quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A VIDA É UM ATO FILOSÓFICO


No Mito de Sisifo (1942), Albert Camus
realça o absurdo da existência.
E que a principal questão da filosofia
não é a necessidade da apreensão do real
Se o indivíduo pode chegar a verdade ou não
e sim
Se vale a pena existir nesse mundo ou não
Ele coloca em pauta o suicídio.
Vale a pena viver ou não?
Essa é questão principal da filosofia proposta no Mito de Sísifo
daí pode se derivar, a posteriori, a relação da filosofia com o real.
Algumas jovens moças da cidade
tentaram o suicídio tomando remédios.
É uma característica feminina
a não-violência no gesto de dar fim ao absurdo da existência.
Elas não se atiram, não se jogam em precipícios
Elas se recolhem e em silêncio
atentam contra a própria vida.
Por isso que elas entram em sono profundo
como no conto de fadas
esperam o acordar milagroso num mundo romantizado.
O instinto de vida, eros
nos impele a vida
mas não é pelo prazer em si
é pelo prazer filosofado, subjetivado.
Pessoas que buscam o suicídio
é porque perderam a subjetividade
que justifica e que dá sentido a continuidade da própria vida.
Elas já não conseguem justificar sua própria existência
Já não constroem significados sociais, familiares, afetivos , políticos ou materiais no universo onde se encontram
Então o suicídio aparece como opção
Thanatos, o instinto de morte, vence.
Qualquer um de nós
em algum momento da vida
já passou ou pode passar
por momentos de desencanto, que questionam a validade do próprio existir.
O suicídio é um tema tabu
O animal homem é o único que pode decidir por ele
O suicídio é uma opção da própria consciência
É um momento de autonomia e liberdade
sobre nossa misterioriosa existência.
O suicídio é como uma tatuagem, uma marca
Mas também é uma revolta, uma insatisfação.
Uns chegam a dizer uma covardia.
Ari, Ari O Iconoclasta

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