quinta-feira, 17 de setembro de 2009

DONA TEREZA, UMA UNAMINIMADADE INTELIGENTE


DONA TEREZA, UMA UNANIMIDADE INTELIGENTE

A frase “Toda unanimidade é burra” cunhada pelo impagável dramaturgo Nelson Rodrigues é em muitos aspectos verdadeira. Principalmente pelo fato de vivermos num mundo tão cheio de desigualdades, quase sempre vemos com desconfiança qualquer unanimidade proposta. Porém, para toda regra existem as exceções. Dona Tereza é uma delas, é a chamada unanimidade inteligente!
Para explicarmos o porquê disto. Recorramos à história. Todos os grupos humanos em algum momento, movidos pelo trabalho, pela necessidade de sobrevivência, forjaram uma verdadeira revolução cultural. Passaram de simples coletores a agricultores; passaram de simples caçadores a pecuaristas! Neste momento se transformaram de nômades em sedentários e de sociedades em que todos eram iguais em sociedades produtoras de riqueza. A busca da riqueza produzida pela maioria e apropriada por uma minoria de privilegiados, acabou por gerar a divisão destes grupos em classes sociais, que por sua vez, gerou o estado que institucionalizou a exploração do homem sobre o homem.
A busca pela riqueza e a manutenção dela, ora pela força, ora pelo consenso se tornou praticamente o centro da vida de todos em todas as sociedades. Assim, somente uma minoria passou ter pleno acesso, ao conhecimento, ao poder e a riqueza.
Esta hipnose coletiva se entranhou de tal forma no espírito humano que o nosso senso comum até hoje resiste a formas mais fraternais de organização da sociedade.
Os homens que viveram na terra e propuseram a fraternidade, o comunismo espontâneo, quando não foram divinizados, transformados em deuses, foram no mínimo transformados em instituições como igrejas, e passaram a fazer estátuas de Jesus, Buda, Mahavira, Gandhi, Irmã Dulce, Madre Tereza de Calcutá, e outros iluminados para nós desconhecidos.
A nossa cidade tem o privilégio de abrigar entre outras boas almas a Grande Alma de D. Tereza que conseguiu se curar desta busca hipnótica e coletiva pela riqueza, a qual justifica o uso da mentira massificada pela mídia falada, escrita e a poderosa mídia da imagem que orgulhosamente colocamos bem diante do sofá das nossas casas e nos comportamos como sonâmbulos fascinados diante dela.
D. Tereza é destas pessoas que diante delas não precisamos ficar na defesa, não precisamos nos humilhar, não precisamos puxar o saco, não precisamos egoisticamente buscar nossos próprios interesses, não precisamos manipular. Simplesmente ficamos em paz e com uma leve euforia, que nos dá a certeza de que vale a pena viver neste mundo. É daquele tipo de pessoa em que podemos repousar a cabeça, descansar e render-se.
É dotada de uma motivação determinada e incansável por ajudar desinteressadamente o próximo, o que simplesmente torna cativante desfrutar de sua doce companhia.
Ela sim faz a verdadeira filantropia! Não existe outra meta em sua existência luminosa senão, o amor fraterno.
Seu trabalho, sua obra cotidiana, lembra o incidente bíblico em que Jesus falando a um grupo de ouvintes sedentos por suas palavras, foi avisado da presença da sua mãe Maria, e da sua intenção de lhe falar. Jesus num gesto até hoje aparentemente grosseiro com a própria mãe disse: “Quem é minha mãe, meu pai e meus irmãos? Meu pai, minha mãe e meus irmãos, são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a PRATICA!”.
Com estas palavras Jesus destrói a ilusão de que somos famílias separadas, o sentido de posse, de domínio de pessoas e coisas, e propõe simplesmente a fraternidade. Até hoje, infelizmente, suas palavras ainda ecoam como uma meta distante.
Ainda bem que existem raras pessoas como D. Tereza que realmente praticam a palavra de Deus e não a usam como instrumento de exploração, como meio de ascensão social, como discurso vazio e enganador do povo, daqueles que “não sabem o que fazem”.
É de se agradecer aqueles que por qualquer motivação, não importa qual seja, ajudem a D. Tereza. Ajudando a D. Tereza, em sua obra, estão realizando a verdadeira filantropia proposta por Jesus.
Amém! D. Tereza por conseguir ser uma UNANIMIDADE INTELIGENTE e obrigado por sua inspiradora existência. Diante de ti, o escritor que vos fala, contém com dificuldade uma lágrima em seus olhos.
PROFESSOR ARI, O ICONOCLASTA (Perdoem-me, mas é simplesmente impossível não referenciar este ícone da fraternidade local).
(enviar comentários para o Email e Orkut: arivaldodesouzadantas101
@gmail.com).

2 comentários:

Unknown disse...

iconoclasta, Dona Tereza soube te educar!

Unknown disse...

Ela e muitas mais pessoas! Valeu pelo comentário.