Ele nunca se adaptou a
cidade grande. Tinha uma alma interiorana. Preferia a proximidade dos seus
entes queridos e a vida besta do interior. As ambições do sistema nunca lhe
encantaram. Econômico, valorizava o que ganhava. Só era perdulário diante do
seu filho amado.
Impulsionado pelo apelo
imperioso de ter uma casa e melhorar de vida, contrariou suas preferências e
foi pro “trecho”. O trabalho duro, mas recompensador, o tirava da proximidade
dos seus entes queridos. Isso talvez tenha sido demais pro seu coração.
Sua morte precoce e
triste, nos deixa a lição de que temos que viver a vida intensamente todos os
dias como se fossem os últimos.
Tom, seu diapasão era seu
riso fácil. Sua voz não hesitava no galantear respeitoso às moças bonitas. Não
bebia e nem fumava. Não precisava dessas muletas pra se divertir. Divertia-se
com o ridículo andar inseguro dos amigos bêbados. Gargalhava diante dos
exageros, dos risos, dos dramas e dos surtos dos quem já estava “pra lá de
Bagdá” depois de beberem incontáveis cervejas.
Era uma pessoa pura. Não
esperava o inesperado. Acho que existem pessoas sentimentais demais. Elas não
elaboram, não traduzem em gestos rebeldes, em manifestações de inquietação, mas
esse mundo torna-se demais pra elas. É muito significativo que elas sofram do
coração, o órgão que simboliza a alma e seus sentimentos.
Fica a lembrança do seu constante
sorriso, da sua alegria inabalável e a certeza de que fostes feliz e amado em
sua passagem intensa e efêmera por essa dimensão.
Deus o abençoe vizinho
amigo.
Ari, O Iconoclasta.
Esplanada, 12 de julho de 2012, às 16h06min.
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