segunda-feira, 30 de julho de 2012

EMPREGUETES




O nome glamouriza as empregadas domésticas
São rainhas da cozinha da casa grande moderna
São artistas da ficção global
A empregada baiana de sorriso farto
Esconde as dificuldades da profissão
Esconde o submundo 
Das empreguedes anônimas e sem charme
São subempregadas, subcultas e submissas
São hiperexploradas
No anônimo e enfadonho cotidiano das casas de família
Ainda continuam iniciando os Patricinhos
Na vida sexual
Quando não são escrava sexuais dos patrões
Alguns diriam
Isso é coisa do passado
Não é não
É do presente
Os meios de comunicação deveriam o enaltecer
O debate
O conflito
Os desejos, os sonhos e os interesses das classes
Em vez disso
Vendem visões harmônicas e pacíficas
Entre classes naturalmente conflitantes
Vendem a emoção fácil
Regida por trilhas sonoras melosas
Glamourizando a difícil realidade
das empregadas domésticas
Agora "elevadas" a condição de empreguetes
Não sei de quem
Não são Latinetes 
Então devem ser do sistema mesmo.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 28 de julho, às 14h:17min.

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