sobre a Terra.
A história tem sido a sucessão cíclica de impérios civilizatórios que trazia a sua essência a busca pelo acúmulo e manutenção do poder material e político, quando como um raio incandescente Jesus propôs a fraternidade e a cooperação entre homens. Portanto, é sintomático que o ser histórico Jesus, se tornasse a referência de um novo tempo, um novo enfoque no trato entre os homens..
Os animais por determinação genética e não pela consciência, atribuo humano, são solidários no processo de perpetuação da espécie, portanto a própria vida. Enquanto nós os humanos senhores da consciência do próprio existir teimamos obcecadamente em conspirar para desenvolvimento espiritual humano.
É aparente a perspicácia da idéia de pecado original para justificação da miséria humana da maioria da população, porque assim, sentiria-se culpa de uma natureza pecadora, portando, merecendo todo tipo de sofrimento. Talvez os autores de tal idéia não tivesse a intenção de manipulá-la ideologicamente. Era de fato a percepção da nossa inerente maldade, da nossa dificuldade de expressar nossa vocação para amar.

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