Trata-se
(...) de captar o poder em suas extremidades, em suas últimas ramificações
(...) captar o poder nas suas formas e instituições mais regionais e locais,
principalmente no ponto em que ultrapassando as regras de direito que o
organizam
e delimitam (...) Em outras palavras, captar o poder na extremidade
cada
vez menos jurídica de seu exercício. (ou
cada vez menos político-partidária de seu exercício-NOTA ACRESCENTADA PELO
AUTO DO TEXTO)
(Foucault, 1979:182)
É óbvio que
numa sociedade autoritária e hierárquica como a nossa
as decisões
de maior repercussão nascem e
estão
concentrada nas esferas gerenciais mais altas.
Mas sempre e
existiu e vai sempre existir
enquanto
existir desigualdades de poder
uma camada de
pessoas abaixo dos poderes centrais
que de forma
sutil, disfarçada
nem por isso
menos poderosa
detém o
privilégio de redirecionar
manipular e
até mudar as decisões de hierarquias mais altas.
Não é um
fenômeno novo.
Muito do
poder do senhor de engenho se diluía
nos processos
gerenciais da produção de açúcar
e nas
relações interpessoais entre a senzala e a casa grande.
As mulheres
sufocadas por milhares de anos pelo pátrio poder
não tiveram
seus micro poderes,
seus poderes
de influenciar os destinos de povos e nações
devidamente registrados
pela história machista
Mas no atual
governo de Esplanada
esse processo
atingiu um certo paroxismo
um certo
exagero
por razões
que não quero aqui me debruçar
É como se
houvesse um confronto latente entre hegemonias
uma
representada pelo governo recém-eleito
outra
representada pelo corpo técnico e administrativo incrustado
há 12 anos no
poder municipal
e em quase
todos os espaços representativos
da sociedade
civil esplanadense..
Hoje vivemos
sob a influência
de espaços de poder não declarados
e subliminares
às decisões
tanto no
universo oficial do estado
como no
universo público da economia e das ruas em nossa cidade
A falta de
uma "cara de governo de oposição"
tem causado
perplexidades e insatisfações.
Uma população
submissa ideologicamente
a acostumada
ao autoritarismo
não vai ver
com bom olhos um prefeito light
e permissivo
com forças oposicionistas estabelecidas
ocupando espaços gerenciais e seus bastidores
ora de forma
ostensiva com cargos eletivos
ora inseridos
em cargos de confiança
ora de forma
mimetizada como camaleões
que assimilam as cores do ambiente para
sobreviver.
É capaz de
eles assimilarem até as cores
o discurso
são capazes
de aturarem o seu “predador”
até ele se
distrair
ir embora
ou ser
expulso por um “predador”
mais forte..
Ari, O
Iconoclasta
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