terça-feira, 31 de agosto de 2010

RELIGIÃO E POLÍTICA EM ESPLANADA

É de causar enjôo a utilização cínica da religião como instrumento de dominação política do povo de Esplanada por esse grupo no poder há nove anos. A jogada mais recente é a inauguração em pleno período das eleições da Cúria, junto a uma atração musical.
Desse modo o Beato-Mor relaciona diretamente a sua pessoa aos valores cristãos. Assim, os fiéis católicos e potenciais eleitores ficam alienadamente felizes.
Inaugurar obras administrativas faz até sentido. Como por exemplo, no caso do gigante branco e que beira a inutilidade, o chamado Centro Administrativo. Que a oposição de forma equivocada tentou impedir. Mas a utilização de ações religiosas, tais como a inauguração da Cúria e atração musical, é claramente uma jogada política.
Quando diz no pedido de apoio gravado aos seus candidatos em carro de som que o “voto é livre”, o Beato-Mor está mentindo. O voto dos seus eleitores não está livre da manipulação religiosa; não está livre das operações caras que paga com nosso dinheiro para alguns sortudos e parecer o salvador da pátria; não está livre da chantagem das feiras semanais; não está livre dos “desdobramentos” de horas extras dos funcionários da Prefeitura e não está livre da dependência dos cargos de confiança e comissionados que encabrestam a classe média de Esplanada.
Quando olho o dito “Poder de Deus”, vejo mais a necessidade imperiosa de que Deus exista. Se Deus não existisse nós o teríamos inventado. Nós não carecemos só de comida. Carecemos de comida, diversão e arte. Como diz os Titãs numa música. Mas acredito que carecemos principalmente de Deus e de Fé. A ciência nos dá conforto, rapidez na comunicação, alonga os nossos dias de vida, mas não alimenta a nossa alma.
Aí caro leitor, alguns espertalhões, sabendo dessa necessidade do divino em nós. Não hesitam em nos explorar através da religião. Usam capas de cordeiros religiosos, quando na verdade são lobos cínicos. Vejam como a fé vendida nos programas evangélicos de todas as denominações cura tudo. Até dívidas somem misteriosamente das contas do banco devido à fé dos fiéis. Coitada da Fé. Na ânsia de vendê-la os falsos religiosos a tornaram uma estelionatária. Quando na verdade estelionatários são eles. Quando se apropriam de um sentimento tão profundo e nobre e o usam como forma de ganhar dinheiros dos tolos.
Vendem águas santas, óleos santos. Vendem prosperidade na empresa e vendem principalmente a harmonia, a saúde e a superação das drogas nos lares dos fiéis. Do jeito que vai, os hospitais públicos e o INSS deviam fechar. Pra que existem, se a fé vendida nos púlpitos dos falsos religiosos, faz cego ver, coxo andar e canceroso ficar limpo?
Não se deveria misturar religião com política. É inauguração de Cúria, leilão de bois, Joana cantando músicas evangélicas, cantores gospel na praça de eventos, etc., sempre em datas políticas. Todos sabem que não é mera coincidência. Tudo isso faz parte de uma encenação bem orquestrada por aqueles que querem se perpetuar no poder para depois com o dinheiro público viajarem à Itália para ver o Papa, realizarem cruzeiros mundo à fora, terem camarotes Vip no Carnaval de Salvador e depois posarem de benfeitores dos fiéis Esplanadenses. Amém.

Professor Ari, O Iconoclasta. Esplanada, 25 de Agosto de 2010, ás 18h38min.

2 comentários:

cidasilvano disse...

Estou amando seus textos, tenho certeza que vão ajudar muito os debates que desenvolvo com minha turma.
abçs
CIDA

Unknown disse...

Obrigado Cida. Enviei alguns textos pra você. Você os recebeu? Um abraço.