sábado, 10 de julho de 2010

A MISÉRIA É UM INVESTIMENTO SOCIAL

Ora a miséria bate a nossa, ora estamos dentro dela. Cabe então a pergunta: quando isso começou? Cazuza, o poeta da indignação, foi muuito feliz quando exclamou na sua música a frase VEJO UM MUSEU DE GRANDES NOVIDADES! A palavra museu se refere à histórica continuidade da miséria social, ideológica e espiritual do homem. A palavra NOVIDADES faz alusão à sofisticação tecnológica que poucos têm acesso e que faz contraste com os milhões de excluídos do conforto que ela oferece.
Afinal, passamos do domínio da força motriz do vapor ao da tecnologia nuclear. E por que a mesma evolução não se deu na distribuição equilibrada da informação e da riqueza? Por que somente uma pequena parte da população, logo após a criação do excedente e da riqueza, continuou tendo acesso pleno à informação, ao poder econômico e ao poder político?
A resposta é simples. Quando criamos a riqueza desenvolvemos forças sociais como o poder político, o poder da religião e o poder da força militar que dela se apropriaram. MUSEU DE GRANDES NOVIDADES esclarece então que mudamos a forma de nos relacionar para produzir. Passamos da escravidão, para servidão até chegarmos ao trabalho assalariado. Passamos da mais elementar tecnologia ao domínio do motor de combustão, formos à lua e dominamos a fissão nuclear, mas continuamos em termos sociais e espirituais num mundo miserável!
Isto tem acontecido porque temos investido na perpetuação da miséria desde o nascimento da riqueza até hoje os nossos dias. Várias ações são realizadas cotidianamente por todos nós que apontam que miséria em todas as suas formas tão cedo não vai acabar. Quem tem algum tipo de poder econômico, religioso ou de informação, representa as forças de conservação que investem instintivamente para que a miséria social, de informação e política continue no mundo em que vivemos. É só olharmos para ações de quem nos governa e daqueles que se dizem mediadores entre nós e Deus e veremos o que é investir na miséria..
Quando o primeiro presidente do Brasil de origem trabalhadora, Luís Inácio da Silva, afirma que o capital financeiro nunca ganhou tanto dinheiro quanto em seu governo. Isto é investir na miséria.
Quando depois de 9 anos no poder este grupo não atraiu uma empresa privada e não gerou um único emprego privado. Isto é investir na miséria.
Quando a fé religiosa é vendida como meio de prosperidade do trabalhador, como caminho para superação da crise do negócio de um empresário e como remédio fabuloso capaz de fazer cegos enxergarem, paralíticos levantarem e doenças como o câncer ser curada num passe de mágica. Isto é investir na miséria.
Quando a crise educacional do país jamais é superada e o investimento do PIB (Produto Interno Bruto) na educação, não passa de 4%. Isto é investir na miséria.
Quando um político nos dar uma cesta básica, compra nosso voto ou nos opera para ter nosso voto. Isto é investir na miséria.
Quando votamos num candidato porque ele comprou nosso voto, nos deu a feira da semana, uma cesta básica ou pagou uma operação com próprio dinheiro público. Isto é investir na miséria.
Quando não estudamos durante uma unidade inteira e não hesitamos em pescar ou perguntar um colega aquilo que não sabemos. Isto é investir na miséria.
Quando mentimos para nossos filhos e não damos verdadeiros exemplos com nosso comportamento. Isto é investir na miséria.
Quando espertamente ocupamos o lugar que seria do nosso próximo em filas de bancos, instituições jurídicas ou hospitais. Isto é investir na miséria.
Quando compramos aquilo que nos alimenta, nos veste e nos dá saúde com a intenção de não pagar. Isto é investir na miséria.
Quando fazemos licitações viciadas, concentramos renda na mão de poucos e praticamos o nepotismo. Isto é investir na miséria.
Quando enganamos os eleitores com promessas que jamais vamos cumprir ou usamos a religião para ter prestígio político e social. Isso é investir na miséria.
Quando buscamos lucros excessivos e ilícitos em nossos negócios e o governo arrecada muitos impostos e que jamais chegam ao povo em forma de saúde, educação e moradia. Isto é investir na miséria.
Quando endurecemos o coração, ficamos convenientemente cegos e surdos como fez o faraó que foi punido com as pragas do Egito e não praticamos os ensinamentos daquele que atingiu o ápice da consciência humana e que aniversaria o mês que vêm. Isto é investir na miséria.
Poder-se-ia escrever uma enciclopédia inteira descrevendo as ações humanas que sempre irão resultar na perpetuação da miséria. É preciso haver uma mudança de direção baseada na máxima atual e pouquíssimas vezes praticada proposta por Jesus há cerca de 2.000 anos atrás: TUDO QUANDO, POIS QUEREIS QUE VOS FAÇAM. FAZEIS VÓS ANTES A ELES. Moral da história: que não quer um mundo miserável, não deve investir para que ele seja miserável. Amém!
Professor Ari, O Iconoclasta. ALISTE-SE NA CIDADANIA PARTICIPE E ACESSE O SITE DA ONG: transparênciaesplanada.com.br
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