Dizem que a classe média é o sustentáculo moral da
sociedade. Não concordo. Ela costuma ficar entre a miséria amoral
das classes pobres e cinismo ético da classe rica. A classe média é
ávida por vantagens fáceis. E em nome dessa avidez costuma blindar
personas públicas.
O plano real, principalmente na gestão de Lula, retirou
milhares de pessoas da linha da pobreza e gerou uma nova classe
média. A estabilidade inflacionária gerou crescimento econômico.
Entretanto, no plano real, apesar do bolo do PIB (Produto Interno
Bruto) ter crescido, ele não mexeu na estrutura de concentração
renda da economia.
Em Esplanada assistimos o nascer de uma classe média
local alicerçada no plano macro pelo real e no plano micro, pela
proposta concentradora de renda dos governos de Aldemir e Diolando.
Além do nascimento de uma classe média ligada a prefeitura local,
também temos tido indícios de enriquecimentos ilícitos.
É esse fenômeno local que criou uma classe média que
procurar esconder, minimizar ou esquecer os pecados da figura pública
de Aldemir e realçar os defeitos de Grisi. Até hoje sempre que
podem postam no esplanada news, o incidente de prepostos de Grisi
oferecendo carros de brinquedo em vez de ambulâncias reais para
atender a população.
Mas essa mesma classe média não comenta com o mesmo
afã, a morte na fossa da moradora do condomínio apelidado de Cidade
de Deus. Também não comenta a morte durante o trabalho do operador
de máquinas na construção do contorno na BR 101. Pior ainda, não
consegue “folclorizar” as muitas vezes que José Aldemir
discursou ostensivamente embriagado.
Acho que essa polaridade Grisi versus Aldemir nociva
para o crescimento político da nossa comunidade. Não podemos ficar
satisfeitos com religião, esmolas e festas, se contrapondo ao mito
do médico malvado. Precisamos de um real humanização dos recursos
públicos. Os recursos públicos não podem a serviço de
megalomanias pessoais, religiosas ou administrativas.
Como bem disse Cláudio Cunha em seu último artigo
publicado no esplanada news as oposições devem se unir e propor uma
alternativa de gestão pública diferenciada destes dois modelos
(Aldemir e Grisi) claramente esgotados. (pelo menos foi assim que
entendi)
A força política de Aldemir se deve ao comodismo, a
falta de imaginação e a falta de preocupação com o coletivo da
classe média esplanadense. Ela só se preocupa com o próprio
umbigo. Famílias inteiras e por três gerações(avô, pai e filhos)
se apropriam de cargos de confiança, prestação de serviços e
venda de produtos. Estão instaladas na prefeitura e não querem
largar esse bolo.
O bloco da situação em Esplanada apesar de vender o
peixe de uma cisão entre Aldemir e Diolando, nos bastidores continua
unido e dando continuidade ao seu projeto de poder e usa de todos os
artifícios para nele ficar. Entre eles está a cooptação eleitoral
através da prática do clientelismo, do nepotismo e da agregação
de forças religiosas (evangélicos, católicos) e de grupos rurais.
Da oposição o único a articular até o momento um
projeto alternativo de gestão é Rodrigo de Dedé. Entre as
estratégias de ação está o seu falar diário num programa de
rádio, o chamamento de um grupo pessoas para orquestração de uma
oposição partidária e a discussão sistemática de questões, como
por exemplo, segurança pública, entre outras que envolvem nossa
comunidade.
Tudo isso é importante, mas precisamos de mais, muito
mais se quisermos fazer frente ao poder instalado em Esplanda. Existe
milhares de eleitores que não fazem parte dessa panela e têm
indignação e vontade de verem nossa cidade dignamente administrada.
É desse grupo que deve nascer um projeto político alternativo para
nossa cidade.
Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 18 de março de 2012, às
21h27min.
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