quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A QUESTÃO AMBIENTAL EM ESPLANADA

O governo atual com muita propriedade trouxe à baila em seu discurso oficial, muito antes de assumir a prefeitura, a questão ambiental em Esplanada. Mostrou com este gesto o reconhecimento que o tratamento do meio ambiente não é mais só um problema das grandes cidades, com seus altos índices de poluição ambiental, provocado pelo agrupamento de indústrias altamente poluidoras e o lançamento em grandes quantidades de gases tóxicos na atmosfera pela concentração de seus veículos automotores.
A questão ambiental tem também, implicações locais e sociais, na medida em que parte da população não inserida no mercado formal de trabalho, extrai sua renda no recolhimento do lixo industrial (papelão, vidro, plásticos, metais etc.) de forma aleatória, portanto, não organizada. Através de iniciativas individuais, sem a criação a criação de uma cooperativa que conjugue esforços para tratamento técnico através da reciclagem do lixo produzido pelos transeuntes, pelas indústrias locais, pelos domicílios. Enfim, produzido pela população de um modo geral.
Além disso, nosso litoral que detém grande potencial turístico tem sido abandonado pelo poder local. A população pesqueira deve ser informada sobre o período adequado da pesca, sobre os males provocados pelas bombas caseiras ao meio ambiente marítimo, sobre o perigo das mutilações, sobre o uso correto do tamanho das redes, etc. Fazendo isso, estaremos preservando vidas, não tendo despesas desnecessárias com aposentadorias precoces por invalidez e prestando este serviço público, dever da sociedade e do estado de preservar o meio em que vivemos.
Os barraqueiros e os moradores dos distritos praianos, por sua vez, podem estar perdendo uma fatia de renda, oriunda de turistas de outros estados e até estrangeiros por não estarmos dando ao meio ambiente municipal a devida atenção.
Nossa cidade tem uma topografia formada por um platô rodeado, por declives que favorecem a implantação da rede de esgotos, que escoaria os dejetos humanos de forma racional e não através de fossas domiciliares que agridem o lençol freático e geram custos desnecessários para a população carente, para um serviço que é dever do estado e que para tal ação recebe os impostos devidos.
O lixão municipal como milhares no Brasil, é uma afronta povo e ao nosso ecossistema. Pessoas de baixo poder aquisitivo, complementam sua renda familiar através da coleta do lixo em condições precárias, convivendo com a putrefação do material orgânico, expostos a ferimentos por meio de material cortante. Expõem-se através da respiração e do toque a produtos químicos nocivos à saúde.
Não é difícil imaginar que animais domésticos e silvestres também devam participar deste “banquete” oferecido pelo lixo que produzimos. O subsolo e as nossas águas subterrâneas ficariam “gratos”, se aquele (o lixo) fosse tratado.
É necessário fazer o diagnóstico ambiental que levante as condições das matas (ciliares) às margens dos rios, principalmente o Itapicuru, que evitam o assoreamento do leito por meio da erosão dos terrenos laterais; que mostre o perigo das queimadas realizadas para produção da agricultura comercial e de subsistência e a abertura de novos pastos para pecuária bovina; que avalie o estado atual do lençol freático da região, atingido profundamente pela gananciosa implantação das florestas homogêneas de pinho e eucalipto (fornecedora de matéria-prima das agroindústrias estrangeiras) “que não estão nem aí para as populações do chamado Terceiro Mundo”. (nome dado a nós por eles mesmos).
A implantação das florestas homogêneas em nosso país, pela lógica da divisão internacional em países industriais e países do terceiro mundo fornecedores de matérias-primas, fortaleceram ainda mais, a nossa herança de total desrespeito a fauna e a flora nativas, que começou no que a historiografia oficial chama de “Descobrimento”.
Contraditoriamente defendem em seus discursos oficiais o meio ambiente, ao tempo em que hipocritamente, nos propõem, com a conveniências das nossas elites, a implantação de florestas homogêneas com objetivos meramente comerciais, colocando no chão por meio dos implacáveis D8, a diversidade das nossas matas e a riqueza da nossa fauna.
Para tratamento destes problemas ambientais e outros não mencionados aqui, é necessário que o executivo e o legislativos locais, junto a ONG”s e a sociedade civil, tomem a iniciativa de realizar convênios com órgãos estaduais e federais que tenham a meta a defesa do meio ambiente e a melhoria das relações do homem com a natureza durante seu processo produtivo. ARIVALDO DE SOUZA DANTAS – UM CIDADÃO ESPLANADENSE

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